terça-feira, 12 de novembro de 2013

Curto circuito 12



Há poucos dias atrás, postei um texto num espaço destinado aos amigos da Gerencia Regional de São Leopoldo (CEEE) sob o título Curto Circuito onde narro episódios acontecidos enquanto ocupava o cargo de delegado sindical em São Leopoldo. Esta resposta, faço em nome de todas aquelas pessoas portadoras de deficiências físicas, e ou necessidades especiais, que lutam por seus direitos e enfrentam tantas discriminações neste mundo perfeccionista. O texto em questão, falava do meu assombramento ao encontrar numa audiência de conciliação, como preposto da empresa alguém que detinha cargo sindical. No meu modesto entender duas coisas que jamais vão combinar, como pode alguém que representa um grupos de trabalhadores (dirigente sindical no caso) sentar ao lado do patrão numa mesa justamente quando funcionários terceirizados buscam a palavra da justiça como solução para o impasse.Disse mais, disse que considerava o fato de juízes sentarem sobre processos e os largarem no fundo de gavetas como comida de cupim era uma ATITUDE IDIOTA, e reafirmo o que disse. Desde há muito que juiz deixou de ser aquela figura que inspirava respeito, e medo. Faz muito tempo que a palavra justiça deixou de ser sinônimo de direitos preservados e iguais para todos. Existem juízes ladrões, corruptos, assassinos, vendedores de sentenças e só ignora isto tudo que não está atento ao que acontece. Mas sobre o texto em questão, recebi e com todos os direitos a crítica da pessoa citada, uma ex colega de serviço, delegada sindical, a qual em seu comentário não apenas confirma o fato acontecido, como deixa clara sua opinião quanto ao fato de hoje no serviço público existirem as pessoas terceirizadas, declara-se radicalmente contra as cotas para pessoas com deficiência física, e isto foi o que mais me doeu. Este espaço (no blog) é inteiramente meu,aqui eu posto o que eu quero, escrevo o que eu penso, e lê quem quiser, não estou usando de espaço reservado, portanto respondo aqui a ilustre colega. Com relação às pessoas terceirizadas tenho a dizer que são pessoas às vezes muito mais preparadas do que certos elefantes brancos no serviço público (apenas enfeites) o errado nestes casos, é o roubo que acontece, pois geralmente os terceirizadores cobram um preço pelos serviços prestados, e paga outro aos que realmente trabalham. As funcionarias do caso eram excelentes trabalhadoras, não ficando devendo nada em relação aos efetivos. E quando buscam algo na justiça estão apenas usando de um direito alienável, pois serviço público se fosse sempre ocupado por dondocas, o que hoje é uma fuzarca viraria uma zorra incrível. Posicionar-se contra “cotas para deficientes físicos” mostra muito bem a soberba, a intransigência e a discriminação desta senhora. A seu ver, e o seu texto assim reflete, o serviço público foi feito para filhos de papai, dondocas, e apadrinhados. Gente com braços e pernas perfeitos, bonitos, e com saúde, enfim pessoas que podem até parecer perfeitos, mas, que escondem em seu interior deficiências muito mais sérias do que eventualmente um braço ou uma ou perna mais curta. Deficientes entram no serviço público mediante concurso público, provando estarem aptos tanto quanto. Não tenho vergonha de ter entrado desata maneira na CEEE, prestei concurso, e mesmo datilografando com  a mão esquerda, fui aprovado. Passei por todas as tarefas, sempre me dedicando e sempre sendo preferido para dar atendimento pela educação e por entender o serviço. Quando finalmente fui guindado a condição de delegado sindical, mergulhei de corpo e alma.Estudei leis, li e reli acordos coletivos, para estar sempre em dia e poder representar os meus colegas. E hoje, muitos são aqueles que têm nos seus contra cheques valores agregado graças às noites passadas, sozinho numa barraca, como comando de greve. Hoje é muito fácil ser delegado sindical no SENERGISUL, não precisa fazer greves, não precisa, e nem podem, invadir o pátio com carro de som,distribuir folhetos de banca em banca,passar o dia inteiro com o carro de som mobilizando a categoria. Hoje basta ser amigo do presidente, e ficar sentado numa mesa aguardando ordens. Se, quisesse realmente provocar a discórdia, semear ódio,ou provocar raiva, eu passaria a contar outros tipos de fatos e episódios, daria nomes a todos os puxa sacos do senhor Antonio Barbedo que nunca moveram um dedo pela categoria e hoje são MILIONÁRIOS daria nome aos pelegos que sempre se esconderam nas greves e sempre tinha o ponto abonado enquanto os outros tinha o ponto cortado. Fui o único delegado, entre todos a enviar carta a CEEE exigindo fosse descontado os dias parados nos dias de greve, (como dirigente estava isento do ponto) para  não ser melhor do que o outros. Não escrevi para ofender, apenas fiz o registro de um fato, verdadeiro, confirmado inclusive pela própria pessoa envolvida.

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