terça-feira, 18 de agosto de 2009

Mera coincidencia

Mera coincidencia.

Segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) uma consulta médica de rotina, para avaliação das condições gerais de um paciente, deve ter a duração média de vinte minutos. Depois disto, dependendo do quadro encontrado, parte-se para exames mais detalhados, para que assim, finalmente possa o profissional da saúde encaminhar o tratamento adequado.

Mas, isto é o que preceitua a OMS. Independentemente do que pensa ou recomendam os órgãos responsáveis pela saúde da população a verdade é que no universo médico a gente se depara com situações, as quais nem mesmo animais se defrontam, tal o pouco caso, a falta de ética, o menosprezo, e o desrespeito pela vida humana.

Cada vez mais se formam verdadeiros chutadores, não só na medicina, em todas as áreas do conhecimento. Foi-se o tempo em que o médico da família tomava tanto interesse pelo paciente, que aquele passava a fazer parte da família. Visitas periódicas a casa do doente tornavam-se rotinas, ou seja, havia o interesse em debelar o mal. Conjugavam-se muito mais os verbos socorrer e curar, do que o enrolar e cobrar.

Na minha infância, fui acometido de “paralisia infantil”, hoje conhecida como poliomelite, e graças a Deus quase que erradicada, e ela só não causou mais estragos a minha vida graças a um destes médicos da família, bem ao estilo conforme detalhava no parágrafo anterior, um homem que fez da medicina não uma profissão, mas, um ideal acima de tudo. Para ele o juramento de Hipócrates era para ser levado a sério e respeitado. Este médico Dr. Bento Veloso Rocha, dava-se ao trabalho de ir à casa de meus pais e ele mesmo fazer massagens nos membros atingidos pela doença, graças a isto caminhei, estudei. Ou seja, a cura plena, pois me permitiu a participação no trabalho, na sociedade tornou-me útil.

Se considerarmos que naquela época não haviam os meios e os recursos hoje disponíveis na medicina, pode-se avaliar o que significava ser médico. Claro que era importante receber pelo trabalho, e ainda o é, mas, mais importante do que o pagamento era a cura, o médico era o soldado do bem, a doença o inimigo que deveria ser combatido.

Infelizmente hoje o que se vê, são “doutores” respeitáveis senhores (as) de jaleco branco, por detrás de um micro, que não gastam mais do que cinco minutos para uma “consulta” finda a qual recomendam uma, duas, três ou mais caixas de remédios, cobram, e que Deus te proteja. Não existem exames, tudo fica por conta da “tarimbadiagnostico” do doutor, se acertar, fez Gol, se errar a culpa fica por conta da doença.

Aos verdadeiros médicos, meus respeitos, aqueles que por ventura se acharem criticados, eu digo apenas que qualquer semelhança é mera coincidência.

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