segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Mercado persa

Mercado persa.

*Jaí Antonio Strapazzon

Ao que parece, Sapucaia do Sul continua em matéria de política semelhante a um grande e movimentado mercado persa. Se antes havia um grande sentimento de esperança em relação às mudanças que aconteceriam, hoje esta esperança transformou-se em desilusão. Quem não lembra dos momentos conturbados, das trocas de prefeitos, da cassação de vereadores, dos velhos e novos milionários que deram tanto destaque negativo a nossa cidade, pois bem tudo isto era para ser vingado, e banido de nossas fronteiras. As reuniões da Câmara Municipal era um verdadeiro carnaval, brigas, ofensas, palavrões havia de tudo, e o povo, aquele que realmente paga por toda esta festa, só assistia. Todos nós ansiávamos por dias melhores, todos nós queríamos uma mudança radical, aceitávamos todas aquelas ofensas, aqueles disparates porque estávamos convictos de que tudo finalmente teria um fim quanto o PT, e o PDT que sempre lideraram a coligação assumissem o poder.
Seria o fim, pensávamos, de todas aquelas maracutaias, de todos aqueles conchavos, de todos aqueles apadrinhamentos abjetos e escusos, da nomeação vergonhosa de parentes e amantes. Todos nos, tínhamos em nossas mentes o expurgo da vida pública municipal daqueles fantoches que sempre se moveram graças aos fios invisíveis dos cordéis manobrados sempre pelo mesmo artífice, o homem que por detrás das cortinas deste tragicômico cenário insiste em jogar com as vidas de seus bonecos. Mas, nada mudou, com exceção da figura do prefeito e do vice, tudo igual, os atores são os mesmos, o maestro, aquele que dá as cartas e manda no jogo continua no mesmo cargo e com poderes ainda maiores, tudo em nome da tão famigerada e alardeada governabilidade. Daí, a desilusão, o desânimo.
Na verdade, o que todos nos, eleitores não entendemos desde o início é que tudo se tratava de um jogo pré-orquestrado, e havia indícios claros deste acerto desde o primeiro debate, entre os candidatos, quando todos os partidos se atiraram contra o ilustre criador de cavalos. Fomos ingênuos, inclusive nós do PDT, em não notarmos que por detrás dos bastidores já havia rumores de que no caso da vitória da Frente Popular, poderiam ser aproveitados alguns Ccs. O que ninguém imaginava nem admitia, é que partidos e políticos declaradamente contrários à coligação permaneceriam no ninho, bem como assumindo postos de relevância , em detrimento de batalhadores que trabalharam, brigaram, gastaram os poucos trocados qu e tinham tudo em razão da “mudança”. O que me choca, me humilha, me dá nojo é que muitos companheiros nossos, agora tem que mendigar a porta de gabinetes, na vã ilusão de que podem ser aproveitados na administração, e não o são em razão de serem humildes, sem preparo, preteridas pelas que apresentam perfil técnico ( e que perfil). Aliás, aqui outra grande besteira criada não sei por quem, pois os currículos todos acabam nas mãos do Sr. Selvino, presidente do PT, que é a quem compete aceitar ou não a indicação. Se o que conta mesmo é o currículo, então compete ao setor de RH analisar e não o presidente do PT. Infelizmente voltamos à estaca zero,discutimos, brigamos enfrentamos um calor dos diabos, gastamos dinheiro com bandeiras, com combustível, para que tudo continuasse do mesmo jeito, os mesmo ganhando os melhores salários,alguns privilegiados sem as mínimas condições respondendo por setores importantíssimos da administração, os partidos sendo manobrados,pelos grandes caciques tanto do âmbito federal quanto estadual, as pessoas sendo tratadas como objetos. E o grande mercado persa, continua sua historia cada vez mais movimentado, cada vez mais degradante, cada vez mais vergonhoso.

* Aposentado.