Mortes, preguiça e impunidades.
As noticias dos jornais já não causam mais os impactos de antes.Estou me referindo as mortes,os assassinatos, os estupros, a violência do trânsito, aos roubos e assaltos. Tudo isto virou de uma hora para outra rotina. Já não interessam mais os registros de ocorrência, as denúncias, pois, como se suspeitava e agora fica comprovado, não vão dar em nada. Vai tudo para o fundo de uma gaveta, somam-se novos algarismos as estatísticas existentes e ou mundo continua a girar. Os números mostrados pelos jornais deste dez de dezembro referentes aos homicídios impunes no Rio Grande do Sul são assustadores. Não estamos seguros, ou melhor, não temos segurança nenhuma, se antes ainda havia a possibilidade de contarmos com a ação das polícias buscando os criminosos, colocando-os atrás das grades a espera do julgamento, agora recebemos esta ducha de água fria, uma polícia mal aparelhada,fraca, que opera emperrada por entraves burocráticos, permite que mais de três mil assassinos continuem em liberdade, agindo a bel prazer, usando e abusando daquilo que mais sabem fazer; tirar vidas humanas.
Chamam a atenção as entrevistas dos secretários de segurança de todo o país, alegam dificuldades no número de agentes,salários defasados, armamento em condições de desigualdade para o enfrentamento do crime, organizado, e como sempre a velha e surrada desculpa de que os crimes e a violência que imperam estão vitimando apenas quadrilheiros, e gente envolvida com o tráfico. Mas, não é verdade. Existem muitas vítimas destas chacinas que nada devem a justiça, pessoas inocentes que são pegas pelas balas de bandidos e de policiais, e são estes tipos de assassinados os mais difíceis de serem solucionados por que geralmente carecem de provas, mais concretas,perícias superficiais que muitas vezes deixam para trás,fatos importantes tais como ouvir ou buscar ouvir testemunhas,colher detalhes com investigações mais aprofundadas.Estamos, ao que parece, caminhando para um estado de coisas onde o cidadão, deverá ficar entre as grades,cercado por mil artifícios como câmeras, microfones, fios, escutas, isto sem contar com rastreamento (agora já é uma certeza) de todos os nossos passos .
Isto mesmo, os nossos passos, porque os passos dos criminosos, ao que parece, as nossas autoridades não tem competência de rastrear nem mesmo dentro dos presídios. Com efeito, para a bandidagem é muito alvissareira as notícias que dão conta de tantos crimes impunes e processos que seguem rumo ao depósito dos insolúveis. Isto se chama desrespeito para com a população, de um estado que não investe em segurança, que teima em colocar graduados a serviço de políticos em gabinetes quando deveriam estar nas ruas policiando, ou pelo menos estudando estratégias, não se poderia esperar nada diferente. E ainda tem gente que apregoa o desarmamento da população. Somos, nos os responsáveis por toda esta onda de mortes, somos nos, aqueles que pagamos altíssimos impostos para termos segurança que não estamos exigindo aquilo que é nosso por lei. O direito de possuir uma arma para a defesa de nosso patrimônio. Ora, se o estado como agente responsável pela nossa segurança declara oficialmente a sua quase total omissão na elucidação de tantos casos de morte, o que mais nos resta? Você, que trabalha dia e noite, faz horas extras, toma três conduções para buscar o sustento de sua família, você comerciante que vive com o coração nas mãos, a espera que o delinquente venha e leve o fruto do seu trabalho, você que paga impostos sobre tudo o que compra, ou vende, você que assiste alguns políticos alardearem os incentivos recebidos(leia-se não pagar impostos) na construção e reformas de estádios para a copa dos alienados.
Você que não consegue comprar meia dúzia de telhas para reformar o teu barraco sem recolher o maldito do imposto, você, meu irmão de sofrimentos, acha justo quando a própria polícia se declara impotente para fazer frente ao crime? Você acha que existe alguma autoridade que esteja ligando para os teus protestos quando juntas meia dúzia de desgraçados pela carnificina no trânsito e pede por justiça exige paz? Se você antes estava apavorado com tudo aquilo que acontece em São Paulo, fique sabendo que proporcionalmente o número de mortes violentas aqui no Rio Grande do Sul, é muito maior do que lá. E estamos todos contentes. Vamos inaugurar, aqui na cidade uma Secretaria dos direitos humanos, nossos governador anda com sua comitiva fazendo caminhadas pelo interior, e nosso secretário de segurança diz que tudo está bem, que temos segurança que não temos o que temer.
Será mesmo? Ou somos um povo bitolado, ou então algumas autoridades esqueceram-se de tomar o seu comprimido de “memoriol”.
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