sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Greves – Fatos pitorescos.



Geralmente, estas historias de greves, tem muitos fatos engraçados. Apesar de todas elas estarem sempre carregadas de tensões,discussões, ameaças e dúvidas, sempre acabam acontecendo momentos hilários, até porque quando uma greve recebe a adesão maciça de seus envolvidos é muita gente reunida com a mesma ideia. Numa greve do setor elétrico, a pressão se faz, com o atendimento sendo reduzido, ou com procedimentos padrões, ou como as vezes pode acontecer, com procedimentos radicais, ou seja, não se atende nada, alem de retirada de pontos em perigo, (fios caídos na via, rebentados, poste caído, etc.) Serviços ligação,religação,vistorias,corte por falta de pagamento, falta momentânea de energia, isto fica tudo para depois das negociações.Numa de nossas greves,estávamos em operação padrão, ou seja só eram atendidas emergências, e aconteceu de entrar um pedido de falta de energia num açougue no Morro do Espelho. O pedido foi parar na minha mesa para análise. Conferindo a lista de corte por falta de pagamentos, notei que o endereço da reclamação era o mesmo, indeferi o pedido, escrevendo com letras vermelhas – está cortado por falta de pagamento, não atender. Mas, entre este pedido e outros que entraram aconteceram outros que realmente se tratavam de emergências, daí, não tem discussão, tira-se o perigo.Assim passou o dia, tranquilo, o pessoa ali na 1º de março, junto ao Fiat Uno do Sindicato, onde pelo microfone eu mantinha meu pessoal informado com as notícias das negociações que aconteciam no palácio com o Alceu Colares. Foi quando, parou um carro bem em frente a nossa barraca, um cidadão desceu e vi que apontaram para a minha direção. Então ele chegou e disse que estava ali para agradecer a gentileza por ter sido religado, e que havia feito uma doação de vinte quilos de carne para o “nosso churrasco”. Respondi que não havia entendido, ele então explicou que fora cortado por falta de pagamento, que realmente não havia pago a conta, e que tão logo tivesse o dinheiro faria o pagamento, mas, que havia falado com um amigo da CEEE e este o havia ligado. Expliquei que aquilo era muito grave, e que o assunto seria analisado. Buscamos a dupla que estava de serviço. Eles confirmaram a religação, bem como o recebimento da carne. Esta havia ficado guardada no freezer na casa de um deles. Pegamos, o carro do sindicato, fomos até a casa do funcionário, pegamos a carne, e nos tocamos novamente para o estabelecimento. Lá chegando, devolvemos a carne e efetivamos novamente o corte. No retorno ainda conversei com os funcionários explicando que o ato em si poderia representar, para eles, a exclusão do serviço, público pois se trava de prevaricação, alem de terem posto toda a mobilização da categoria por água abaixo. Em respeito aos dois eletricistas, por serem ambos antigos e terem famílias o fato ficou somente ao conhecimento do comando de greve.Foram advertidos, de que este tipo de procedimento é crime.


quinta-feira, 20 de dezembro de 2012


Greves.
Na vida, existem momentos em que a gente tem reações as quais muitas das vezes jamais passaria não fosse a exigência daquela atitude específica, naquela hora.Durante o mandato do Governador Alceu Colares( 1991-1994) o grande objetivo da massa eletricitária do Rio Grande do Sul eram , alem das reposições dos níveis de inflação (aumento real não existia) era a implantação do QPOC – Quadro de pessoa organizado em carreiras – antiga reivindicação  da categoria, implantada num dos nossos vário acordos coletivos de trabalho, após muitos e muitos encontros, diálogos mobilizações. Acontece que o governador era categórico, no seu governo ele não0 implantaria nada, pois (como sempre acontece) não havia dinheiro em caixa. Foram várias greves. Em muitas tive participação efetiva como Delegado presidente, e diretor do Senergisul em São Leopoldo. 

Nossa delegacia respondia por vários municípios: Esteio, Sapucaia do Sul,São Leopoldo,Portão,São Sebastião do Caí,e Feliz. Em todos estes locais haviam os representantes (delegados setoriais)mas, todas as determinações vinda de Porto Alegre passavam pela delegacia, e depois eram repassada imediatamente a todas as agências. Por conseguinte, era minha, a total responsabilidade por qualquer ato( fora dos padrões normais de atendimento) praticado por qualquer funcionário, nestas delegacias. Nossa sede (que saudade) ficava ali no fim da Rua São Caetano, (1095) .Hoje segundo informações, pertence a uma fábrica de moveis. Pois bem, estávamos em plena greve geral, alem das reposições, pedíamos a imediata implantação do nosso quadro de carreira e a adesão era total. Numa greve destas dimensões,quando realizada em setores e serviços tidos como essenciais, ela é muito perigosa. 

Existem sempre os radicais, aqueles que não se contentam em prazos e diálogos e partem para atitudes mais drásticas, retaliações, enfim coisas do gênero. Isto na maioria das vezes é usado pelos patrões, como motivos para a declaração de greve abusiva, desnecessária, podendo causar sérios problemas para com a categoria. Foi numa destas noites de greve, das muitas, passadas ali na sala do plantão de emergência que acontece o fato que mais marcou a minha vida e, por conseguinte ,a minha formação como líder sindical e representante de uma classe. Em épocas de greve, jamais ficávamos dentro dos próprios (prédios) da empresa. Montávamos uma lona, sobre o passeio, ou canteiros que existiam em frente ao prédio da Gerencia Regional de São Leopoldo, e ali permanecíamos, ali ficava o QG do comando de greve. Mas, numa tarde, nuvens negras cobriram os céus leopoldense , o expediente já havia sido encerrado,no plantão apenas uma dupla (um carro com dois funcionários) porém, com a determinação de apenas tirar o perigo, ou seja, atenderíamos apenas fios rebentados, ou ramais de ligação no chão, e nada mais. 

A religação de pontos eventualmente sem tensão, seriam atendidas pela ordem de chegada.Na sala da emergência estavam o Paulinho (operador de rádio e telefonia) o Carlinhos( Carlos Petersen – chefe técnico) e eu ,como delegado e no comando das operações do que poderia ser ou não religado. A Rua 1º de Março na quadra em frente a gerencia da CEEE, havia se transformado num rio,a água atingira os degraus da escada da sala de plantão. O vento, fazia voar placas de propaganda, galhos de árvores, papelão, sacolas plásticas, latinha, garrafas um inferno. De repente entra um telefonema de alguém avisando de que a placa de uma tradicional Pizzaria da Rua Independência havia voado para cima das redes e causado um “estrondo” estavam sem luz. A dupla de plantão, foi até ao local, retirou o perigo imediato, e retornou a gerencia. Este era o procedimento padrão. Só, que ainda durante a chuvarada, e ventania apareceu na janela, um cidadão identificando-se como segurança da casa do prefeito( na época Olímpio Albretch), exigindo a religação imediata da residência do prefeito. 

O Carlinhos, apenas fez um sinal com a cabeça indicando a minha direção – O cara então parecia cuspir fogo – O senhor ouviu o que eu falei? O prefeito está sem energia na casa dele. – Eu sei, mas não é só ele, tem muito mais gente sem luz. – Tá e daí? – Ora, daí que vão continuar sem luz, sua ordem de serviço foi retirada, vai entrar numa fila de espera, e só depois vai ser restabelecida. É isto ai.  – O Senhor sabe por acaso com quem o Sr. Está falando? – Sim. – E então? – Então nada mais, é aguardar o amanhecer. Senti tanta raiva na cara do indivíduo, que se ele pudesse, me matava. Rodou nos calcanhares, e voltou com a reposta para o se. Prefeito. Meia hora depois o próprio prefeito apareceu, em carne e osso, queria falar com o responsável. Fui até a janela. – Quero falar com teu chefe – Eu sou o chefe Sr. Prefeito. – O quê? Você sabe com quem está falando ? – Sim. Olha, vou te dizer mais, lá na casa das bombas na Vicentina ( Vila Vicentina) a água esta tomando conta das casas, pois as bombas de drenagem estão todas desativadas por falta de energia.

Escute bem, seu Jaí, se algumas daquelas crianças molhar os pés, por causa da água que está invadindo o local eu venho com a polícia, te retiro preso e te largo no Central. O Sr. entendeu ? – Perfeitamente, mas não vou ligar equipamento algum. Agora, ilustre prefeito, fique ciente de algo mais importante. Vá até o juiz, o delegado, o promotor, fale com quem quiser, eu sou o responsável, e assumo, estou me lixando para o senhor, e suas ameaças. Fique sabendo que se realmente eu for preso, ficaremos juntos na cela, pois as bombas alegadas aqui pelo Sr. Estão fora de operação por total desleixo, falta de manutenção, e perigo de causarem curto circuito, por isto elas foram desligadas, a pedido da própria prefeitura. Que vergonha, tentar usar deste artifício para poder terá religação de sua luz. Já disse, amanhã de acordo com  a ordem de entrada sua reclamação vais ser atendida, e ponto final. Efetivamente, no outro dia eram mais de 18 horas quando a equipe solucionou o problema. Não deu cadeia, não deu punição (não era de competência dele) e ainda recebemos(Comando de greve) um ofício, agradecendo a presteza no atendimento e ainda pedindo ao governador que desse especial atenção aos nossos pedidos.

Como da para perceber, sou bico duro desde ha muito. Aprendi a lidar com metidos a besta desde cedo. Naquele feito o prefeito "abriu as pernas"

terça-feira, 18 de dezembro de 2012



                                  A justiça, diplomou-os, nos recebemos este em branco, cabe a cada um de nos preenchermos, com o grau que nos compete. Fiscais, babacas,palhaços ou quem sabe FANTOCHES.


Diplomados.
Tal como nas festas de fim de ano, as pessoas renovam suas esperanças nos eleitos, que agora devidamente diplomados pela justiça eleitoral, apenas aguardam para finalmente assumirem nos cargos que tanto almejaram.Que todos, indistintamente façam jus aos anseios daqueles que lhes colocaram lá. Foram promessas rusgas, caminhadas,visitas santinhos, projetos,planos enfim, apareceu de tudo. Nossas caixas de correspondência viraram um grande amontoado de fotos sorridentes, palavras bonitas, mas principalmente de mensagens que nos induziam estarmos agora diante de uma nova realidade, de um novo time, de novas cabeças, quem sabe finalmente com a grande chance de elegermos homens de verdade,dignos,honrados, cumpridores de seus deveres, não para com suas famílias, mas para com toda a população deste município. 

O Brasil passa por grandes transformações, com o julgamento dos envolvidos no mensalão a população passou a dar mais crédito a um Supremo que já segurava as próprias calças com um barbante roto. Desta maneira, espera-se que entre estes novos mandatários crie-se finalmente a consciência de que ali estão para gerenciar valores e recursos que pertencem, e devem ser empregados, para o bem comum e não para alimentar contas particulares, e aumentar o patrimônio de alguns poucos felizardos. Está mais do que na hora de nossos políticos saírem da vala comum da desconfiança generalizada, e partirem finalmente para aquilo a que se propuseram. Está mais do que na hora de decretarmos o fim do conformismo do povo, dos desmandos de alguns debochados que sobrevivem a décadas das benesses do poder. O povo soberanamente escolheu seus representantes. Elegeram-se os gestores, e também os fiscais, rusgas a parte, acusações se verdadeiras ou falsas, agora devem seguir o caminho legal das investigações, e ai compete a justiça, ainda que capenga, dar a cada um aquilo que venham a merecer. 

Ao povo, independentemente da bandeira pela que se decidiu acreditar, compete fiscalizar os atos dos agora empossados. Nunca esquecendo que a nos, povo, pertence o soberano direito de denunciar e exigir na forma da lei a punição daqueles que comprovadamente não honrarem os votos a eles atribuídos. O serviço público não deve, e com certeza não será usado para locupletação individual de quem quer que seja. As condenações dos principais réus do mensalão deverão servir de parâmetro, de freio aos eventuais falsos vendedores de ilusão. Agora já se sabe, que mesmo com todas as dificuldades impostas pelos poderes, polícia, seguranças, gorilas etc. nós podemos sim e vamos exigir que se mude a maneira de fazer política neste país.Chega de tapar o sol com uma peneira, estamos cansado de sermos tratados com um bando de idiotas sem poder de reação.Somos nos, que pagamos seus salários, portanto somos os verdadeiros patrões, e como patrão o povo merece respeito, o povo exige dignidade.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Este cara sou Eu.



Acaso você ouviu falar de um cara sério,
Que nunca traiu amigos,
Que sempre esteve pronto para servir?
Pois é, 
Este cara sou Eu.
Você já ouviu falar de um cara,
Honesto, que trabalhou desde menino,
Que consegui tudo o que queria,
Mesmo sem nunca ter subido nas costas de ninguém?
Este cara sou eu.
Você procura alguém de fé, de coragem,
Que nunca traiu amigos, que já tirou a roupa do corpo
Para dar a alguém que estava com frio?
Este cara sou eu.
Está procurando um amigo,
Para tentar mudar esta politicagem porca
E Imunda aqui da cidade?
Um cara que briga que ponha o dedo no nariz,
Que não deve nada para ninguém,
Que detesta hierarquia,
Que compra briga dos outros
E não aceita injustiça?
Este cara sou eu.
Você quer conhecer alguém,
Que se criou nesta cidade,
Trabalhou,batalhou, fez amigos,
Conquistou, farreou se apaixonou,
Cantou em malocas, encantou, seduziu
Decepcionou-se, chorou?
Pois aqui estou, este cara sou eu.
Você procura por alguém,
Que seja incapaz de traí-lo, de usar da tua amizade,
Para conseguir alguma coisa nesta vida?
Sempre pronto a colaborar, e ajudar?
Que põe a cabeça no travesseiro, 
E dorme o sono dos anjos?
E que nunca pediu penico a político canalha?
Pois é, este cara SOU EU.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

O cartão de crédito.




O telefone toca:
- Alô..
- Estou falando com o Sr. Jarí Antonio?
- Sim..
- Senhooooorrrr,o meu nome é Daniele e estou lhe falando em nome do Banco tal, o seu nome foi escolhido pela nossa empresa graças ao seu bom relacionamento comercial, e por isto temos uma ótima oferta para o Sr.
-Mas....
-Não se preocupe basta apenas confirmar alguns dados ao final de nossa conversa. Posso lhe adiantar desde já que o Sr. conta com alguns privilégios especiais, proporcionados pela nossa empresa. Tais como: Trinta por cento de desconto em hotéis, e redes de conveniadas para viagens internacionais. Seguro de vida para você e todos os seus dependentes. Translado gratuito do seu corpo em caso de acidentes aéreos, pompas fúnebres,capela,inclusive com a opção de cremação caso seja sua última vontade. Alem do mais o Sr. Poderá contar com toda a nossa boa vontade nas acomodações de pessoas de sua família, em hotéis cinco estrelas. Além disto, o Sr. Poderá contar com um crédito particular no valor de Trinta e cinco mil reais, sem necessidade de comprovação de renda, estes valores entrarão automaticamente em sua conta tão logo tenhamos a confirmação de alguns dados...
-Mas, eu....
- Veja bem, nosso cadastro nos informa que o Sr. É aposentado, trabalhava no setor de energia elétrica, é casado, tem três dependentes.possui casa própria, imóvel avaliado em 400 mil reais. Temos també informações de que o seu crédito pessoal no banco  tal e tal é de tanto, e que o Sr. Até o momento nunca fez uso de empréstimos consignados ou não, o Sr. Confirma estes dados?
-Sim, mas.....
-Tendo em vista ser o Sr. Proprietário de residência de madeira, oferecemos gratuitamente um seguro contra acidentes de qualquer natureza, que incluem a casa, os moveis e utensílios e também o carro, um Fiat Uno ano 1999, em nome de fulano de tal, o Sr. Confirma estes dados?
-Sim,sim, mas eu.....
- E tem mais, senhor Jari. A partir do momento do aceite a nossa proposta o Sr. Poderá ainda contar com uma rede de atendimento em todos os postos de combustível que trabalham com a bandeira tal, pode contar com serviço de guincho, chaveiro, troca de pneus,bateria, e concerto de eventuais defeitos mecânicos que possam ocorrer durante uma viagem. Ainda, se for do seu interesse temos convenio com algumas companhias marítimas para que possa desfrutar daquele cruzeiro, quem sabe uma segunda lua de mel, hein ? Como vê Sr. Jari, o Sr. Está a poucos passos de realizar muitos sonhos. Vamos confirmar alguns dados por gentileza. Não precisa responder, basta apenas acompanhar, o ser. Entendeu?
-Sim, mas....
- Seu CPF e tal, Rg.tal ,telefone tal, reside na rua tal,bairro tal cidade tal, é cliente do banco tal desde 1999, ag.tal. Agora para encerrar só nos informe por gentileza o valor do seu benefício para confirmarmos...
- RS$ 650,00...
-Quanto?????, Não compreendi bem...
-650,00....
- pip pip pip pip pip pip

É ou não é assim mesmo? 

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012


Vamos falar sério?
A cidade de São Leopoldo está passando por um momento um tanto quanto delicado. Milhares de pessoas sem abastecimento normal de água, sofrendo tudo aquilo que se possa imaginar. Compreende-se a preocupação e o sofrimento destas pessoas, mas também temos que ser justos e reconhecer de vez as nossas deficiências quando se trata da falta de serviços essenciais tais como água  luz telefone etc. No caso específico deste racionamento imposto pelo SEMAE, os fatores agora alegados não dão margem a dúvidas. Trata-se de problema sério, de manutenção, e não estamos falando de descaso, ou de desatenção dos órgãos responsáveis. Não, o que acontece é que simplesmente somos todos dependentes de equipamentos mecânicos, sejam bombas, transformadores, subestações, linhas de transmissão. A troca de uma destas bombas, seja de recalque ou de captação envolve um trabalho nada fácil, o qual exige mão de obra qualificada e atenção pois são encaixes perfeitos, parafusos, gaxetas, registros. Peças mecânicas muitas das vezes pesadas, necessitando apoio de máquinas e ferramentas de difícil operação. 

Muitas das vezes mesmo após serem consertadas não se pode simplesmente abrir os registros e largar toda a potência nas redes, pois o impacto e a pressão seriam suficientes para arrebentar com a rede já velha e obsoleta. Convém lembrar que a cidade de São Leopoldo tem ainda em vários pontos os velhos canos galvanizados em sua rede de distribuição. Quem nunca se preocupou em examinar um pedaço destes canos após longos anos, seria um exercício bem importante a ser feito. Co o tempo, e o acúmulo de substancias químicas usadas para purificar a água, eles vão tendo diâmetro interno gradativamente reduzido, o que pode produzir a diminuição do fluxo de água, e também o aumento da pressão interna em consequência do estreitamento destas partes, até a hora em que não suportando mais, acabam por estourar Já o bombeamento da água bruta, mesmo com apoio de filtros para a separação de eventuais resíduos que possam trancar rotor, palhetas, ou mesmo engasgar não evitam que pequenas partículas de terra, pedras e outros produtos passem pela partes internas, ocasionando desgaste natural das peças, levando periodicamente as manutenções, até mesmo a troca do equipamento.

Isto é coisa natural,e acontece em São Leopoldo, em Porto Alegre,em Sapucaia do Sul, em qualquer cidade onde houver distribuição deste líquido. Quando um juiz do alto de sua sapiência jurídica se inclina a conceder liminar onde dá ultimato a uma empresa que presta este tipo de serviços, ainda estipulando multa diária é o caso de a gente desconfiar que alguma coisa não está correndo muito bem. Ora, a coisa não é tão fácil assim, Não se trata de simplesmente dizer faça isto ou aquilo, e a coisa fica pronta. É muito confortável para um promotor, um advogado, um juiz determinar entrar com mandado disto ou daquilo. Mas convenhamos que antes de “determinar” coisas deste gênero deveria antes ser assessorado por técnico que conheça realmente o porquê das coisas. Fosse assim tão fácil quem sabe seria o caso deste senhor determinar quer São Pedro acabe com aquele regime de secas no nordeste, que a fome, a miséria e a seca terminem urgentemente sob pena de multa e até cadeia para os responsáveis. Tudo que aqui se falou, no que diz respeito falta de água, aplica-se também a falta de energia elétrica quando decorrente de fatores climáticos. 

Um temporal, um vento, uma sobrecarga, um raio, uma batida de carro com queda de poste, isto tudo pode acarretar falta de energia por horas, e até mesmo por dias. Não se trata de simplesmente recolocar os fios nos locais, levantar novo transformador e ligar punhos, chaves fusíveis. Antes de mais nada, deve-se observar o que determinou o defeito, saná-lo e depois, só então começar a fazer os reparos. É tarefa difícil, que ocupa mão de obra qualificada, perigosa e que por tudo isto precisa cercar-se de equipamentos e de logística apropriada visando a segurança dos trabalhadores. Acontecimentos desta natureza é que nos fazem refletir o quanto somos dependentes, e atrasados no que diz respeito aos serviços de distribuição de água, luz e telefones. 


Ainda bem que o gás,ainda está sendo distribuído nos tradicionais botijões.


segunda-feira, 10 de dezembro de 2012


Mortes, preguiça e impunidades.
As noticias dos jornais já não causam mais os impactos de antes.Estou me referindo as mortes,os assassinatos, os estupros, a violência do trânsito, aos roubos e assaltos. Tudo isto virou de uma hora para outra rotina. Já não interessam mais os registros de ocorrência, as denúncias, pois, como se suspeitava e agora fica comprovado, não vão dar em nada. Vai tudo para o fundo de uma gaveta, somam-se novos algarismos as estatísticas existentes e ou mundo continua a girar. Os números mostrados pelos jornais deste dez de dezembro referentes aos homicídios impunes no Rio Grande do Sul são assustadores. Não estamos seguros, ou melhor, não temos segurança nenhuma, se antes ainda havia a possibilidade de contarmos com a ação das polícias buscando os criminosos, colocando-os atrás das grades a espera do julgamento, agora recebemos esta ducha de água fria, uma polícia mal aparelhada,fraca, que opera emperrada por entraves burocráticos, permite que mais de três mil assassinos continuem em liberdade, agindo a bel prazer, usando e abusando daquilo que mais sabem fazer; tirar vidas humanas.

Chamam a atenção as entrevistas dos secretários de segurança de todo o país, alegam dificuldades no número de agentes,salários defasados, armamento em condições de desigualdade para o enfrentamento do crime, organizado, e como sempre a velha e surrada desculpa de que os crimes e a violência que imperam estão vitimando apenas quadrilheiros, e gente envolvida com o tráfico. Mas, não é verdade. Existem muitas vítimas destas chacinas que nada devem a justiça, pessoas inocentes que são pegas pelas balas de bandidos e de policiais, e são estes tipos de assassinados os mais difíceis de serem solucionados por que geralmente carecem de provas, mais concretas,perícias superficiais que muitas vezes deixam para trás,fatos importantes tais como ouvir ou buscar ouvir testemunhas,colher detalhes com investigações mais aprofundadas.Estamos, ao que parece, caminhando para um estado de coisas onde o cidadão, deverá ficar entre as grades,cercado por mil artifícios como câmeras, microfones, fios, escutas, isto sem contar com rastreamento (agora já é uma certeza) de todos os nossos passos .

Isto mesmo, os nossos passos, porque os passos dos criminosos, ao que parece, as nossas autoridades não tem competência de rastrear nem mesmo dentro dos presídios. Com efeito, para a bandidagem é muito alvissareira as notícias que dão conta de tantos crimes impunes e processos que seguem rumo ao depósito dos insolúveis. Isto se chama desrespeito para com a população, de um estado que não investe em segurança, que teima em colocar graduados a serviço de políticos em gabinetes quando deveriam estar nas ruas policiando, ou pelo menos estudando estratégias, não se poderia esperar nada diferente. E ainda tem gente que apregoa o desarmamento da população. Somos, nos os responsáveis por toda esta onda de mortes, somos nos, aqueles que pagamos altíssimos impostos para termos segurança que não estamos exigindo aquilo que é nosso por lei. O direito de possuir uma arma para a defesa de nosso patrimônio. Ora, se o estado como agente responsável pela nossa segurança declara oficialmente a sua quase total omissão na elucidação de tantos casos de morte, o que mais nos resta? Você, que trabalha dia e noite, faz horas extras, toma três conduções para buscar o sustento de sua família, você comerciante que vive com o coração nas mãos, a espera que o delinquente venha e leve o fruto do seu trabalho, você que paga impostos sobre tudo o que compra, ou vende, você que assiste alguns políticos alardearem os incentivos recebidos(leia-se não pagar impostos) na construção e reformas de estádios para a copa dos alienados. 

Você que não consegue comprar meia dúzia de telhas para reformar o teu barraco sem recolher o maldito do imposto, você, meu irmão de sofrimentos, acha justo quando a própria polícia se declara impotente para fazer frente ao crime? Você acha que existe alguma autoridade que esteja ligando para os teus protestos quando juntas meia dúzia de desgraçados pela carnificina no trânsito e pede por justiça exige paz? Se você antes estava apavorado com tudo aquilo que acontece em São Paulo, fique sabendo que proporcionalmente o número de mortes violentas aqui no Rio Grande do Sul, é muito maior do que lá. E estamos todos contentes. Vamos inaugurar, aqui na cidade uma Secretaria dos direitos humanos, nossos governador anda com sua comitiva fazendo caminhadas pelo interior, e nosso secretário de segurança diz que tudo está bem, que temos segurança que não temos o que temer. 

Será mesmo? Ou somos um povo bitolado, ou então algumas autoridades esqueceram-se de tomar o seu comprimido de “memoriol”. 

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012



Amigo(a).
Quero passar a você uma mensagem de encerramento de mais um ciclo. Também, participá-lo de que nós católicos, do mundo inteiro estaremos comemorando o nascimento de Jesus. Eu sei você não tem religião, não acredita,é direito seu, e não vou, muito menos quero, fazer apologia a nenhum credo. Afinal, o que é religião, Deus, Jesus? As explicações teológicas, ficam para os entendidos, de minha parte quero apenas dizer que para mim a verdadeira religião é aquela que emana de nossos corações. E é neste sentido que desejo falar-lhes. Nestas festas de final de ano continue cultuando tudo de bom, tudo de honesto, tudo de verdadeiro que você praticou no ano que finda. Não se deixe seduzir pelo consumismo exagerado, reparta o pão, estenda a sua mão, olhe para baixo e veja como existem pessoas sedentas de amor, de um pouco de compreensão. Vamos, fazer a nossa parte, não importa se os outros esquecem, nos faremos a diferença.Vamos comemorar o Natal como uma cachoeira de bons sentimentos, de fraternidade,de palavras e atos que nos motivem a fazer o bem sem ver a quem. Jesus, o nosso Deus menino, pode não ter a mínima importância pra muitos, mas a bondade, a humildade a pureza de coração e sentimentos que ele nos inspira tenho certeza farão parte da sua festa de Natal. Vamos nos respeitar mais, vamos rezar para que a família, célula mater da sociedade, possa sobreviver a tantos achaques, que os pais realmente entendam o seu papel de educador e símbolo de fidelidade. Que a mulher passe valorizar-se cada vez mais como templo de pureza, exigindo e recebendo o respeito, resguardando e honrando seu ventre como local sagrado na geração de novas vidas. Que os filhos compreendam que a família unida, coesa, cheia de amor ainda é o lugar mais seguro do mundo. Que os jovens entendam, respeitem ofereçam o braço ao idoso, por tudo o que representam vivências, exemplos. Que o teu DEUS, aquele no qual acreditas, te ilumine,te guie, e te proteja. Que JESUS, nosso homenageado, nos permita com amor e respeito sermos cada vez mais sermos reconhecidos como Filhos de DEUS.

Tenhamos todos, um santo Natal, e um novo ciclo com muitas realizações, são os votos de Jaí Antonio Strapazzom e família.               

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012



                                E,estes oque esperam do Natal?

Uma noite especial.
Na mansão dos Limeira, os preparativos começaram bem cedo, logo nas primeiras horas os carros chegavam com arranjos, caixas de bebida ,tendas vasos de flores, foi um entra e sai durante todo o dia. José casualmente testemunhou as movimentações, quando passou com a mulher rumo a parada de ônibus. Ele, pedreiro, ela doméstica ambos saiam cedo para o trabalho no centro da cidade, as crianças ficavam por conta da filha mais velha, Marina. Era véspera de Natal, eles sabiam da situação dos pais, não esperavam nada de novidade alem da repetição de tantos outros natais, mas a filha queria fazer uma surpresa para os pais. Saíram a catar alguns galhos, secos, folhas de papel, e jornal, algumas pedras, e juntos começaram a montar aquela que seria a sua árvore de Natal. Na mansão, agora eram os estafetas que partiam para repartir os convites, eram muitos os convidados, a festa seria a beira da piscina, muita música, muita comida e presentes para todos os tipos e gosto. Estavam os irmãos concentrados nas tarefas de sua árvore  quando alguém bate palmas junto ao portão.

Marina vai até a porta e sua primeira reação é de medo e desconforto, um homem alto magro com barba por fazer, olhos tristes, roupas estranhas pedia para entrar. A primeira reação foi a de chamar por socorro, mas uma força estranha a impediu, aquele homem tinha uma estranha força no olhar, nos gestos. Ele entrou na casa e pôs-se a ajudar as crianças, e a contar histórias de sua infância. O almoço foi simples, tudo o que havia restado da noite anterior foi requentado e distribuído em porções iguais, entre os presentes. O velho convidado também participou. Os portões da mansão estão abertos, homens todos de preto observam todos os movimentos, carros luxuosos entram pelo portão, lá no fundo a música sinaliza que a festa já teve início. José e a esposa seguem em direção a casa, já é tarde, alguns pacotes, uma sacola, e a caixa de ferramentas do pai. Todo vem ao encontro dos pais, menos o velho visitante. O brilho da mansão contrasta com a escuridão da casa simples e pequena. O barulho da música, a algazarra dos convidados se ouve a vários quarteirões. 

A família por alguns minutos observa a alegria, a movimentação na casa dos vizinhos. José, absorto em seus pensamentos, deixa-se levar pelas lembranças, pelos projetos,  pelas esperanças,pelos sonhos dos natais passados. Nada mudara, tudo permanecera igual, os filhos com veste surradas, morando na humildade de uma casinha onde nenhum tijolo sequer havia sido colocado. Ele, que construía palacetes, casas enormes, luxo. Por que tudo acontecia desta maneira? Por que uns com tanto outros sem nada, ou quase nada?Absortos em suas divagações, somente foram notara diferença quando retornavam para dentro da casa. Havia algo estranho no ar, a casinha embora modesta parecia envolta numa aura clara e brilhante, Lá dentro um brilho muito intenso, uma luz radiante. Foram entrando devagarzinho, havia acontecido uma grande transformação, a árvore de natal antes um amontoado de galhos agora era um pinheirinho organizados, com pacotes, reluzentes, a mesa estava posta, com diversas iguarias, moveis e utensílios pareciam ter adquirido vida. Na cabeceira da mesa, aquele estranho visitante havia passado por uma transformação incrível. No lugar das roupas velha e surradas agora ele vestia uma túnica branca, alva, os cabelos antes em desalinho agora estavam cuidadosamente penteados, um olhar meigo e sorriso terno. 

Chamou-os para a mesa, todos sentaram então aquele homem falou; meu pai ouviu suas preces, bem aventurados os pobres de espírito,pois a eles pertence o reino de DEUS.Trago-lhes boas novas, suas vidas serão mais alegres,suas penas suavizadas, suas dores terão alívio. Na humildade desta casa encontrarão o conforto, a paz, e a alegria que em nenhuma mansão existirá. O luxo, o brilho e as bebidas os presentes caros, nada disto traz a paz de espírito, que lhes trago. Depois disto, levantou-se ergueu as mãos, pediu a família que orassem. Lentamente aquele home começou a levitar, foi saindo em direção a porta, e começou a subir até sumir por completo no céu estrelado. Ao voltarem para dentro de casa notaram um pedaço de papel, nele estava escrito; Jesus, esteve neste lar.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012






Este texto, foi escrito em 2000,durante uma visita feita a um casal, que usava como moradia um forno de olaria. Foi publicado no jornal VS, e tive mais de duzentos pedidos de cópias solicitados. Aproxima-se o Natal, uma época de reflexões. Uma razão, para publicá-lo novamente.


Uma Escada para o céu

O ambiente escuro e úmido onde me encontrava seria o palco ideal para que ali fosse encenada uma peça, desde que o texto falasse sobre a miséria. Os artistas estão em cena, crianças famintas, todas em volta de um caixote, onde foi esfarelado um resto de bolachas. A única refeição do dia.O cheiro de mofo é insuportável.Tento erguer a cabeça para buscar o ar que falta e deparo com o telhado negro de fuligem.Vislumbro o causador de toda aquela estranha pintura, uma lata vazia de conserva com um furo faz-se de lâmpada e com sua luz amarela e bruxuleante ilumina o pobre cenário. A poucos passos dali, noutro cômodo da casa, a mãe observa o recém-nascido que dorme um sono de anjo sobre a cama de casal. Sou convidado a entrar, e fico de boca aberta com a cena: No meio de toda aquela pobreza, de toda aquela falta de alimentos e de roupas limpas, um bebê que parece ter saído de um clássico de TV. Linda, saudável e eu não tenho dúvidas em afirmar, naquele momento mil anjos estavam ao seu redor, pois apesar de toda aquela humildade (a cena destoava de tudo o que eu vira anteriormente) ele dormia tranqüilo e sereno.Resolvo ir saindo, na cozinha o cardápio já foi encerrado e meus pequenos atores já estão se recolhendo para o sono da noite dou uma olhada para dentro de um pequeno espaço escuro de onde se ouve uma voz acalmando alguém. Ali estão recolhidos os que compartilhavam a mesa, amontoados sobre um velho estrado de cama dividindo também a miséria de não ter onde dormir. Agora o carro começa a percorrer o caminho de volta, a minha frente as luzes da cidade contrastam com a escuridão da qual vou me afastando lentamente. Olho para traz e vejo a luz do candeeiro iluminando o casebre. Sinto um nó na garganta. Uma vontade voltar lá e pedir perdão àquela gente. Perdão por não poder fazer nada alem de escrever, de levar de vez em quando uma sacola de alimentos, umas roupas velhas. Perdão em nome de todas as pessoas que sabem destes problemas e não movem um dedo para poder resolvê-los, em nome de todos aqueles políticos cuja ajuda só aparece de quatro em quatro anos - não para ajudar, mas para buscar ajuda para se elegerem, ocupar cargos e sumirem pelas luzes da cidade.Eu não consigo entender. Se existem pessoas que são pagas para pensar em soluções, resolver problemas e aliviar estas questões sociais, por que tanto roubo, por que tantos desvios? Será que na hora de transarem estas ladroagens esta gente ignora que tem brasileiro morrendo na fila do SUS? Que existem crianças morrendo de fome e frio? Que tem brasileiros se alimentando de lixo?Fica muito difícil falar ou escrever sobre um tema desta natureza sem que se sinta na obrigação de bater forte na cara dos responsáveis por toda esta falta de respeito ao povo.
                                               Enquanto uns poucos vivem o céu aqui na terra, muitos brasileirinhos, no meio de suas tralhas, a luz de um candeeiro e dormindo amontoados como animais constroem bem devagarzinho, uma escada para o céu.