terça-feira, 31 de julho de 2012


Visita inesperada.
Tarde fria, a noite já se aproxima, um ventinho anuncia a necessidade de botar mais cobertores sobre a cama. Estavam na sacada da minha casa, quando vi passando bem junto a cerca, dois vultos, pequenos, mal de movimentavam. Olhavam de olhos arregalados para o cachorro, o Kiko, que latia sem parar. Olhei, e arrisquei um Oi? Responderam ao mesmo tempo em que me chamavam ali fora, no jardim. A princípio não entendi, falavam muito baixinho, quase sussurrando, pedi que falassem mais alto, então uma delas a menor falou: Não posso, falar mais alto é segredo. Pedi então que esperassem que eu ia descer para falar com elas. Mas, minha esposa que acompanhava o diálogo da janela, saiu primeiro e foi ao encontro delas. 

Quando cheguei bem próximo perguntei o que havia acontecido, responderam: Fugimos da Casa de Passagem. Como assim, fugiram, porque fizeram isto? Eles, os guris maiores estavam mexendo com a gente, então pulamos a cerca e fugimos. Mas, e agora o que vocês vão fazer? Perguntei. Nós só queremos um lugar para passar a noite, amanhã voltaremos para a casa de passagem. Pensei um instante e decidi, pedi a minha esposa que abrisse o portão e que elas entrassem, pois deveriam estar com fome. Na verdade eu queria ganhar tempo e confiança para buscar a solução do problema. Elas entraram, foram para a cozinha com minha esposa, pude notar então que estavam com fardamento da escola, mochilas, e com calçados nos pés. Não tinha aparência de fujonas, eram bem bonitinhas, mas pouco conversadoras. Ai, então, fazendo um lanche, começaram a fazer algumas perguntinhas básicas. 

Ganhamos a confiança delas, a maior, Bianca com onze anos e a menor Luana com nove anos. Enquanto se distraiam conversando com a Margareth, eu fui até o escritório, e fiz contato com o Conselho Tutelar, o conselheiro Kleber, atencioso, pediu alguns minutos e, em pouco tempo chegou. Mas a estas alturas nós já havíamos conseguido ficar sabendo o porquê de duas meninas, aparentemente sadias,sem problemas se encontrarem num casa de passagem. E as famílias? Ambas as tinham,mas Bianca, a de onze anos não podia viver com a irmã, única parente viva, pois já havia sido abusada pelo companheiro da irmã. Então fora retirada e enviada para o abrigo. Já Luana, com nove anos morava em Arroio do Sal com a mãe e nove irmãos, sendo que a mãe já estava esperando o décimo filho. 

Então, não havia mais dinheiro, muito menos lugar para ela em casa, foi trazida para a casa da avó em Sapucaia do Sul, que também não a quis e despachou como mercadoria descartável para a casa de passagem. Daí então, ali, a frente daquelas indefesas crianças comecei a reviver tantos casos de crianças desparecidas, e agradeci a DEUS ela terem batido justamente no meu portão. Então fiz ver a elas que minha filha , hoje com 24 anos não vai para a parada de ônibus, sem que a mãe ou o irmão a acompanhe, pelos perigos, isto que é adulta. Imagine duas meninas caírem nas mãos de vagabundos, que andam aos montes, obrigarem-nas a ingerir drogas, bebidas alcoólicas ou qualquer outra porcaria. Luana me ouvia com os olhos marejados de lágrimas, perguntei se gostaria de ser adotada, disse que não queria poder viver com a mãe. Já Bianca pareceu-me disposta a aceitar outro lar. 

Mas, também, com onze anos, já abusada, jogada num canto sem carinho de família, sem um pai, uma mãe, alguém em quem se apoiar. O conselheiro agradeceu, por termos ajudado, naquela tarde, havia acontecido uma debandada da Casa de Passagem e eles estavam loucos procurando pelas duas meninas. Ao saírem, me abraçaram e deram um beijo no rosto agradecendo. Senti uma tristeza tão grande, uma pena de não poder fazer nada mais do que oferecer um lanche, a algumas palavras. São seres humanos que não tem horizontes definidos, que expectativas podem ter estas crianças? Saem, do abrigo, vão a escola, voltam para o abrigo, e depois? Depois a mesma rotina. 

Despedi-me delas pedindo que todas as vezes que quisessem fugir, que não teria problema nenhum, corressem para a minha casa, aqui eu e minha mulher as acolheríamos, conversaríamos e novamente encaminharíamos ao seu lar, ou melhor, ao seu abrigo.

Obs. Os nomes são fictícios, para preservar a identidade das meninas, pois os fatos são0 reais.

segunda-feira, 30 de julho de 2012


A ESMOLA

A pequena mão se estende em minha direção, nela um saquinho contendo algumas cabeças de alho, aceno com a cabeça negativamente respondendo que não pretendo comprar, então com resignação àqueles olhos baixam e se voltam para outro cliente, e a mesma resposta. Resolvo então seguir aqueles passos movidos pela curiosidade, de quem procura talvez um motivo uma desculpa por não ter ajudado.

Então surgem em minha mente aquelas campanhas que nos incentivam a não dar esmolas, a não contribuir com crianças nas sinaleiras, a denunciar ou quem sabe até chamar o conselho tutelar, a policia.Enfim, fazer qualquer coisa menos ajudar, nosso pais é campeão neste tipo de lavagem cerebral fica muito mais fácil passar adiante o problema do que quem sabe estender a mão para com uma moeda proporcionar a compra de um pedaço de pão a quem está com fome.

É nesta hora que aparecem os falsos puritanos, os arautos que pregam o fim da caridade em nome dos programas de governo que buscam cada vez mais criar uma eterna e dolorosa dependência, ou seja,parece que nos agrada sobremaneira tomar conhecimento pela mídia que o governo acaba de criar mais um, vale coisa. E a gente já passou por tantos vales, vale gás, vale transporte, vale refeição tem vale para tudo, tem até o vale caixão para poder sepultar o indigente. 

Eu sei que todo mundo conhece a mecânica dos impostos e se a gente parar para pensar um minuto que seja na quantidade de dinheiro que passa para os cofres públicos num só dia fica até atordoado por não poder entender como é que não sobra dinheiro para que se possa aliviar um pouco o peso nas costas do povo. Eu recuso uma esmola porque me dizem que esta ajuda vai servir para comprar drogas será? Mas e o dinheiro dos impostos não acaba também virando uma droga de salário nas mãos de algumas pessoas? E você que recusa dar ajuda a aceita pagar para alguém cuidar de seu carro que está estacionado em via pública para que não seja roubado, riscado ou danificado, afinal a rua é publica e segurança é um direito você não pode ser bitributado, mas você concorda em pagar então no fundo é a mesma coisa.
                      

As estatísticas em todo o mundo nos apontam para um enorme aumento da pobreza, ou seja, cada vez mais um número maior de pessoas estão dependendo de ajuda, diminuem as áreas produtivas, a mão de obra foge do campo e vem somar-se a multidão de carentes e desempregados formando verdadeiro cinturões de miséria em torno das grandes cidades, e me dizem para não ajudar, não dar esmolas, passar o problema adiante, mas passar para quem? Para a igreja? De que forma se até para ser cristão e preciso ter dinheiro, para o governo? Também não da porque com certeza vai para alguma conta não tão pobre assim. É sabe de que mais eu ainda confio mais em mim vou comprar o saquinho de alho, chegar bem pertinho daquela criança e pedir desculpas por continuar a ser o eterno fantoche que só se move de acordo com os movimentos dos cordéis.


domingo, 29 de julho de 2012

Tenho vergonha.




Minha humilde homenagem a todos os políticos rafuagem da minha cidade.A todos aqueles em cuja cabeça este chapéu servir, sirvam-se.

De político sem escrúpulos.
De povo sem história, sem honra, sem dignidade.
Tenho vergonha .
De um povo que vive oprimido, que anseia por liberdade, mas que cala covarde quando é chamado a protestar.
Tenho vergonha, de meus pares.
Que olham, para o horizonte, mas que enxergam apenas um palmo adiante do nariz.
Tenho vergonha de soldados que declararam guerra, mas que, agora não se decidem a sair da trincheira.
Tenho vergonha de ver tanta gente pisoteada em sua honra, mas, que troca seu protesto por uma sacola de comida, uma promessa.
Tenho vergonha dos covardes que se locupletam, com a miséria alheia, que não se sensibilizam com as lágrimas de tantos esfomeados.
Tenho vergonha de ver tanta gente sobrevivendo do lixo, enquanto eu não faço nada para mudar tudo isto.
Tenho vergonha em sentir que a cidade que ajudei a construir, virou nisto que ai está, um lamaçal de corrupção, de gente covarde que não se anima, não reage, e que abre as portas aos crápulas, os mesmos que a mais de trinta anos, roubam, humilham, pisam na nossa dignidade, na nossa honra.
Tenho vergonha de ver que ninguém pensa no povo lutam apenas por si, um cargo, um salário, um posto. 
Tenho vergonha de ver que nossa cidade apodrece. Que a saúde pública está aos frangalhos, que a segurança está falida, que o povo está refém e que mesmo assim se omite na hora do enfrentamento.
Tenho vergonha de ter que admitir, que povo covarde, que não reage, não luta para ter de volta a dignidade,tem mais que continuar a viver no cabresto.
                                          

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Velho Rio dos Sinos


Quero fazer algo diferente hoje.Em homenagem a todos aqueles que como eu conheceram o Rio do sinos, alguns inclusive  até hoje costumam retirar de suas águas o alimento "ribeirinhos". A política fica para a próxima semana.


- Hoje, não tem carne, fiquem aqui que vou pescar uns lambaris. Era assim que minha mãe falava quando no auge da necessidade buscava algo para ajudar na refeição diária. Ela então atravessava a rua, descia o pequeno barranco e ficava alguns minutos ali a beira do Rio dos Sinos, bem em frente a nossa casa. A isca podia ser apenas pequenas migalhas de pão amassado contra o minúsculo anzol, que no improviso podia ser feito até com um alfinete dobrado em forma de gancho. Ou, para uma pescaria mais aperfeiçoada podia-se usar uma minhoca, cavada no fundo do pátio junto ao monte de cisco, eram gordas, lustrosas, carne de primeira para os lambaris, pintados,brancas, acarás. 

E, realmente bastavam minutos ali a beira da água para se conseguir uma fieira de lambaris, grandes e brilhantes. O Rio dos Sinos tem uma importância muito grande na minha infância, e o conheci com sua água límpida, cristalina. Era costume de a criançada sentar a sua margem com a água pela cintura , brincando enquanto a mãe lavava a roupa, nos “lavadores” uma peça de madeira com travessas, e um lugar para que a lavadeira colocasse os joelhos, e assim abaixada tivesse mais facilmente acesso a água. Enquanto esperávamos a diversão era colecionar pequenos peixinhos em uma lata de azeite, para depois devolve-los ao rio novamente. Era possível visualiza-los a quase um metro de profundidade. 

A alegria era ainda maior quando ouvíamos o apito da “gasolina” do Seu Lair apitar na curva do rio. Ele era vizinho, e quase sempre vinha bem próximo a beira do rio, pois costumava parar junto a margem e entregar frutas e verduras que trazia das bandas de Triunfo, de Taquarí. Era gostoso, para nos crianças, sobretudo porque a onda produzida pela embarcação fazia um verdadeiro alvoroço com as lavadeiras que tinham que firmar-se sobre os lavadores, ou então retirá-los da águas para que as maresias não os colocasse água abaixo.Depois de lavadas era colocadas para secar em grandes estrados de madeira, feitos com mata juntas, ou taquaras nos fundos das residências, conhecidos também como coradouros ou “cuaradores”. 

Depois, as roupas passadas, devidamente engomadas, eram acondicionadas dentro de uma espécie de pacote , geralmente feito com uma toalha ou colcha velha .Que tempo bom,quantas lembranças boas, coisas simples, pobreza com dignidade.Hoje fico triste ao ver meu velho amigo Sinos, tratado com está, muitas das vezes com as vísceras a mostra, fruto do desrespeito e da ganância. As lavadeiras, já não podem mais chegar até suas margens, grandes paredes foram erguidas para substituir a mata degradada pela mão do homem. 

É o preço que se paga pelo modernismo. Preço que se paga pela falta de respeito para com a natureza, que tudo nos dá de graça, mas, que nós, seres humanos, insistimos em desrespeitar só para mostra nossa falta de conscienti

quinta-feira, 26 de julho de 2012




Uma experiência útil.
Quero sugerir a você leitor deste blog uma experiência muito boa e fácil de fazer com relação as eleições deste ano. Todos nos sabemos que a vitrine é grande, as caras que aparecem ali, são as mais diversificadas. Umas querendo parecer santos, outros pobres diabos que não conseguem sequer disfarçar. Pois bem, são aproximadamente cento e setenta e cinco candidatos que vão disputar uma das onze vagas na câmara municipal.  Deste total retire, ignore completamente, todos os que já estão no exercício. 

Depois com muita cautela, sem amizades, sem parentesco, sem apadrinhamento, e levando em conta apenas o que você já conhece sobre os candidatos até aqui; Virtudes, defeitos, mentiras, mas faça uma análise criteriosa pesquisando inclusive se o tal cara estuda, como é sua vida em família, suas experiências passadas, seus empregos anteriores, a vivência política, participações em congressos, clubes, vícios, e monte sua própria câmara de vereadores. Coloque os onze nomes que a seu critério, fariam realmente uma mudança. Mas, atenção não leve em consideração esta bobagem de siglas, partidárias. 

Veja o exemplo de 2008, os mesmos que acusavam o PT de ladroagens, mensalão, dólares nas cuecas, hoje desfilam abraçados num carro de som fazendo novas promessas. Escolha as pessoas, até porque está mais do que provado agora de que o menos importante para certas pessoas é este negocio de sigla. Depois de feita a sua escolha, coloque num envelope e guarde para o final das eleições. Você deve estar me achando chato com este papo, não é mesmo? Posso lhes garantir que é uma coisa muito boa, um experimento muito prazeroso, e podem crer, vai lhes ajudar a escolher o seu candidato com muito mais facilidade.

 Sabemos que o ideal numa democracia é de que nenhum dos lados, oposição ou situação tenham maioria, mesmo assim esta “maioria” se busca através da chamada “governabilidade” com uma câmara mista, sem siglas majoritárias este trabalho ficaria dificultado, até porque a moeda de torça sempre será a distribuição de cargos nas mais diversas repartições. Tenho certeza de que este tipo de pesquisa, vai mostrar a você muitas novidades que estão por detrás dos tradicionais santinhos. Vai mostrar, por exemplo, que muitos senhores honoráveis tem um passado nada recomendável, uma vida cheia de altos e baixos, relações familiares tumultuadas, enfim, coisas que jamais vão ser impressas no santinho que você vai receber.

As responsabilidades que se incluem no ato de escolhermos candidatos, não podem de maneira nenhuma ficarem alheias, afinal , já escrevi várias vezes isto, se nosso candidato vier a cometer delitos, roubar, corromper, desviar recursos, de certa forma nos seremos responsáveis. Da nossa escolha certa, depende o futuro de nossa cidade. Diga não ao continuísmo, diga não aos mesmos de sempre. Diga não aos oportunistas da hora, diga não principalmente a todos aqueles que irão se apresentar a você como dono da verdade. Planos e ações do governo federal, não é vantagem pra ninguém, é obrigação. 

Construir casas, financiar, asfaltar ruas, facilitar a vida das pessoas isto tudo é OBRIGAÇÃO. Para isto existem os planos de governo. Ora, se na hora de pedir votos eles prometem, então cumprir as promessas não representa vantagem nenhuma, estão apenas cumprindo com o seu dever.. Eleja, participe, mão não reeleja ninguém que já tenha passado pela Prefeitura e ou câmara nos últimos TRINTA ANOS.         

quarta-feira, 25 de julho de 2012




O meu candidato.
Nunca escondi de ninguém, que sou brizolista, também não é segredo para ninguém que sou um tanto quanto bicudo, gosto de dizer na cara aquilo que penso, tenho lá as minhas manias as minhas convicções, e acredito mesmo que não vá mudar. Cresci assim, vou viver assim, e não me arrependo do jeito que sou. Logicamente  o candidato ideal não existe. Mas cada um de nós pode e deve analisar todos os pretendentes, suas qualidades, seus defeitos, seus projetos, a viabilidade destes projetos, se eles são na verdade atribuição de  um prefeito, ou de um vereador assim como estão sendo apregoados. 

A escolha de alguém que vai ter a incumbência de nos representar, de legislar em nosso nome vai muito alem do que ser amigo, bonito, bom de conversa e ou ser peitudo. Por detrás de cada eleição, de cada candidato está um homem, ou mulher, de carne e osso com virtudes e defeitos, que podem aflorar a qualquer momento. A democracia se nos apresenta facilidades, liberdades e oportunidades. 
É através destas várias opções que vamos exercitar o nosso direito de escolher quem deverá administrar nossas cidades, nosso estado, nosso país. Quando questionamos atitudes, quando cobramos ações,quando levantamos suspeitas, não costumamos olhar para traz e fazermos uma “mea culpa”. 

De quem realmente é a culpa por aquilo estar acontecendo? Será que verdadeiramente eu não tenho nada a ver com isto? Como é que esta pessoa chegou lá?Geralmente nos grandes movimentos e de crise, nos ocupamos em pedir a cabeça dos responsáveis, mas, quem de nos lembrou alguma vez de que a cabeça que pode vir na bandeja se a nossa própria? As pessoas que ocupam cargos eletivos, só estão lá por escolha de alguém, e a estas pessoas cabe a responsabilidade dos atos e ações desta gente. Por isto se insiste tanto na responsabilidade que envolve o simples ato de apertar o botão na urna eletrônica. Há quando anos nossa cidade vive sob as asas dos mesmos políticos? São os mesmos nomes sempre.

 Será que se tivéssemos trocado estas pessoas Sapucaia do Sul não seria uma cidade realmente diferente? Novas pessoas, novas ideias, cabeças limpas, sem rabo preso, sem trapaças, sem chantagens. E porque isto ainda não se concretizou? Pelo simples fato de que eternamente somos escravos do voto amigo, do voto dos favores pessoais, das sacolas,dos terreninhos, das casas do governo, do passeios, dos bailes, dos remédios. Via de regra o candidato de hoje ou é o mesmo da eleição passada, ou então é parente, ou indicado por alguém que já está cansado de mamar e agora indica o seu substituto. Isto se chama o sistema da roda viva. A cada eleição nos é apresentada a chance de mudar, mas, continuamos atrelados ao assistencialismo, a facilitação das coisas, seja por amizade,interesses próprios, até mesmo preguiça de investigar a vida do candidato. 

Tem algumas dicas que podem ajudar aquelas pessoas que desejam realmente limpar a política. 1 – Ninguém muda de perfil, pessoal por eleger-se a alguma para alguma coisa,  muitas das vezes até piora. 2- Poder econômico quando usado em demasia não que é mais inteligente do que os outros, apenas que tem mais dinheiro, e isto é perigoso. 3 – O verdadeiro candidato constrói sua base eleitoral, calcado em projetos, ações, exemplos prático. O bom candidato não àquele que de quatro em quatro anos se apresenta com uma bandeirinha no ombro, um sorriso amarelo e um santinho, o bom candidato é aquele que te ouviu, quando procurado, aquele que não mediu esforços para ajudar não só a ti mas a comunidade.

 4 – Ninguém que realmente tenha vontade de realizar projetos e melhorar a vida de uma cidade vai precisar de oito, dez, vinte anos de mandato. Se não fez em quatro é descartável. 5 – Desconfia daquele que se apresenta agora como candidato se ele fundou alguma coisa para criar vínculo (igrejas, ONGs, Fazendas de acolhimento) com a cidade. Certas pessoas não tendo argumentos, muito menos clareza de convicções fazem uso destes estratagemas. 7 – Desconfiem dos tais “planos de governo” geralmente eles te serão apresentados poucos dias antes das eleições, é justamente para que não tenha tempo de inquirir o candidato sobre a viabilidade daquilo tudo que está escrito ali, (olha o exemplo do Ballin). 

De nada adianta  encher laudas e mais laudas de coisas sem nexo, sem propósito, irrealizáveis.8 – Normalmente, que faz o projeto de governo de um candidato, é a sua equipe. Ai pergunto: Alguma vez você já foi convidado a fazer parte de alguma destas equipes? Já foi sondado sobre os problemas da tua vila, do teu bairro? Nunca, pois é, mas o voto para colocá-los no posto chave, eles querem não é mesmo? Então avalie muito bem o nome que vai escolher. Quanto a mim,  meu candidato? Posso lhes garantir que ainda não apareceu.

terça-feira, 24 de julho de 2012



                                  Diógenes, também procurava um Homem
A mídia e a boa aceitação.
Antigamente, as campanhas eleitorais eram muito mais, vamos dizer, simpáticas, a propaganda era feita ao pé do ouvido, vizinho para vizinho, os parentes apresentavam sua preferências nas reuniões familiares. Não havia discussão, até porque se alguém levantasse a voz a conversas era encerrada e ponto final. Não havia tantos disque disques, tantas acusações. O candidato que tinha alguma coisa contra si era por ser realmente bandido, e contra ele ninguém se atrevia. 

Hoje, recebi um comentário pelo facebook, onde um amigo, que por sinal faz parte de uma chapa concorrente aqui no município, me contesta num ponto de vista. Reconhecidamente a chapa deste meu amigo é a mais fraca, e a que realmente tem as menores chances de eleger-se. Mas, diz, ele, estamos tendo muito boa aceitação nas vilas e bairros, quero ver ,no final, se tens razão no que diz. Então me concentrei nesta frase – “estamos tendo muito boa aceitação” , realmente o que poderia significar ter uma boa aceitação? Um sorriso do vizinho que nos recebe no portão? Um aperto de mão do conhecido? A buzina do carro que passa? O cidadão que ouve pacientemente as ladainhas dos candidatos, as promessas, a velha conversa fiada? 

Será que realmente isto significa aceitar alguma coisa? Aquela velha prática da qual falei lá no início, é coisa do passado. Antigamente a gente até podia tentar vender o candidato, mostrar o lado positivo de cada um, as qualidades que o meu tem e que o outro nem sequer conhece. Mas isto era antes, agora, estes conceitos não servem mais. As mercadorias que são oferecidas no portão de nossas casas geralmente já estão alteradas,maquiadas,devidamente empacotadas e embrulhadas para presente. Hoje já não se decide mais pela propaganda ao pé do ouvido, a mídia se encarrega de preparar o produto. Tudo o que temo de fazer é escolher qual destes nos vamos oferecer. 

E não adianta procurar por qualidade, todos tem as mesmas qualidades, propriedades finalidades de uso, tudo é meticulosamente estudado e preparado até a hora da apresentação a sua porta. Daí, você, como bom consumidor olha a embalagem, tudo bonito, muitas cores, e sequer presta atenção nas letrinhas bem miudinhas que lhe informam o que contém aquele pacote bonito que você está levando. E não adianta a vizinha lhe alertar para a baixa qualidade, os defeitos, as contra indicações, os males que aquilo ali pode lhe proporcionar. A embalagem é bonita e pronto. É assim que ocorre numa eleição, a mídia nos prepara os pratos a serem servidos. 

Dependendo da equipe de marketing, é possível transformar um crápula num herói, um demônio, num santo, e um verdadeiro tirano num paladino da justiça. A mídia se encarrega de fazer a varredura da vida e das ações, tanto do candidato que vai vender, quanto dos opositores. Ai vale tudo, desde pesquisas em jornais, revistas, vídeos, processos passados, pareceres de técnicos vale tudo mesmo. A única coisa que não levamos em conta é o verdadeiro conhecimento que temos, as experiências passadas com os candidatos que ora se nos são apresentados. Compramos e levamos a mesa o pão industrializado, sem darmos a mínima importância ao pão preparado no forno a lenha caseiro, feito por mãos conhecidas. Vamos consumir o produto que a mídia nos apresenta, o do rótulo bonito cheio de cores. 

Se, em sua fórmula estão alguns ingredientes indigestos que podem até me prejudicar não tem a mínima importância, eu quero aquele que me foi indicado como o melhor, muito embora no meu íntimo eu tenha convicção de aquilo não passe de uma grande porcaria. Se é verdade ou mentira todos estes meus argumentos é só prestar atenção num detalhe: Quem,de todos estes candidatos até agora se apresentou com sua verdadeira cara, assim, aquela foto três por quatro nua e crua com todas as imperfeições, mas que realmente é a minha cara. Ninguém, isto mesmo ninguém mostra verdadeira cara. Primeiro a minha cara vai ser apresentada a minha equipe de vendedores, a mídia. Vão retocar, dar brilho, implantar cabelos, ajeitar o bigode a barba, até um sorriso são capazes de implantar no rótulo. 

O negócio é vender, e imagem desfocada, humilde, verdadeira, não vende. Tem que haver maquiagem. Por tudo isto não confio neste negocio de “boa aceitação” 

sábado, 21 de julho de 2012

Probabilidades











Passados já quase um mês do início da campanha para as eleições no município, e, levando em conta o movimento fornecido pelos diversos contatos em todas as vilas e bairros da cidade, quero modestamente, fazer um estudo das probabilidades que poderão ocorrer. Mas, chamo a atenção de que isto são apenas hipóteses, não se trata de campanha para A ou B. Fica claro desde já que a disputa vai se concentrar entre dois candidatos, Ballin, e Marcelo. As três restantes chapas,(Paulo Borges,Ibanor,e Lourenço) vão apenas servir de cata votos cada uma tentando enfraquecer uma das duas chapas principais.

Agora vamos relembrar a eleição de 2008, em seus últimos dias. As pesquisas apontavam para a vitoria do Ballin, mas, com índices considerados muito perigosos, já que Scopel se insinuava com algum percentual. Estes percentuais,mesmo mantidos em sigilo,poderiam servir de fiel na balança para determinar a vitoria. A outra chapa encabeçada por Brochier, não chegava a intimidar ninguém. Então, no final da campanha aconteceu o que ninguém (os ingênuos) acreditava acontecer. Scopel, vendo que suas pesquisas apontavam para uma derrota procura, atira-se nos braços do Ballin. Se a vitoria de Ballin deve-se aos votos captados por Scopel, nunca ninguém vai poder provar, mas uma coisa é certa. 

 O PTB do Scopel saiu muito mais prestigiado do que se tivesse enfrentado as urnas. Agora, neste ano o que poderá acontecer. A chapa do PDT/PSB sabe que não tem forças para chegar a prefeitura, a mesma coisa com o DEM do Paulo Borges, e o Lourenço do PTB. Vamos ver quem poderia jogar a toalha. O Ibanor, eu não acredito que o faça, até porque foi ferrenho e combativo com o Marcelo Machado, e no final deste mandato rompeu com o Ballin, acredito que vá apostar na candidatura da Madalena, pois com pelo menos um vereador poderia, quem sabe ensaiar alguma coisa a nível de câmara de vereadores. 

Já no caso do DEM as chances seriam de atirar a toalha e dar de bandeja o apoio a Marcelo Machado, até porque Paulo Borges tem fortes raízes, com o ex- prefeito. Depois há que se considerar, que a Prefeitura voltaria novamente aos idos de 2004 com as mesmas figuras, com os mesmos personagens. Resta o PTB de Vilmar Lourenço. É uma incógnita o que pode acontecer, pois vai depender da ocasião. Se, vejam bem, se a candidatura do Dr. Vilmar, é uma coisa solida, sem interferência do Scopel, onde o candidato é que dita as regras, eu, por uma questão de ética não acredito que Lourenço entregue os votos nem para um nem para outro. 

Vai apostar no resultado como um todo. Já se a candidatura é mais uma das várias alternativas do Scopel de se manter na crista da onda, daí meu velho pode acontecer qualquer coisa, vai depender somente da barganha que for oferecida, os cargos que serão negociados. Os venenos, que poderiam interferir nestes casos de desistência seriam as afinidades, ou as não afinidades entre as diversas chapas. Os tempos, temos que admitir, são outros o PT inimigo mortal do PMDB, agora desfilam agarrados como irmãos siameses, quer dizer as tais guerras antigas eram na verdade só fumaça, para engabelar os trouxas. Já o PDT não tem nenhuma afinidade com nenhuma das chapas com mais poder de votos, até porque ficam numa sinuca de bico. 

O atual vice prefeito, que (teoricamente) rompeu com o prefeito por não concordar com o escanteio que levou, não poderia num último arroubo atirar-se para o colo de quem tanto critica, seria incoerência demais.Por tudo isto acredito que a tão sonhada mudança que o povo desta cidade anseia não será desta vez. Não só pelo fato de eleger este ou aquele, mas porque os candidatos são os mesmos de sempre. Como brizolista, insisto na minha teoria de que se nós tivéssemos nos mantido unidos, sem interferências estranhas, e com o devido reconhecimento aos que batalharam para a eleição do Ibanor como vice, agora o cenário seria outro. 

O PDT estaria dando as cartas, e sendo cortejado por todos os outros, e com certeza 2012 seria o ano da virada. É uma pena, não deu.  

sexta-feira, 20 de julho de 2012





Um esclarecimento.
Seguidamente recebo emails de pessoas , amigos que me questionam o seguinte: Se você tem tantos planos, se você deseja tanto a mudança, então porquê você nunca candidatou-se a algum cargo? Boa pergunta. E respondo. Primeiro, me considero um vencedor, eu nunca conheci derrota nas empreitadas que o destino me colocou. Quando tinha 03 meses de idade, um nenê sadio, forte, saudável fui acometido de pólio. 

O médico e as comadres me deram apenas alguns minutos de vida. Inclusive, como era o costume, colocaram uma vela na cabeceira do berço para que o nenê não morresse na escuridão. Já lá se vão sessenta e nove anos. Depois escrever. Outra batalha. Sou canhoto, e segundo alguns, minha letra é linda. Fiz um curso técnico, fuiz concurso para uma das estatais mais ricas deste estado a CEEE, concorrendo com muitos outros, tirei nota máxima em datilografia ( e isto que eu sou dedógrafo) Venci quatro vezes a eleição para a delegacia do SENERGISUL, fui diretor de segurança no trabalho. 

Trabalho desde os quatorze anos, e agora sou aposentado (muito bem, graças a DEUS). Sem dívidas, Casa própria, carro quitado, dois filhos formados. Como podem observar nunca soube o que é ser derrotado, isto que sou, na opinião de alguns, um deficiente físico. Eu jamais poderia ser vereador em Sapucaia por um simples motivo, não tenho preço. Não tenho rabo preso, e quando quero alguma coisa eu consigo. Porém, aqui em Sapucaia, eu conheço muito bem, os esquemas. Aqui, na cidade para se dar bem o cara tem que ter estômago de avestruz, tem que comer de tudo. E, o meu estômago é muito sensível. 

Aqui, para ser vereador tem que rezar pela orações dos outros, e eu tenho minhas próprias rezas. Tem que andar de cabeça baixa em sinal de respeito, e eu tenho o pescoço duro, não baixo a cabeça pra ninguém, nem mesmo para o papa. Aqui na cidade vereador obedece ordens superiores, eu só conheci um superior hierárquico até hoje, meu pai, e infelizmente já faleceu.Aqui, a corriola se vende por qualquer preço, e vende,troca,financia apoio em troca de cargos para parentes, amantes, e outros. Eu tenho família, respeito minha mulher e filhos, e se alguém, a qualquer tempo tentasse falar, ou mesmo insinuar qualquer coisa contra qualquer uma destas pessoas, levava um tiro no meio da cara. 

Tenho, curso de tiro, e atiro bem. Então, levando em consideração todos estes argumentos, eleger-me vereador seria para mim o fim de uma carreira de sucesso, de tranquilidade, de paz. O meu mandato eu exerço daqui, do meu escritório, pelo jornal, pelo blog, pelas redes sociais. São incontáveis contatos, amigos e colaboradores que me põem em dia a todo minuto. Vou continuar assim, é bem melhor. 

Caminhando de botas cano alto, para evitar cobras e com máscara no nariz para não sentir o cheiro de podre que alguns “amigos” estão exalando. Mas eu não desisto. A justiça é um prato de não se come,, nem quente nem frio, ela pertence a Deus, e ele não erra, nunca

quinta-feira, 19 de julho de 2012




Quem dá mais?
Eu não queria, mas tenho que comentar uma coisa que está  atravessada na minha garganta. Como esta vida de politicagens da voltas. A cada dia se comprova mais e mais a total falta de critérios quando o assunto é o apoio a este ou aquele candidato. Sempre falei, que o principal problema daqui da cidade é o clientelismo político, quer dizer, o cidadão não está nem ai para a qualidade do candidato, não quer nem saber se o fulano tem ou não alguma coisa a ver com a ideologia da sigla a qual está atrelado. O único interesse é o financeiro, ganhar alguma coisa, apoiar para receber. 

Não interessa o quanto isto possa custar na vida futura. Eu apoio porque quer o algo em troca. Tão logo haviam sido empossado, Ballin e Ibanor, o diretório do PDT, que mantinha sempre a média de vinte trinta pessoas, passou a ser pequeno, uma onda de “trabalhistas” começou e verter do chão. E o engraçado é que alguns trabalhistas eram os mesmos que dias antes agitavam bandeiras por partidos e candidatos totalmente diferentes. Mas, eles agora mudavam de casa, largavam os amores antigos, e se lançavam nos braços do PDT. A medida que alguns cargos eram distribuídos aumentava a frequência. 

E foi assim que muitos que não sabem sequer o nome completo do Brizola viraram trabalhistas ferrenhos. Mas, veio a crise, o desprestigio, o prefeito afundou o município num marasmo que até os antigos companheiros começaram a ver um buraco abrir-se sob seus pés. Hoje, vê-se claramente que as bandeiras do partido já não tremulam mais em muitas mãos conhecidas. Os cargos, poucos é verdade, que o PDT, conseguiu extrair, não parecem ter sensibilizado alguns filiados, que ao primeiro sintoma de cisão se bandearam de mala e cuia para os braços do PT, o mesmo PT que os humilhou, o mesmo PT que tratou a todos os aliados com escravos, relegando cargos de terceira e quarta categorias, com a querer mostrar superioridade. 

Isto não tem a mínima importância, novamente a bandeirinha da estrela vermelha toma o lugar da bandeira trabalhista. Quantos são aqueles que se mantiveram durante quatro anos no poder, sugando na vaca gorda da mãe prefeitura agora vão retribuir, com uma campanha aguerrida pelos candidatos da sua sigla mãe? Onde é que estão os trabalhistas de fé, os primeiros que foram chamados para cargos? Eles estão em sua maioria bandeados para outras siglas, e pior ainda, prestem atenção “trabalhistas”, fazendo campanha por outros candidatos, não do PDT. Por detrás de tudo, ou de todos estes, está o interesse particular, uns precisam terminar a faculdade, outros querem entrar na faculdade e outros ainda porque acreditam seriamente que o atual prefeito consiga reeleger-se e assim emendar mais quatro anos de mamata. 

Foi-se o tempo em que se fazia campanha, pela filosofia do partido, ser admitido no quadro de filiados, exigia um pré analise bem como um estudo das origens do candidato. Hoje tudo isto ficou no fundo de um baú, cheio de cupins. Hoje a mola mestra se chama interesses e é em nome deles que se negocia. Alcançamos já a estas alturas do campeonato, cerca de vinte e nove siglas,mas, não tem problemas, caso eu não queira, nenhum destes, seja por qual for o motivo, eu fundo uma sigla, crio uma moeda de troca, e a partir daquele momento já estou devidamente gabaritado a participar. Hoje é assim, as cores das bandeiras, não significam mais nada. 

A historia, os vultos, as lutas passadas , as conquistas, os debates, isto vira peça de museu. Servem apenas para que no futuro os pais mostrem a seus filhos como exemplos de atrazo. Hoje os tempos são outros. A política agora a gente trata como futebol, se o cara é bom a gente compra o passe dele, ele assina ficha e já sai candidato. Amanhã, quem sabe onde poderá aparecer esta figura, no mundo globalizado das modernas ideologias ninguém é de ninguém todos são maleáveis, desfilam como manequins de carne e osso numa grande vitrine, abaixo um letreiro convidativo: QUEM DÁ MAIS? 




O sonho do Bedeu.
Pois, ontem recebi a visita do meu amigo Bedeu, isto mesmo, o nome dele é Bedeu. Não me pergunte em que o pai e a mãe dele estavam pensando quando inventaram de dar este nome ao rebento. Agora cá entre nós ele tem mesmo cara de Bedeu. A visita, um tanto quanto inusitada, era para me contar uma novidade. Inusitada porque eu e este amigo costumávamos nos falar costumeiramente por telefone, raríssimas foram às vezes em que falamos, cara a cara. Mas, havia uma novidade então, tinha que ser olho no olho. 

Bedeu havia sido convidado a concorrer a vereador, e o pior tinha aceitado. Para que vocês que não conhecem o  meu amigo eu faço uma pequena apresentação. Ele é baixo, gordo, a cara é redonda. Quase que totalmente careca apesar de ter tão somente 35 anos, e usa óculos do tipo fundo de garrafa. Concentre-se, para que a imagem apareça na tela dos teus pensamentos, pois é isto ai que você imaginou agora é candidato a vereador pela sua cidade. Disse que precisava de uma ajuda, da minha pessoa, queria que eu criasse uma “música de campanha”. 

Ponderei em primeiro lugar que não sou músico, tenho realmente alguma facilidade para compor alguns versinhos, mas daí a embalar a candidatura do Bedeu, tinha muita diferença. Eu pago, disse ele, to montado na grana cara. O partido me emprestou uma grana, vão me doar até santinhos, vou forrar os bolsos. Ele derramou uma cascata de argumentos, até que enchi o saco e explodi: Pare, por favor, pare. Deixa-me fazer algumas perguntas pelo menos. O que você sabe sobre o cargo de vereador? O que você entende de política? Qual é a filosofia do partido que você apoia? 

Quais são os teus projetos, os teus planos, as tuas ideias, quem mais alem de você sabe que és candidato?Olhos arregalados, ele só me ouvia não falava nada. Quando finalmente caiu a ficha balançou a cabeça e disse. Eu não tenho, e não sei nada disto que tu falaste cara, ninguém perguntou nada, só apresentaram o meu nome e disseram que o salário era legal. Eu não tinha que me preocupar com nada, eles me dariam todos os apoios, inclusive projetos, tudo eles fariam eu só apresentaria. Hã, e tu acreditou?e aceitou? Cara tu estás sendo feito de bobo, os caras vão apenas te usar, você é praticamente analfabeto, não tem amigos, não tem eleitorado, eles viram em você apenas alguém que pode servir de ferramenta, como tantos outros que já existem. 

Você vai caminhar, vai visitar pessoas, vai impor nomes de gente que mal conhece, tu já pensaste na responsabilidade disto tudo? Pense bem, e se o teu candidato for um corrupto, um mercenário político, um crápula, você será um cúmplice por quatro anos, será cobrado pelos teus amigos, vizinhos, parentes. Será que vale a pena correr este risco? Meu amigo só coçava a cabeça, limpava os óculos e me encarava. Eu estava vibrando, estava conseguindo evitar mais um vexame.

Mas, não quis matar o sonho do Bedeu de vez, ele havia vindo buscar ajuda, um jingle, então vá lá ,perguntei se conhecia a musica do “atirei o pau no gato..” disse que sim, então rabisquei num papel, e entreguei a ele a nova letra: Atirei meu voto fora,e o prefeito se elegeu, mas o cara só trampeava, e o povo se Fu....(censurado).
E, como tem Bedeu's.

terça-feira, 17 de julho de 2012


Mercadores de ilusão 2
Desde que me conheço por gente escuto que Sapucaia do Sul tem que mudar, que os políticos (de uma maneira geral) são ladrões, mas até hoje não vi uma mudança que fosse para dar uma virada de mesa e fazer algo acontecer de forma radical. Não sei se por comodismo, por preguiça ou só por interesses mesmo, a verdade que a cada eleição é este banzé, esta zorra e na janela quem acaba aparecendo são sempre as mesmas caras. Já escrevi que acredito que neste município haja uma praga rogada por alguém com muita força. 

Os candidatos daqui da cidade não encantam mais ninguém, a gente não consegue ver nestas caras debochadas que os santinhos nos apresentam alguma coisa de novo. Sempre as mesmas promessas, mudanças, melhorias, novos planos, saúde, segurança, moradia, emprego. Não se vislumbram projetos alguma coisa que pudesse dar aquele ar de novidade. Não sei se é só comigo que acontece, ou se é só em Sapucaia este ar de marasmo. A própria campanha é um fiasco, apenas um dos candidatos parece estar concentrado em mostrar alguma coisa. Os encontros, os bandeiraços então nem se fala. 

O prefeito ao final de expediente pega os bando de CCs, da uma bandeira para cada um e manda ver. Mesmo assim é ridículo, ninguém demonstra confiança, otimismo, todos estão ali para receber os seus salário no fim do mês e tentar de alguma forma renovar o mandato, vergonhoso deste senhor. Sinceramente, se eu tivesse um milhão, jamais jogaria numa campanha, ainda mais sabendo que é uma aventura inglória, sem as mínimas chances. Compraria um sítio lá para bandas de São Chico e iria curtir o inverno ao lado de uma lareira, um chimarrão, e uma caipirinha. 

Estive fazendo as contas, baseado naqueles valores declarados ao TRE. É impressionante, aqui no município vai rolar nada mais nada menos do que quase DEZ MILHÕES de reais. Não existe candidato com vontade de gastar pouco. O maior valor declarado até agora é da chapa do vice, que apesar de fragilíssima está colocando a cifra de UM MILHÃO para conseguir um lugar ao sol. Tenho uma teoria sobre política que é muito diferente disto tudo que ai está. Primeiro, o candidato tem que inspirar confiança, ele tem que transmitir uma força de trabalho capaz de fazer o eleitor mudar até de voto. Quando se trata de candidato que já desempenhou um cargo, então fica muito mais difícil, pois a verdadeira campanha já deveria ter sido feita através das ações, dos projetos propostos e concretizados, através de sua firmeza em defender posições a até mesmo de impor-se nas horas de aperto. 

Ora, se não fez quando podia quer o quê agora? Nas notícias que chegam dos mais diversos bairros, através de emails, nota-se um descrédito dos eleitores, muitos inclusive evitam sair para a rua, para cumprimentar os candidatos, via de regra isto só está acontecendo quando o candidato é daquela rua. Mas a novidade é que em alguns bairros onde o Ballin, na eleição passada teve quase que a totalidade dos votos nas secções eleitorais, agora aparece uma aversão a figura do político. No mais não aparece qualquer mudança no perfil das conversas, entre amigos, nas rodas de bar, barbearias, e até mesmo nas associações de moradores. Ninguém abre o jogo mas, quando se insiste e fala em situação, os contrários são maioria. 

Talvez seja pelo fato de que ninguém queira abrir o voto até porque as eleições estão longe, e a possibilidade de viradas espetaculares existe, ainda acenda em alguns a esperança de um cargo com o futuro administrador. A corrida até aqui apresenta os mesmos lugares demonstrados quando da largada. E notem bem, não estou fazendo apostas, muito menos apresentando dados, estou apenas relatando o que me chega através dos meus contatos. É bom sempre lembrar, porque pode algum imbecil de plantão inventar de criar caso. Eleitor amigo, Sapucaia merece coisas melhores do que tudo isto que já apareceu. Não jogue o teu voto fora, eleja, mas, não reeleja ninguém que já tenha aparecido antes como salvador da pátria.

 Esta é a hora de cortarmos este ciclo dos mesmos de sempre. Examine muito bem o candidato, principalmente a vida em família, os hábitos, os costumes, as amizades, do jeito como ele vive, e preste muita atenção aos projetos apresentados. Cuidado, muito cuidado, já tem diabinho se apresentando com anjinho, é só prestar atenção.  

sexta-feira, 13 de julho de 2012

A EMPRESA




Quero convidar você a fazer um pequeno exercício, com o qual pretendo clarear um pouco mais, a grande responsabilidade que está por trás do simples ato de depositar o voto na urna. Vamos imaginar que você é proprietário de uma grande empresa. Esta, foi criada por familiares, há décadas e agora compete a você fazer o gerenciamento.Ela produz artigos da máxima importância para a sobrevivência das pessoas. A própria convivência em sociedade fica seriamente abalada se a sua empresa, por qualquer motivo vier a perder o nível de competência de produtividade, em resumo, vier a abandonar de vez a qualidade na prestação de serviços. 

Como bom administrador, é claro, sua preocupação vai recair sobre o quadro de colaboradores com os quais vai dividir as responsabilidades que cada setor deverá acolher. Assim, é muito importante prestar atenção em todos os departamentos, pois dentro do ambiente projetado, é da competência de cada um extrair o máximo de rendimento para que lá no fim o somatório de todos apareça na forma de lucros. Vamos imaginar um organograma simples, gerência, contabilidade, tesouraria, recursos humanos, produção, vendas, expedição. Você está montando este esqueleto e tem na cabeça que cada nome, cada cargo tem sua importância. Ai eu faço uma pergunta: 

Quais seriam os critérios que seriam adotados para fins de seleção e recrutamento destes funcionários? A empresa é sua, existe todo um aglomerado de responsabilidades das quais somente você será o responsável. Qualquer erro vai se refletir lá, sobre a sua mesa. Desde as gerencias, passando pelas chefias, de departamentos, funcionários das linhas de produção e expedição todos deverão trabalhar de forma organizada, e em total sintonia. Claro, é um momento difícil,muitos serão os candidatos, uns com muita prática, bons currículos , outros sem nenhum conhecimento, currículo montado as pressas, má vontade. Está lançado o desafio: 

Que tipo de colaborador você faria questão de colocar na sua empresa? Claro que a resposta não poderia ser outra, escolheria os mais preparados profissionalmente, aqueles que conseguissem nas provas aplicadas, atingir os melhores resultados. Pois é, nas empresas é assim que se age, é assim que se faz uma seleção dos melhores, é assim que se monta um time, é assim que se busca o melhor. Por que então não fazermos o mesmo com relação a política. Nosso município é uma grande empresa,muitos são os desafios, não podemos delegar poderes, e postos de comando para pessoas sem preparo,sem conhecimento, sem perfil, sem currículo sério,honesto e de respeito. 

Se, na iniciativa privada, é tão difícil a seleção dos melhores, e onde o salário não é ,na maioria das vezes, o melhor o que dizer no emprego público onde não existe controle efetivo de nada, e como se sabe o salário de cada um depende, as vezes, até de um belo par de pernas a mostra. Temos que aprender a exigir qualidade. Você vai a supermercado, você compra alimentos vencidos? Não. Você quer o melhor, e assim é com roupas, eletrodomésticos, material de construção. Estamos sempre exigindo qualidade, em tudo menos na política. Ali vale qualquer droga, não nos interessa, saber se presta ou não, o currículo não existe, há, mas o cara é legal, ele já me ajudou. 

Gente, estamos fazendo uma seleção para a nossa empresa (cidade) tem muitas vidas em jogo, tem muitíssimos interesses por de traz daquele botão. Desde o gerente (prefeito) até os colaboradores (vereadores) e a nossa responsabilidade não pode ser atirada no lixo. De uma escolha com critérios vai depender o futuro de muita gente. As leis criadas por estes senhores serão aquelas que vão ordenar nossas vidas, o dinheiro de nossos impostos vai passar pelas mãos do prefeito para que ele produza benfeitorias para todas as pessoas. Não podemos delegar poderes de rei a que não tem competência para ser pastor de ovelhas. 

Pense bem, quem elege somos nós. Feche os ouvidos para bobagens, papagaiadas e promessas. Estude com carinho cada cara que se apresenta, cada proposta, veja se existem coerências entre aquilo que é ofertado com aquilo que realmente é carência no município.Cumpra o seu papel; Eleja, mas não reeleja, quem já passou pelo serviço público pelo menos nos últimos trinta anos. Vamos modificar o quadro de colaboradores da nossa empresa. 

quinta-feira, 12 de julho de 2012

O jogo.




“No jogo da política, nunca jogue tuas melhores cartas de início. Guarda-as para as últimas cartadas, assim poderás surpreender o adversário.”
Realmente, é assim que funcionam as coisas neste mudo maravilhoso da política. Existem muitas definições para esta palavra, mas no contexto atual fico com esta: Política e aquela atividade exercida na disputa dos cargos de governo ou no proselitismo partidário. Entendida desta, forma poderíamos compreender melhor toda esta gama de distorções que acontecem entre uma candidatura, de alguém a um determinado cargo, sua eleição, e a consequente mudança comportamental depois de eleito. Entre o lançamento de uma candidatura, e a eleição, ou não, do candidato muitas são as etapas a serem vencidas: 

A preparação. O cidadão lança o seu nome na lista de interessados a concorrer, e na convenção este nome é analisado, e votado. Desempenho. O agora candidato vai apresentar provas de que realmente tem capacidade, tem suporte, estratégias, e logística para enfrentar a disputa.Conhecimento. Aqui o candidato vai partir para a etapa mais importante, pois do seu conhecimento da sua desenvoltura, das suas experiências vão depender muitos dos votos que vai disputar .Aqui na cidade de Sapucaia do Sul, desde há muitos anos estas fases não tem a menor importância, qualquer nome serve,escolaridade também não é levada em conta.

Geralmente, as candidaturas partem de agremiações da vilas e bairros,parentes de outros que já estão em cargos públicos, ou então costuma-se pegar aqueles que nas reuniões cotidianas da siglas costumam se salientar por discursos mais eufóricos , nem sempre com fundamentos, citações de grandes líderes com os quais procuram buscar alguma afinidade. Nos últimos quarenta anos nossa cidade não deu provas de ser um celeiro de bons políticos. Quase sempre as querelas pessoais acabam por interferir nos mandatos. A velha politicagem da troca de favores, do clientelismo, da política da dependência de favores acaba por criar uma espécie de eleitorado escravo. 

Ou seja, eu voto no candidato tal porque ele é um cara bom, ele fala bem, ele já me ajudou muito, e assim vai. O resultado de tudo isso é que a cidade permanece sempre da mesma maneira, não há avanços, não existe uma remodelação os vícios se repetem, acabam se perpetuando e por mais que se tente buscar alternativas estas não acontecem, o sistema está podre, está corrompido. A máquina política da cidade está urgentemente necessitada de uma nova “formatação” existem muitos vírus, arquivos corrompidos, portas fechadas, gabinetes nebulosos, circuitos em curto.

Mas, se reconhecemos que as siglas, não fazem uma seleção adequada dos elementos que vão representá-las e ali estão apenas e tão somente por uma questão de favorecimento e não pelas qualidades demonstradas, compete a nos este papel de fazermos a escolha, bem como o descarte daquilo que a nosso juízo deva ser deletado.Enquanto permanecermos com este sentimento de frade franciscano e levarmos para a urna, não o nome do melhor, mas do amigo, do conhecido, do médico,do tio, da avó, seja lá quem for estaremos alimentando esta cadeia nefasta para o progresso do município. Nosso voto, é sem dúvida nenhuma a melhor ferramenta  da qual dispomos para mudar esta situação. 

Votar conscientemente, escolhendo os melhores para o todo e não para mim apenas. É ali naqueles minutos frente a urna que você deve reviver as tuas reclamações, as ruas esburacadas, o lixo acumulado,a luz queimada, a falta de segurança, de creches, de escolas, o empreguismo, o desvio de verbas, a saúde caótica, as promessas não cumpridas. 

Vale a pena esperar para apertar o número. Associe todas estas questões com a cara que ali está sorridente, pedindo carta branca para você. Não se esqueça daquele fundamento lá nas primeiras linhas do texto: Será que o teu candidato mostrou realmente todas as cartas que possui? Será que por detrás daquele rosto retocado não tem alguém escondendo o jogo? Pense nisto. 

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Administrar



Esta palavra é um verbo transitivo direto. E tem muitas definições. Prefiro ficar com esta: Manter sob controle um grupo, uma situação, etc. a fim de obter o melhor resultado. Parece simples não? Mas não é. Ou pelo menos as pessoas que de uma forma ou de outra se comprometem a seguir a risca esta definição, quase sempre acabam metendo os pés pelas mãos e acaba dando tudo errado. Porque será? O pároco administra a sua paróquia, o empresário sua empresa, o comerciante se comercio e por ai vai. Pela lógica, o prefeito administra o seu município certo ? Errado. 

Na política o sentido de administrar é totalmente diferente, porque a ele são agregados valores externos a figura do administrador. Se, na paróquia o pároco tem liberdades totais para exercer suas funções assim como outros administradores no comercio e em outras atividades, o prefeito já não pode contar com esta liberdade. Ele depende de um contexto diferenciado, suas ações são , ou deveriam ser, fiscalizadas por outro grupo, são os vereadores. Quem são os vereadores? Cidadãos escolhidos pelo povo para representá-los, entre tantas outras tarefas estes senhores devem fazer leis, e instrumentos para que de uma forma organizada a sociedade conviva de forma civilizada. 

Produzindo, riquezas e distribuindo estas riquezas na forma de serviços e melhoramentos para a população. Bem, mas isto é teoria. A convivência harmoniosa destes dois poderes, legislativo (vereadores) e executivo ( Prefeito) é que vai propiciar a comunidade o atendimento de seus anseios, de suas necessidades. Acontece que nem tudo flui exatamente como deveria. Num processo democrático como o nosso nem sempre o prefeito consegue eleger uma base que seja totalmente sua, para que assim pudesse administrar com liberdade. Quando acontece de a base ser dividida, onde contrários somam a maioria dos votos é comum acontecerem então os acertos. 

Estes, se dão por conta de cargos que são distribuídos pelo prefeito, para desta forma poder contar com a tão malfadada governabilidade. A governabilidade nada mais é do que, um monstrengo inventado, que permite ao um governante aprovar medidas que não sejam lá as melhores para a população. Existem ocasiões em que o executivo remete um determinado projeto ao legislativo para apreciação, acontece que justamente neste momento o gabinete de um vereador esteja sendo pressionado  por alguma vaga, seja uma secretaria,diretoria, enfim. 

Acontece então, destes legisladores barganharem cargos em troca de apoio daí ocorrerem os inchaços nas administrações públicas. Abrem-se porteiras  e por elas entram centenas de ocupantes de cargos (CCs) que superlotam as administrações. Mas, existe um problema ainda maior que ocorre. Na maioria das vezes o ocupante de um determinado cargo é de sigla não muito amiga do prefeito, do secretário, do diretor, e ali está para simplesmente ficar de olho no que acontece.Documentos,fotos,gravações de conversas, tudo pode render num futuro alguma vantagem. Conforme confidenciado por um político, para mim: 

"Eu não perdi tempo, já infiltrei alguém ali (tal secretaria) com a finalidade de pescar tudo o que for de uso. Tira copia, fotografa,grava faça qualquer coisa, pois se vierem para cima vamos estar preparado". E, convenhamos, com as facilidades de hoje, nunca ficou tão fácil manter ou fazer um verdadeiro dossiê sobre alguém. Particularmente, sempre levei comigo um gravador, tenho horas infinitas de gravação desde os tempos de secretário das reuniões do meu partido. Tudo arquivado. No meu caso, não penso fazer uso a menos que seja provocado. Pretendo algum dia preparar um livro, onde repassarei aos interessados as coisas do submundo da arte de Administrar.Principalmente no sentido político da coisa.

terça-feira, 10 de julho de 2012






A vontade soberana
A cada eleição tornou-se rotina ouvir frases de efeito, como:A escolha é do povo, nos somos os patrões,a vontade do povo é soberana,a decisão é nossa. Enfim, existem mil formas de incentivar o povo a participar deste processo democrático, onde teoricamente, nos, o povo é que escolhemos os nossos destinos quando optamos por este ou aquele candidato. Na teoria tudo funciona muito bem, mas sabemos todos que na prática não é bem assim que funciona. Uma escolha, para nos eleitores, termina ali no momento em que depositamos nosso voto na urna eletrônica. 

Naquele momento poderemos até ter feito a escolha certa. O grande problema é que depois, passadas algumas semanas, os nossos escolhidos já começam a fazer suas escolhas. As siglas se reúnem,os homens confabulam,os interesses afloram, a humildade vai para o brejo e o eleitor então, ninguém mais lembra dele. O primeiro assunto de pauta será sem dúvidas nenhuma a escolha dos ocupantes nos cargos a serem leiloados. E aqui não está nem um pouco importando se o eleito foi ou não da mesma corrente vitoriosa nas majoritárias. Agora é a hora do grande acerto. 

Os eleitos querem saber da governabilidade, das chances que terão para fazer seus acordos, seus conchavos, seus acertos. E, a moeda de troca, é claro, são os cargos públicos. Mas, reflita um pouco: Foi para isto que você escolheu este cidadão? Alguma vez em seu projeto de governo apareceu a proposta de rifar cargos públicos para que pudesse administrar?Isto fazia parte de sua plataforma de governo? Não? Mesmo assim, agora ele já é o eleito, poderá fazer o que bem entender, empregar quem ele bem entenda e tudo isto sem que seja necessário lhe dar qualquer explicação. 

Perai, então onde é que fica o tal, de “nos somos os patrões” “ a vontade do povo é soberana” e tantas outras formas encontradas para enganar o povo? Eleição no Brasil, atualmente é sinônimo de falcatrua,de poder,de dinheiro, de chantagens. Aquele que ousa candidatar-se arca com as consequências de ter a sua vida particular revirada ao avesso. E o pior é que muitas das vezes justamente aqueles candidatos que de alguma forma a gente até poderia acreditar, depois de eleitos começam  a mostrar as unhas. De uma forma geral já virou rotina escolhermos o candidato por fatores que extrapolam até mesmo o conhecimento que ele possui, ou mesmo a capacidade para o desempenho de tão grande responsabilidade . 

O cara conseguiu uma consulta, furou a fila do medicamento, arrumou a cadeira de rodas para a vovo, conseguiu um terreno(área verde) para um parente que veio de fora. Nossas escolhas muito dificilmente se concentram em coisas reais, que se relacionam diretamente com as tarefas de legislar, de administrar. Não costumamos levar em conta o histórico dos candidatos, sua vida em família,suas relações no comércio,suas relações com vizinhos, como ele administra sua família. Isto tudo vai influir no momento de nossas escolhas, até porque se alguém já tem um histórico não muito confiável, intrometendo-se na política a tendência é só piorar.

Dai a importância de nossas escolhas. Nada disto parece ter muita importância para nos neste momento da escolha. Não costumamos levar em conta que de uma forma ou de outra estas pessoas escolhidas vão ser responsáveis pela nossas vidas,serão eles que irão gerenciar verbas para a saúde,educação,saneamento,segurança, mobilidade urbana, coisas que realmente nos atingem diretamente. Ora, se estamos empenhados realmente em mudar um situação, se não estamos contentes com os atuais administradores está mais do que claro,que nas escolhas anteriores não fizemos a melhor opção. Então, nada melhor do que agora repensar, nas nossas metas. 

Uma escolha adequada agora, pode quem sabe representar menos dores de cabeça no futuro.Pense nisto,vote com convicção, não se deixe levar pelo coração. Não existe candidato bonzinho, assim como não existem salvadores da pátria. Tudo o que se faz num município passa pela câmara de vereadores, o prefeito sozinho não faz nada, absolutamente nada. De nada adianta uma cabeça cheia de ideias se não tiver apoio, e este na maioria das vezes é comprado, é trocado por cargos públicos. Daí, acontecem os escândalos como os que já começam a pipocar através de panfletos. 

Pense, reflita, escolha. Eleja, mas não reeleja ninguém que já tenha passado pela prefeitura de Sapucaia por pelo menos trinta anos atrás. Afinal, a nossa vontade deve ser soberana. 

                    

segunda-feira, 9 de julho de 2012




Eleições 2012.
A campanha para os mais diversos cargos públicos nesta eleição, que se inicia, parece não ter ainda tocado os sentimentos dos eleitores. Talvez pelo acúmulo de dissabores, trairagens, mentiras, decepções acontecidas no decorrer do mandato que agora se finda os eleitores estão meio com as barbas de molho.Não é para menos, o projeto eleito em 2008, prometia uma nova cidade para os moradores, uma revolução na saúde, na educação, na segurança, uma reforma no quadro geral da prefeitura onde se prometiam menos cargos de confiança e muito mais agilidade da máquina pública. Mas, tudo ficou na promessa. 

O que se viu na realidade desde os primeiros dias do novo governo foi uma submissão ao mesmo grupo que há décadas manda e desmanda na cidade. E convém salientar, que todos foram culpados, e quando falo todos estou incluindo prefeito, vice, secretários, diretores inclusive de todos aqueles que elegeram estes que ai estão. Incluo-me neste grupo porque fui enganado, acreditei que o prefeito, por ter experiência como vereador, conhecendo os meandros de como funciona a administração publica tivesse a coragem de fazer frente a todas estas situações absurdas que aconteciam e que de fato daria uma nova vida para a cidade. A nova vida, como se viu ficou para a imensa lista de CCs, inclusive com troca de figuras para desqualificar o nepotismo. 

Aquele velho truque, de aceitar alguém aqui, enquanto em outro município eu coloco meus afilhados. No que diz respeito a mudanças o pobre povo desta cidade não tem nada a comemorar, os candidatos são os mesmos de sempre, trocando apenas a foto no santinho, e a criatividade de alguns que beira o ridículo. Resta saber se a população vai conseguir fazer uma triagem, uma garimpagem e encontrar alguma coisa que tenha valor para a cidade. Agora, mais do que nunca será necessário uma análise criteriosa de cada candidato. Não basta apena a indicação, ou algumas propostas , passa a ser importante a análise crua e completa da vida daquele que se apresenta para o cargo. 

Quem, realmente vai fazer o vestibular, para saber se este ou aquele é apto, seremos nos. Vamos investigar, vamos nos informar, ver a vida deste candidato em sociedade, como são suas relações em casa, o que faz na vida fora  da política, o que já fez, quais são as características pessoais que o indicam. Analise suas propostas, veja se elas apresentam fundamentos, tem candidatos que aproveitam estas oportunidades para prometerem coisas que fogem totalmente de suas alçadas. Atenção especial deve ser dada aos funcionários (CCs) que estiveram no mandato atual e agora se apresentam como oposição. Prometem uma revolução, novas alternativas, mas, se estiveram durante quatro anos mamando e não tiveram nenhum tipo de reação as coisas erradas que aconteciam, por que somente agora desejam um novo mandato para consertarem? 

Examine muito bem quando alguém se apresentar dizendo  - Eu fiz, isto, eu fiz aquilo – analise primeiro se o que ele apresenta como coisa sua não passa de projeto do governo federal ( como minha casa minha vida). Nestes casos não é nenhuma novidade, é obrigação. Os mesmos discursos que devem ser analisados e muito bem fiscalizados são aqueles que vão surgir dos mesmos que estiveram quatro anos na administração da cidade e não tiveram coragem de reagir e agora se apresentam como salvadores da pátria. Infelizmente, nossa Sapucaia parece viver sob a égide da mesmice. 

Entra eleição, sai eleição e os personagens serão sempre os mesmos, parece que nesta terra não tem gente capacitada para mudar os rumos, dar uma nova guinada, fazer voltar o sentimento de prazer em dizer que mora na cidade. Mas, nem tudo está perdido, analisando a relação de todos os candidatos a vereador tem alguns que realmente representam mudança, muito embora atrelados a siglas um tanto quanto desconfiáveis.

sexta-feira, 6 de julho de 2012




Início de campanha.
Em toda as mídias, a chamada principal diz respeito a corrida pela busca dos votos dos eleitores. Daqui para a frente seremos bombardeados diuturnamente por dezenas, centenas, milhares de mensagens vindas dos mais diversos meios de comunicação. Eu, particularmente abomino aquelas produzidas por carros de som. Acho até que a justiça eleitoral deveria proibir tais mensagens. 

Alem do fator poluição, tem aquele de divulgar mentiras deslavadas, verdadeiras gozações para com os nossos ouvidos. Mas, tem outro ponto que desejo comentar. Em minha opinião, acredito sinceramente que a verdadeira propaganda eleitoral o candidato faz realmente quando no desempenho de seu mandato. É ali, naquele momento que ele prova tudo aquilo que prometeu na campanha. Não interessam novas promessas, novos rumos, novos slogans, não adianta agora apresentarem-se com uma cara totalmente diferente daquela mostrada no decurso do mandato. 

Não existe nenhum tipo de programa de computador que mude o caráter da pessoa. O que deve pesar nesta hora, e deve ser nisto que o eleitor deve concentrar sua atenção, foi o desempenho do candidato seja no âmbito do seu mandato, no caso de reeleição, ou até mesmo de suas ações como cidadão. Pode ate parecer não ter nenhuma influencia, mas, tem e muita. O verdadeiro caráter é forjado no dia a dia, na luta pela sobrevivência, dos atos e fatos do cotidiano. 

Tem aquele que levanta às quatro horas da manhã para buscar o sustento da família, em compensação tem outros que buscam de outras formas e maneiras. Tem aquele que trabalham uma vida inteira e não conseguem sequer um cantinho seu para morar, outros em dois anos de mandato ficam milionários. A vida em casa, em sociedade, suas relações como chefe de família, ou mesmo como profissional liberal tudo isto devem fazer parte do conhecimento daquele eleitor que realmente deseja fazer uma escolha consciente. 

Costumamos não nos preocupar com estes detalhes, mas é ai que estamos dando o passo errado. O ato simples de apertar alguns algarismos, na urna eletrônica nos remete a uma responsabilidade muito grande. Aquele homem, ou mulher, no qual estamos apostando nossas fichas, vai nos representar, com todos os direitos, fazendo leis, executando trapaças, corrompendo ou sendo corrompido, tudo isto com o nosso aval. Por isto a importância destes momentos que a partir de hoje passamos a vivenciar. 

Aquele homem, para o qual estamos assegurando um lugar de destaque deverá lutar, brigar junto com você por melhores dias para a cidade, para a comunidade, projetos sociais que resolvam as dificuldades das pessoas. Ele vai ser responsável pelas verbas das escolas, dos postos de saúde, da segurança e de muitas coisas mais. Votar, é muito fácil, o difícil é saber votar, até porque, ninguém traz estampado na testa se é honesto ou não. Pense nisto cada vez que ouvir um alto falante, cada vez que te oferecerem um santinho com uma foto sorridente. 

Cuidado ali pode estar escondido talvez alguém que lhe pisou, e não lhe deu ouvidos. Agora é a hora da mudança. Quem não presta,deve cair fora.