sexta-feira, 30 de novembro de 2012


Futebol em Sapucaia 2                                           
O carrinho abarrotado de laranjas, e bergamotas e lá seguíamos, eu e meu irmão para a beira do campo de futebol. Era a maneira de arrumarmos os trocados para a noite ir ao cinema.Naquela época era tudo mais fácil, bastava atravessar a linha férrea entrar na Rua Marechal Deodoro seguir até o fim e lá estávamos no Campo do Vera. Situava-se no espaço hoje compreendido entre a Rua Laurentino Juliano até as proximidades da Casa Primavera, no fim da Lindolfo Collor.As disputas eram muito valorizadas não só nos embates entre as equipes de Sapucaia, como o Vera Cruz, O Sapucaiense, O Taurus, O Sial, o Botafogo, mas, também contra as equipes visitantes. 

Em jogos de clássicos como Vera Cruz e Sapucaiense as torcidas lotavam os barrancos em toda a volta do campo, e havia até pressão por este ou aquele craque, os irmãos Pavani, o Eri e o Medinho, o Carlos bom goleiro, assim como o Gena, o Wanda, o Bernardino, o Milton, o Renato o Lola enfim eram os expoentes da época no futebol de várzea.Era gostoso ficar ali apreciando as jogadas vaiando as inúmeras erradas em bola, as defesas sensacionais do Carlos ou do Gena as entradas firmes do Eri Pavani que botava qualquer atacante no chão. Não raro, a partida tinha que ser interrompida, pois algum torcedor mais afoito, e embalado por uns tragos a mais inventava de tirar satisfações com o juiz e ai era aquele corre corre, dava gente subindo os barrancos, entrando pelas capoeiras para escapar da briga. Daí a pouco tudo estava normalizado, aparecia o jipe da brigada militar com o “seu João policia” os ânimos se acalmavam e a partida era reiniciada.

Nome feio valia qualquer um, valia xingar a mãe, a irmã, o pai a namorada a noiva aquele que fosse mais conhecido e que pudesse ofender ou chamar a atenção do agredido, às vezes acontecia do jogador estar numa jogada próxima do torcedor e ouvir o desaforo, largava da bola e saia no tapa isto quando conseguia pegar o cara, pois como o campo era um espaço aberto, sem cercas ou qualquer outro tipo de tranqueira o sujeito gritava o palavrão e deitava o cabelo.Certa feita jogavam o Vera Cruz e uma equipe de Esteio, o Maribondo Futebol Clube, o jogo estava empate em zero a zero só que aos quarenta e quatro minutos do segundo tempo, o juiz, que era esteiense deu pênalti a favor da equipe visitante, foi aquele sururu, empurra daqui, segura dali, o pobre do juiz dançava pior que minhoca em chão quente, por fim a turma do deixa disto conseguiu acalmar os ânimos e foram para a cobrança. 

O Jogador dos Maribondos (Melão) parecia um touro acuado, suado resfolegando estava disposto a furar a rede e mandar com ela até o goleiro para o mato.Debaixo das traves o Carlos, meio agachado, braços abertos encarava serio o batedor. Soa o apito, o Melão distante quase dez metros da bola corre e bate forte, só que leva junto no bico da chuteira um cocurutos de grama, e o seu grito de dor é apagado pelo da torcida vibrando com a sensacional defesa do Carlos. Final Vera Cruz Zero Maribondos também Zero.Soube-se mais tarde que Melão havia destroncado o pé. Dos bons tempos só restam mesmo as lembranças, o campo do Vera Cruz foi aos poucos sendo tomado por casas, novas ruas foram abertas, prédios comerciais tomaram conta dos espaços e acabaram por encobrir totalmente os vestígios de uma época.

E o mais incrível é que guardo até hoje, quase quarenta anos depois, velho e enferrujado o esqueleto do carrinho, meu companheiro de torcidas, e fonte dos muitos trocados para assistir os filmes no saudoso Cine Marabá.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012


Da serie Personagens.
“Seu Estevão.”
Minha cidade teve inúmeros personagens típicos, os quais, na medida do possível, vou retratar aqui neste espaço. Dias atrás falei sobre o Gastão, hoje quero dedicar algumas linhas sobre um personagem não menos importante, o qual muitos dos leitores e seguidores deste blog vão lembrar-se, o Velho Estevão. Estevão Flores de Vargas. Homem influente na política do seu tempo, trabalhista, ex-secretário, ex-diretor na prefeitura Municipal de Sapucaia do Sul. Mas, a faceta que quero registrar tem algo a ver com a minha amizade com seus filhos, Estevão  Romagueira, o Caroço, bem como logicamente com a família do Seu Estevão. O Estevão (filho ) era entendido em eletroeletrônica (Um mestre) e tudo aquilo que havia para consertar eu levava par o Estevão. Estudávamos juntos ali no Grupo Escolar da Praça. 

Eles possuíam um velho Ford, um caminhãozinho para fretes, velho, mas, que funcionava bem, é bem verdade que a gente tinha que calçar a alavanca de câmbio com um pedaço de pau para não “soltar”, mas, o resto funcionava perfeitamente bem. Eu, era o companheiro do Estevão, para alguns fretes, porém o que mais gostava era quando fazíamos propagandas com o som no carro. Um velho amplificador, RGE valvulado, um adaptador para baterias um microfone acoplado e lá íamos nós pelas ruas empoeiradas da cidade a fazer propaganda dos bailes no salão Estrela do Sul. Vamos atualizar os dados, o Salão de bailes havia sido alugado pelo Seu Estevão, para bailes em fins de semana, estava situado onde é atualmente o Clube Comercial, ali na Rua Estácio de Sá. Nos fins de semana antes dos bailes costumávamos fazer propaganda do comercio ao redor do clube, pelos serviços de alto falantes, e, é claro convidando as pessoas para as festividades. 

O Seu Estevão, era um político importante na época, trabalhista ferrenho foi contatado para organizar a festa de recepção ao então vice presidente João Goulart, a caravana, em visita pelo vale dos sinos deveria fazer uma pequena parada ali na praça General Freitas no centro da cidade,após seguiria para a capital.O local escolhido foi bem em frente a praça ( o local tinha mais espaço) e o palanque foi montado bem em frente(na calçada) numa loja existente na época(depois passou a ser ocupada pela Relojoaria Silva.) Ficamos,(eu e o Estevão)incumbidos de montar os apetrechos de som, bem como ficar responsáveis pelo liga/desliga do microfone, já que era para ser um ato rápido devido aos compromissos do Jango. O povo lotou a praça, um calorão insuportável, eu e meu amigo ficamos do lado de dentro da sala, bem na janela, como o palanque era um pouco mais alto do que o meio da janela, podíamos ver apenas as pernas das pessoas que estavam sobre o palanque, com as mãos o Seu Estevão fazia o sinal para ligar, dar volume ou desligar os microfones. 

Por fim, lá junto  a Ferragem do Seu Darci,(onde hoje é o túnel) aparece o carro das autoridades,foguetes rojões, bandeirinhas (todas aquelas frescuras tradicionais). O palanque ficou superlotado. O primeiro orador a dar as boas vindas foi o prefeito Sr. João Batista de Oliveira, já avisado, disse meia dúzia de palavras e passou o microfone para o Jango (vice presidente) que também, naquelas alturas de saco cheio,deu o recado. Foi quando o Seu Estevão pegou o microfone e começou a falar, um minuto, dois, três, e nada do homem finalizar, foi quando o vereador Pedro Martins(único presente) resolveu “sinalizar” para o orador que a coisa estava demorando muito, e tascou um beliscão na bunda do Seu Estevão, por sua vez o político empolgado com a fala, esqueceu de pedir o desligamento do microfone e lascou: Que merda Pedro pare de beliscar a minha bunda cara; Gargalhadas geral, no palanque sorrisos amarelos, cabeças balançando, mas o velho Estevão, que de bobo não tinha nada, arrematou; eu só queria fazer este povo todo mostrar a alegria de conhecer o nosso vice presidente, e um piada sempre vem bem. Foi aplaudidíssimo. 

Seu Estevão já é falecido.Deixou sua marca em muitas melhorias feitas principalmente no Cemitério da Primor onde foi administrador por muitos anos.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012


Este texto,não tem a intenção de traçar a biografia desta professora (D.Sibila), apenas prestar uma singela homenagem a grande professora, inteligente,humana e de grande caráter que ela foi.


Colégio da D. Sibila.
Hoje quero relembrar uma passagem muito especial, até por uma questão de respeito a uma das figuras mais importantes da nossa educação aqui no município de Sapucaia do Sul. Refiro-me a Professora e ex-vereadora Sibila Brigel, que foi durante muitos anos diretora do “Grupo escolar da Praça”. Exemplo de severidade, quando era preciso, e de ternura quando era o caso, a D. Sibila sabia como ninguém fazer as coisas acontecerem na sua escola. Foi, pelas mãos desta ilustre senhora que minha mãe, Adelia conseguiu um emprego, como zeladora. Aliás, vamos aproveitar o ensejo para homenagear mais algumas pessoas também importantes para o colégio da praça. Assim, temos as zeladoras, D.Olga, Carmem, Arinda, Conceição,D. Helena,D.Sara,D. Alzira,D. Alzenira, a D. Augusta alem, é claro do grupo de professoras das quais tratarei em texto a parte. Mas, o colégio da D. Sibila tinha um time de verdadeiras mães, não eram zeladoras estas mulheres, assim como a D. Sibilia não era apenas e tão somente uma professora, elas eram muito mais do que isto. 

Querem só um exemplo?Naquele tempo elas recebiam por verba que vinha da Secretaria Estadual de Educação, mas,não tinham qualquer tipo de vínculo, muito menos nenhum direito trabalhista. Apenas eram contratadas para fazerem a limpeza e só. Mas a D. Sibila não achava aquilo certo, não era justo para a experiente professora que suas auxiliares fizessem um serviço tão árduo sem nenhuma garantia. Trabalhou,batalhou, correu, discutiu até conseguir fazer um concurso, para que aquelas trabalhadoras tivessem suas situações regularizadas. E, conseguiu. Graças ao trabalho e ao empenho da D. Sibila minha mãe pode viver ainda alguns anos com a sua aposentadoria pelo Ipê, não só ela como todas as outras colegas. Era um tempo diferente, já haviam as conotações políticas.mas não haviam tantas ingerências,tantos intrometimentos de políticos idiotas com a educação. 

Os cargos eram preenchidos pela competência e não pela destreza nas mãos em afagar o escroto sujo destes calhordas. D. Sibila era assim. Autêntica, verdadeira, única. Talvez mesmo por isto tenha sido tão ignorada na sua passagem pela política local, aquele ambiente não era dela, a velha professora conhecia, sabia e exigia as coisas as claras, não aceitava meios termos. Não poderia sobreviver num antro com tantas cobras,tantos traíras, como aliás é até hoje.Mas sobre a nossa eterna mestra tem uma historinha que vale a pena repassar a posteridade.Existe ainda alki no final da Rua Luiz Cardoso um resto de uma mata,um capão com algumas árvores bem antigas.No tempo em que estudávamos no colégio da praça, era comum as professoras levarem os alunos para fazerem pique niques, naquele local, muita sombra,segurança, lugar agradável e que na época pertencia a Fábrica de Bolsas Guedes de São Leopoldo, mas o zelador deste recanto era ninguém mais, ninguém menos que o Gastão, isto mesmo, aquele do episódio anterior, das melancias. 

Foi num dia ensolarado, que a D. Sibila nos levou para passar o dia no mato. Todos perfilados, uniformes impecavelmente brancos, gravata azul, lá fomos nos. Todos levavam o seu farnel, a sua merenda. Brincadeiras, tombos, correrias, puxa aqui agarra ali, alguns namoros escondidos nas macegas (no bom sentido, nada de sexo) enfim a coisa rolava muito boa mesmo. Aliás, em matéria de namoro todos desejavam namorar, bem como um cineminha com a estudante top de linha a Maria Joaquina (nome fictício) era bonitinha, pernas sempre a mostra e nas aulas de educação física era a que mais se destacava por usar um calção bem mais cavado e curto, o que mostrava suas pernas bonitas e cochas grossas. Mas vamos voltar ao passeio. 

Tudo correu maravilhosamente bem, até a hora da despedida, cada um arrumava suas coisas, juntava os restos para colocar no latão que o Gastão havia trazido para botar o lixo. Foi então que a D. Sibila juntou todos os alunos em frente ao portão da casa do zelador, e tentou faz\er um agradecimento coletivo ao bom senhor. O Gastão, exibido como era, acompanhava a tudo com um largo sorriso, na boca. D. Sibila então fez a pergunta solenemente: e então queridos, o que se diz para o homem do mato? Biiiiiiiiiiiixoooooooo, respondemos todos.

terça-feira, 27 de novembro de 2012


Futebol em Sapucaia
Quando ainda estudava na Baiúca, ( Escola Maria Medianeira) trabalhava ali um cidadão de nome Joel Machado, sua função era de Auxiliar de disciplina. Cara legal, amigo de todo mundo incapaz de punir alguém, ou entregar para o diretor. Ele era muito chegado aos papos de futebol, entendido em leis. Por tudo isto foi eleito presidente da Liga Sapucaiense de futebol. Na época haviam muitos times de futebol em Sapucaia, praticamente cada vila tinha lá seu time de futebol, os mais conhecidos pela importância eram o Vera Cruz, O Sapucaiense, O Cubla, o Sial, todos disputando o campeonato da cidade. Também era realidade que todos possuíam seus “estádios” o campo do Vera Cruz, por exemplo, ficava na quadra que hoje corresponde as ruas Manoel Serafim,Laurentino Juliano,Rua Vera Cruz, e Marechal Deodoro. Havia muitas rivalidades entre os times, alguns com mais poderes aquisitivos do que os outros, ou ainda com jogadores mais técnicos, enfim. 

E neste particular Sapucaia tinha verdadeiros astros do futebol de várzea, O Carlos(goleiro) O Lola ( goleiro) o Medinho, o Eri Pavani (grande zagueiro) o Pelego, o Eli Zandonai o Wanda, o Ramão, o Benedito, o Nena. Naquele tempo eu fazia o meu pé de meia vendendo rosquinhas, fatias de bolo, merengues, e frutas como laranjas ,bergamotas, peras, maçã verde, tudo produtos de nossa chácara. E como a gente vendia bem, uma parte dos lucros ia para o domingo a tarde no Cinema Marabá, e a outra para a D. Adelia (minha mãe) que afinal de contas preparava as guloseimas.. Mas, quero contar uma passagem acontecida envolvendo uma disputa de futebol onde quase fui linchado. Era um domingo, sol escaldante, estava na maior das folgas na chácara deitado numa rede debaixo das pereiras, quando ouvi alguém que chamava. Era o Joel, queria que eu fosse cuidar, como representante da liga, um jogo de futebol entre os times do Vera Cruz e o Sial. 

Quando ouvi o nome dos times eu gelei. Eram os maiores rivais, e justamente onde mais aconteciam brigas, às vezes rolava até facadas, as pernas tremeram: Mas, Joel, eu não entendo nada disto, veio, manda outro para este troço, logo eu num jogo onde os caras se matam por nada,tira eu desta. Não teve jeito, ele garantiu que era por pouco tempo, logo em seguida ele estaria lá para me ajudar. Concordei, peguei  a ‘cristina” minha bicicleta, e me toquei pro campo do Sial. Chegando no local, me apontaram uma mesinha com uma cadeira sob um guarda sol improvisado, eu estava literalmente encharcado de suor, mas disposto a cumprir com a minha obrigação. O jogo era para ter início as quatorze horas, quando deu treze e cinquenta e nove o Sial, dono do mando de campo entrou fardado e cumprimentou a mesa. Eu, sinceramente não sabia o que fazer, minha vontade era sair correndo  e me esconder no meu quarto, só pensava em evitar uma paulada, uma facada ou um tiro, o tempo passando e o desgraçado do Vera Cruz não aparecia, e ninguém me dizia nada. 

Naquele tempo não havia vestiários, era um galpão onde os jogadores trocavam de roupas e deu. E o pior que não via uma viva alma do time visitante. Eu senti a base tremer quando alguém do Sial chegou perto da mesa e disse; tem que dar vitoria por VO. O quê? VO? Que é isto cara,eu não tinha a menor ideia do que significava o diabo daquele VO. Mas o cara disse aquilo e saiu de fininho, não demorou e apareceu outro com o maldito VO, com é seu representante vai dar ou não vai dar a vitoria pro nosso time, o Sr. Sabe que eles perderam por VO, não sabe? Claro que sei ,ora claro que sei, respondi. Então, o que está esperando? Vamos botar o time em campo, vamos chutar a bola e encerrar a partida. Puxa  vida, era tudo o que eu não queria ouvir. Levaram a bola para o centro do campo e já estavam prontos para dar início (e fim) ao jogo quando um caminhão sobe lentamente a lomba do campo com o time do Vera Cruz e a torcida gritando e agitando bandeiras. Daí foi um caos, uns queriam a vitoria por VO, outros alegavam que haviam chegado a tempo, e eu no meio sem saber o que fazer, só rezando em voz baixa para não apanhar. 

Tentei o golpe do João sem braço; pedi silêncio, que todos fossem para o centro do campo e aguardassem minhas determinações. Enquanto eles se aprumavam, no centro do gramado eu montei na bicicleta, e sai de fininho, juro por tudo o que é sagrado, nunca pedalei tanto e tão rápido, eu vinha lomba abaixo, cabelos em pé, eu queria sumir da vista da turba. Cheguei em casa , tremia como uma vara verde. Eu só pensava; daqui a pouco eles aparecem e vou levar uma surra como nunca levei. Não aconteceu nada,o Joel apareceu por lá resolveu a pendenga. Mas, só fiquei sabendo de tudo no outro dia na escola, depois daquele dia futebol para mim só pelo rádio, e assim mesmo olha lá.  

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Da série personagens.



Da série Personagens.
Gastão 
Quando fui admitido na CEEE( por concurso) comecei fazendo o trabalho de balcão, fazendo ordens de serviço para cortes,ligações, enfim todas aquelas tarefas atinentes ao Atendente Comercial. Tínhamos muito contato com o público e na época haviam os eletricistas credenciados pela CEEE. Eram pessoas que passavam por treinamentos ficando assim habilitados a realizarem as tarefas básicas tais como a instalação de poste, ramais,caixa de medidores, tudo de acordo com as normas e padrões da companhia. Eram muitos, alguns, bons profissionais outros nem tanto, haviam aqueles que tinham até pinta de engenheiros, bem trajados,carro bom, ferramentas sempre novas, bons de conversa. Mas, havia um em particular que era o suprassumo da desorganização, enrolava, tapeava e seguidamente era procurado lá no balcão da empresa para reclamações pelos consumidores. 


Era o Gastão. Tipo bonachão, sempre rindo de alguma coisa, costumava levar na flauta as queixas contra o seu serviço. Fazia,errava,voltava a fazer, assim levava a vida. O Gastão vivia junto ao balcão, ou pelo pátio a espera de clientes. Agora vamos dar uma peque pausa. Vamos acrescentar algo que vai ajudar a elucidar o texto. Na época de verão, costuma existir ali debaixo do viaduto da Prefeitura uma grande tenda de melancias. Eram realmente frutas boas, grandes, baratas. Na época o chefe do setor técnico era o Marcão, era ele quem dava conselhos de vez em quando ao Gastão. Certo dia o Marcão me chamou lá na parte técnica.: Jaí, descobri que o Gastão é louco por melancias, e quero pregar uma peça nele, preciso da tua ajuda.- Sem problemas Marco, fala. 



-Vamos fazer o seguinte, vou inventar que aquela tenda de Melancia é nossa em sociedade, quando ele falar novamente que quer comer melancias vou dizer para que te procure, que só quem pode doar alguma coisa ali é tu, que de minha parte tá tudo certo, mas ele tem que dar algum bilhete, senão o cara que está lá (vendedor)não vai atende-lo. Dito e feito. Uma tarde estou no balcão com meu amigo Orestes Feltrin (todo o mundo pensava que era meu irmão gêmeo) quando o Gastão chegou, todo cheio de pose,sorriso largo, ensopado de suor,chegou sentou-se a minha frente e falou: olha falei com o Marção, ele dissse que tu poderias me dar umas melancias, lá da tenda de vocês. – Pô, Gastão, tu já tinha que abrir o bico cara? Não era para espalhar. Agora todo mundo vai deitar e rolar.Mas faz o seguinte vou te dar um bilhetinho,(Ao vendedor de melancias; Solicito seja entregue ao portador duas melancias grandes.A conta devera´ser paga por nós, os proprietários.) tu chega lá, escolhe as melancias,separa e depois entrega o bilhete para o cara, aquele barbudo mal encarado, mas por favos cara não espalhe. – Não seu Jaí, fica frio. Pegou o bilhete e saiu. No outro dia pela manhã,lá estava o Gastão esperando por mim e o Marcos, cara fechada,sério o homem estava bufando de raiva. –

Daí Gastão, tudo na boa? – PQP, sacanagem hein cara? – Ué o que foi? – Puta merda quase apanhei do cara.levei um corridão para não apanhar de relho. Eu cheguei lá, escolhi duas baitas melancias, entreguei o bilhete e já estava de saída quando o cara me agarrou pelo braço, e pergunto; - Hei veio, onde pensa que vai sem pagar? – Ué vou pra casa, teu chefe me autorizou, arigó. Meu chefe? Quem? – Olha o bilhetinho, o Seu Jaí e o seu Marcão lá da CEEE. Então manda eles pagarem, daí tu levas, esta tenda é minha,não tenho sociedade nem com Jaí, muito menos com Marcão, nem sei quem são estes caras. – Tu vai te complicar cara, vou lá e venho com um deles, tu pode te considerar na rua, abobado. Daí lasquei correndo, o cara queria bater o meu brim. Sacanagem de vocês dois.


Naquela tarde fui com o Gastão até a tenda e expliquei ao dono o acontecido, pedi a ele que desse duas melancias para o Gastão por conta da nossa palhaçada, o cara me olhou – Mas tu vais pagar Né? Não, não vou pagar nada e tu vai ficar de bico calado senão este teu “gato” no poste vai te dar dor de cabeça, entendeu? O cara engoliu em seco, e concordou, disse que era um brinde, ao Gastão.




PEC n. 37/2011
Enquanto nós pobres indigentes políticos tupiniquins nos preocupamos com a violência, com o salário do Luxa, com a inauguração da Arena, e com os fiascos do Colorado, muitas coisas acontecem por debaixo dos panos dos tapetes sujos e enlameados do nosso Congresso Nacional. Digo isto, baseado na simples informação de que já existe quase um consenso sobre a aprovação da PEC. N 37/2011 da Câmara dos Deputados, por meio da qual, a pretexto de definir a competência para a investigação criminal por parte da Policia Judiciária ( Polícia Federal e Polícia Civil) acrescenta dispositivo constitucional tornando exclusiva daquelas instituições policiais  o poder de realizar investigações criminais. Ora, se levada a sério esta proposta pelos nossos digníssimos deputados e senadores da republica dos “bananas”, fica caracterizado oficialmente que estas pessoas estão cada vez mais apostando que bater na nossa cara não dá em nada mesmo. 

Enquanto no Brasil inteiro(brasileiros e brasileiras honestas) se debruçam sobre temas importantes que buscam frear esta vergonhosa onda de escândalos envolvendo as classes políticas como compra de votos, desvios, roubos, acobertamento de empreiteiras, depósitos milionários em campanhas eleitorais, nossos parlamentares seguem o caminho inverso, propondo alternativas que buscam salvaguardar exatamente a impunidade deles próprios, os salafrários do poder. Porque escrevo isso; é notória e sabida a atuação do ministério público através de seus membros na apuração de denúncias envolvendo estas corjas. Muitas atividades, desonestas só vieram a público porque justamente o MP busca a transparência dos seus atos, não olhando a cara muito menos a importância de quem está por detrás das sujeiras investigadas. E é isto que está incomodando esta gente. 

Querem a todo o custo empurrar para as hostes das polícias civil e Federal as responsabilidades de investigação destes desmandos. Fica fácil imaginar o porque de tantos medos Ninguém ignora, agora mais ainda, com o julgamento do mensalão, a ingerência que corre por debaixo das escrivaninhas, de políticos,juízes,advogados, e ministros do Supremo.Largar processos nas mãos das polícias é o mesmo que lacrá-los até os fins dos tempos em local de onde jamais serão recuperados, até caírem no esquecimento,até prescreverem. O MP já não se contenta em investigar, ele busca a aplicação da lei, a punição dos culpados, independentemente do tamanho do figurão. É isto que nossos políticos, deputados e senadores , temem. Deputados e senadores que custam muito caro por sinal para um Brasil pobre e miseravelmente desigual para com seu povo.

Sempre foi assim, parece que faltam aos nossos administradores públicos o senso do ridículo, falta-lhes massa encefálica para perceberem os tantos e tão graves problemas muito mais importantes que estão afetando a vida do povo brasileiro. E fica pior ainda quando observamos as atitudes de alguns de nossos homens da lei alguns de nossos ministros da mais alta corte quando mesmo considerados suspeitos, aceitam participar de julgamentos pois sabem, que acima da ética e do bom senso estão os favores devidos a quem os indicou. Daí a pergunta: dá para confiar em gente deste quilate?Será que o julgamento de um corrupto político, como agora estão sendo, os réus do mensalão, terão realmente as penas observadas? E aqui vale lembrar as atuações de ministros como “Tofoli”, e “Levandowski” . São fatos desta natureza que nos levam a reavaliar nossos conceitos sobre a classe política deste país. Muito mais importante do que decidir quem ou como deve devem ser investigados os corruptos e debruçarem-se 

Câmara e Senado sobre assuntos como a seca que mata no nordeste, na violência desenfreada que consome milhares de vidas por anos neste país. Na situação caótica da saúde pública, da falta de leito em hospitais, da falta de verbas para a total remodelação no atendimento as doenças endêmicas que afetam as classes menos favorecidos. Deveriam, estes senhores se preocuparem com os milhares de brasileiros que sobrevivem da cata de lixo, morando debaixo de pontes, ou nas faixas de domínio ao lado de rodovias hoje consideradas verdadeiros corredores da morte. 

Mas, não nosso Congresso de homens e mulheres de ouro prefere muito mais comodamente alterar a constituição com propostas que visam muito mais proteger os próprios rabos.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012


Um fandango em Taquara.
A nossa turma  aqui da cidade eram praticamente todos participantes do Centro de Tradições Gaúchas Estrela do Pago. Era um Centro de cultura das tradições, pertencente a uma professora de acordeom, a Srtª. Delfina Miranda. Foi um dos primeiro centros a serem criados na cidade. Era simples, mas, muito requisitado, para as festas na região. Seguidamente éramos convidado a participar de bailes,festas, e principalmente dos fandangos. Nossa invernada era pequena, dez ou doze pares (prendas e peões), os convites geralmente aconteciam via carta, ou pessoalmente quando um integrante de outros CTGs, visitavam a cidade. Foi num destes momentos que recebemos o convite para um grande fandango na cidade de Taquara. 

Quando amanheceu naquele sábado, uma chuva miúda caia sobre Sapucaia, peões e prendas já preparavam para se deslocarem até a Estação da Viação Férrea, ali no centro. Chegamos, compramos as passagens e nos acomodamos nos bancos de ferro só esperando o apito do trem que viria de Porto Alegre rumo a Taquara. Finalmente ouve-se o apito da Maria fumaça, que vagarosamente se aproxima da plataforma de embarque.Conseguimos nos acomodar todos no mesmo vagão, bando duros de madeira,lustrosos impecavelmente limpos. Mas notamos que havia mais “gaudérios” no trem. As pessoas olhavam, sorriam, nós os peões       todos devidamente pilchados, nos sentíamos como verdadeiros artistas, botas, bombachas ,lenço alguns até com “chilenas” ou “esporas”. 

As prendas com seus vestidos rodados, cabelos penteados, sapatilhas de sola baixa. Convém lembrar que tudo corrria por conta de cada um, os gastos com comida, estadia e algum imprevisto nada era coberto por verba de nenhuma espécie. Não havia esta facilidade de hoje que você se apresenta na câmara com um ofício, fajuto, e já salta uma ajuda. Fazíamos seguidamente nossas promoções, mas a grana era para  a compra de novas pilchas, novos adereços. O almoço transcorreu de maneira simples, cada um levou alguma coisa para comer na viagem, e depois haviam algumas paradas nas estações quando então sempre entrava alguém no vagão para oferecer alguma coisa. Uma viagem gostosa, brincadeiras, danças, treinos, declamações de poesias, valia de tudo para mostrar o nosso grupo. A tarde foi de passeio pela redondezas ate a hora das apresentações. 

A chegada era sempre um momento muito aguardado pelos integrantes. Formava-se um grande fila, na porta do Centro de Tradições, e a medida que eram chamados o grupos já entravam no ritmo de alguma dança folclórica , Chimarrita, Pezinho, Tatu, Pau de fita, Balaio. Eu era o Chiru das falas ( espécie de relações públicas do grupo), a mim cabia o encargo de apresentar o CTG,fazer um breve histórico do grupo bem como apontar cada integrante. Geralmente a coisa começava assim; Buenas, indiada amiga, aqui estamos trazendo o nosso quebra costelas em nosso nome e em nome de todos os viventes e da indiada de Sapucaia. Queremos agradecer o convite e transmitir ao patrão da entidade a certeza de que esta invernada fará de tudo para abrilhantar este fandango. "E, sem mais delongas, abra a gaita prenda linda,quero ver o teu sapateado, roda a chita minha prenda, quero dançar ao teu lado, neste sapateado xucro quero reverenciar a cultura, deste Rio Grande adorado"....

Cada Centro tinha o tempo que quisesse para apresentar seus números artísticos, geralmente três danças, e uma poesia. Só depois das apresentações é que tinha início o baile propriamente dito. Começava lá pela meia noite indo até as cinco ou seis da manhã. Mas daí é que a coisa ficava boa. Trem para Porto Alegre, só no domingo a noite, então jeito era ir até a estação, comprar a passagem de volta e torcer para que tivesse sobrado lugar em algum vagão para poder tirar uma soneca. E olha que era concorrido. A gente chegava moídos de dor, mas como era bom depois nas reuniões fazer as avaliações dos “erros”, das “mancadas”, dos “foras” mas principalmente das namoradas que a gente arrumava. Eu sempre fui um chato para o negocio de namoro, e sempre da sorte, eu e o Luizinho éramos os mais metidos a namorador, e como prêmio pela insistência sempre acabávamos com as prendas mais bonitas. 

Como era gostoso tirar uma soneca enrodilhado nos braços da prenda, trocando carinhos e ouvindo coisas bonitas. Geralmente estes amores todos terminavam quando o trem parava nas estações de destino, até lágrimas as vezes aconteciam, com acenos de lencinho e tudo o mais. Mais ou menos como os amores das noites de carnaval. 

terça-feira, 20 de novembro de 2012


Transito Assassino.
Ler jornal ou assistir noticia pelos canais de TV ultimamente tem-se transformado numa tarefa um tanto quanto indigesta. Nunca antes tivermos acesso à informação de tantas mortes no trânsito. Também, parece ser irreal, tantos acidentes envolvendo caminhões, quase sempre trombando com carros menores e, em consequência, com vítimas fatais. As causas são muitas e em minha opinião, a principal a que ponteia as estatísticas é sem dúvida alguma a falta de educação no transito bem como o desrespeito para com a legislação vigente, naquilo que ela apresenta de bom. Alguns motoristas, quando sentados ao volante de um carro consideram-se os donos do mundo,são imbatíveis, apertar o acelerador parece elevar a autoestima, concede-lhe poderes sobrenaturais. Quando fiz a minha carteira de motorista, ainda nem se pensava em autoescola, centros formadores, aulas teóricas,práticas,etc. 

Na verdade eu já dirigia sem carteira há mais de dez anos, e nunca me envolvi em acidentes. Vergonha, em confessar isto? Nenhuma. Até porque sempre que pensava em fazer a carteira de motorista sempre aparecia alguém e dizia: Pra você tem que ser carro especial, adaptado, Mal sabiam que eu já dirigia e muito bem qualquer tipo de carro com câmbio mecânico, embreagem e freio normais sem nenhuma frescura. Até que chegou o dia em que fui fazer o teste para aquisição da tal carteira, lá em São Leopoldo na CIRETRAN. O inspetor olhou para mim, balançou a cabeça, pegou os formulários e pediu para acompanhá-lo até a sala do delegado. Lá chegando, só falou: olha ele quer fazer o teste com carro normal, o carro dele é um Jeep, sem adaptações de qualquer espécie. O delegado olhou para minha cara, eu encarando ele, por fim sentenciou; olha pega outro carro qualquer lá na frente, se ele dirige qualquer carro vai se dar bem. 

Peguei um fusca dei duas voltas na quadra, o examinador com cara de bobo acompanhando tudo. Aprovado. Saí de lá com meu jeep, faceiro da vida, carteira de motorista no bolso. Dirigi por muitos anos, sem nunca ter acidentes, sempre carros normais. Minha carteira venceu em dois mil e seis, desde então não pego na direção de um carro, não por falta da carteira, mas por reconhecer que já não possuo os mesmos reflexos, e isto poderia por em risco a minha integridade física ou a de outras pessoas. Agora volto ao tema principal. Para muitos motoristas, ter carteira significa ter habilitação, não é verdade. Eu posso estar habilitado, conhecer, e proceder ao controle de um equipamento mesmo sem ter o papel que me identifica como tal. Mas, ao contrário se possuo o papel (carteira) e não tenho o conhecimento, o domínio do equipamento que estou operando sou candidato nato a um acidente. 

Isto aliado ao fato de nossas principais estradas ainda serem de pista simples, tornam a mistura mais que explosiva. 

segunda-feira, 12 de novembro de 2012


Susto de matar.
A nossa turma de amigos aqui da cidade, ainda da época de minha juventude, tinha lá suas querelas com as turmas de rapazes de outras cidades. Mas, a nossa invocação era mesmo com alguns caras de Esteio. Havia uma rivalidade, porém uma rivalidade sadia, eram apenas ameaças, algumas trocas de socos e ponta pés, alguns corridões neles daqui de Sapucaia para Esteio, e vice versa. Isto que vou contar aconteceu realmente por isto os nomes são verdadeiros, até como homenagem aos amigos que ainda estão vivos bem como alguns que já partiram. Éramos muitos, os principais, aqueles que estavam sempre achando algo para fazer eram; Eu, o Chico,o Luizinho,o Birajara,o Ubiratan, o Luíz, o Zezo, o Adriano, o Osmar, o Osvaldo,o Perceu, o Omar, o Miguel, O Eloir e muitos outros. Todos, fazíamos parte do CTG Estrela do Pago, que pertencia a outra amiga da época a Delfina Miranda, que era professora de música (acórdeon).
Costumávamos fazer bailes, e que bailes, coisa simples mas que todos se dedicavam. Tudo era realizado num galpão, que havia ali junto a distribuidora de bebidas do Seu Knack, na rua Sete de Setembro esquina com a rua Rui Barbosa, hoje ainda existem no local alguns resquícios do prédio da época. Nestes fandangos, (bailes gauchescos) era costume serem convidados outros centros de tradições, para que se apresentassem, mas, haviam uma condição que era primordial, não era permitida a presença nos bailes, dos chamados “cola fina” ou seja, aqueles gaiatos que queria se divertir com as nossas prendas e não vinham devidamente pilchados (trajados a caráter), estes, não entravam no baile. Assim criava-se uma animosidade, pois os caras vinham junto com outros centros, e ficavam de fora. Daí, mais tarde vinha o troco, pois quando éramos convidados para ir aos fandangos do Poncho Crioulo, tínhamos que “pisar em espinhos” e ficar bem comportados senão o pau comia. 
Foi num destes bailes a que fomos convidados, que aconteceu um fungunço que viria a entrar para a nossa história. A partir daqui a escrita é por conta do que me foi passado pelo Luizinho que havia saído mais cedo do baile, junto com mais alguns da turma. Eu ficara, pois como era o “Chirú das falas” era minha a incumbência de fazer as despedidas, mas, só no final do baile. O Luizinho, o Chico,o Birajara ,o Osvaldo e o Zezo (brigão) todos devidamente pilchados já estavam fora do salão, quando foram alvo de alguns comentários de alguns “cola finas” , a princípio não deram muita importância, mas a coisa foi aumentando,os ânimos se exaltando, os palavrões, acontecendo, algumas mamães foram acusadas de não serem flor que se cheirassem, ai descambou para a troca de socos. Naquele tempo a gente costuma vir a pé, cortando por atalhos, e ruas até chegar em Sapucaia. 
Agora imagine você a cena; cinco gaudérios devidamente pilchados (botas, esporas, bombachas, tirador, chapéu, lenço, guaiaca) correndo pelas ruas, atalhando por trilhas, invadindo pátios, sendo perseguidos por um bando de malucos armados de facão, riscando o chão para ameaçar. Com muito custo e algumas lambadas de facão nossos heróis conseguiram chegar até as imediações do cemitério da Primor ali, estavam a salvo, embora amedrontados, porém, pensavam, era bem melhor enfrentar um fantasma, um morto, uma alma penada do que aqueles cola finas armados de facão.Já no interior do campo santo, todos juntos, não falavam nada, respirar já era alguma coisa muito difícil. Seguiram serpenteando por entre os túmulos. Lá pelas tantas deram falta de um dos valentões o Zezo havia ficado para traz. Então voltaram, olhando para os lados, nos espaços entre os jazigos. 
Foi quando deram com o cara caído deitado sobre um túmulo, mesmo com a pouca luz podia-se notar a cara branca, parecendo cera, respirando com dificuldade. A princípio temíamos que tivesse sido ferido, mas não havia acontecido nada demais, ou melhor, havia sim acontecido algo, que ficamos sabendo só mais tarde, pela boca do próprio Zezo. Como estava cansado, pela corrida para fugir, ele havia resolvido sentar-se sobre uma lápide, só que na hora em foi levantar-se, o seu “tirador” ( espécie de avental de couro que o gaúcho usa nas lides de campo) havia enganchado numa pedra. Aquilo para ele teve o mesmo impacto de que alguém o estava segurando. Não deu outra ele desmoronou literalmente, com a bombacha devidamente encharcada de xixi.O bom de todos estes perrengues é que por mais que houvessem retaliações, nunca aconteceram coisas de maior gravidade, tudo ficava nas ameaças e mais nada.
A seguir; um baile em Taquara. Com direito a dormir no vagão do trem para esperar a volta

domingo, 11 de novembro de 2012





ALERTA VERMELHO SEU BABALLIN


SRs. Responsáveis pela limpeza pública de Sapucaia do Sul. Analisem muito bem estas fotos e considerem:
Os entulhos já ocupam quase a metade da via pública.
É material altamente inflamável (madeira seca).
Já tentaram botar fogo (vândalos)
Os carros são obrigados a se desviarem na contramão.
Está sob uma entrada de luz, o que pode causar problemas junto a concessionária de serviços.
A Prefeitura já foi avisada, e não se manifestou. Dito isto, alerta-se aos senhores responsáveis: a responsabilidade civil e criminal é da PM, assim como o recolhimento dos entulhos, já que se pagam impostos.
NINGUÉM, mas, NINGUÉM mesmo está obrigado a pagar 120 reais ou mais para um picareta que aluga containers, quando a prefeitura já tem gente para fazer este tipo de trabalho.
Contagem regressiva, a partir de agora, qualquer coisa que vier a acontecer, vai sobrar pra algum graúdo (ou metido a graúdo)

A responsabilidade desta postagem, é totalmente minha (Jaí), texto/fotos 


sexta-feira, 9 de novembro de 2012


O enforcado.
Antes de começar este novo texto, quero dar um pequeno esclarecimento; as historias aqui narradas algumas verdadeiras, outras fruto de conversas com pessoas mais antigas, e com as quais convivi no meu tempo de estudante. Nem por isto posso afirmar que tudo tenha acontecido da forma como é narrado. Minha intenção é tão somente contar fatos e acontecimentos pitorescos da minha época de rapaz, para que outras pessoas possam ter uma ideia da Sapucaia de antigamente. Não é minha pretensão, instigar, ou rebuscar fatos que possam causar danos, ou prejudicar a imagem de ninguém, os nomes quando citados, se a historia é verdadeira, são reais outros são fictícios para preservar a privacidade dos envolvidos. 
O fato que hoje quero contar para vocês também, como outros me foram contado por pessoas que juraram ser verdade o acontecido, e teve como cenário aquele terreno onde hoje está situado um estacionamento do Instituto Rubem Darío, esquinas das ruas Pio XII com Castro Alves.Naquele local, antigamente havia um barranco, dois ou três metros de altura mais ou menos, e sobre este, um pequeno conjunto de árvores, ainda remanescentes dos matos que haviam ali. Pois muito bem. Virada para Avenida Castro Alves havia uma grande árvore, com um galho que se lançava sobre o leito da avenida, Era coisa de poucos metros, dois ou três mais ou menos. Bem, o cenário está montado, cada um coloque agora na sua mente uma tarde de domingo sol brilhante, pouco movimento nas ruas. Um jovem, chega muito de mansinho, coloca algumas roupas ao pé da árvore, acomoda-se e adormece. Os primeiros raios de luz da segunda feira, iluminam a cena dantesca, macabra, terrível. Um corpo pende do galho, os pés quase que ainda tocam o barranco. 
Alvoroço geral. A polícia é chamada, ninguém ousa tocar na cena, alguns trocam cochichos, ninguém sabe nada do enforcado, nunca havia sido visto por ali. Por fim a corda é cortada o corpo retirado, ajuntam os pertences e o carro leva o cadáver para Porto Alegre. Dias depois do acontecido começam a aparecer as primeiras pistas bem como as primeiras nuances daquele que poderia ser considerado um caso digno de folhetim das oito horas. Tarcísio ( lembrem, o nome é fictício) realmente morava em São Leopoldo, mas,era apaixonado por uma moça da sociedade de então, aqui da cidade. Depois de algumas idas e vindas, o romance acabou. Mas, acabou de parte da moça, que teria se apaixonado por um soldado do exército. Cego de amor, com o coração corroído pelo ciúme doentio, Tarcísio escolheu o local onde sabia sua amada passava várias vezes em direção a BR 116. 
Ele queria dar aquilo que na sua fantasia poderia ser a última prova de amor. E assim aconteceu. A moça em estado de choque,dizem, nunca mais se recuperou costumava passar longos períodos naquele local rezando, de quando em vez depositava um pequeno ramalhete de flores sob o pé da árvore, onde Tarcísio havia dado fim a sua vida. Até pouco tempo atrás o local era conhecido como o Capão do enforcado. Depois com a construção do prédio da prefeitura e a abertura em definitivo da Av. Castro Alves, a venda dos terrenos circunvizinhos a historia foi sendo lentamente esquecida. Mais recentemente o local foi rebaixado e no local do antigo capão surgiu o estacionamento do Instituto Rubem Darío. 
A moça? Parece que perdeu totalmente a lucidez, enlouqueceu, de dor, remorso,tristeza, enfim. Dizem que ainda vive, é interna numa casa para doentes mentais da região  e passa o dia sob a sombra de uma árvore com um pequeno ramos de flores entre as mãos.

Segunda feira;Um baile riscado a facão, muito medo, e até defunto segurando valentões no cemitério da Vila Primor.

Leia, siga,prestigie e recomende o Blog Maresias.  

quarta-feira, 7 de novembro de 2012


O tesouro dos três coqueiros.
Bem ali onde se situa o reservatório de água da Prefeitura de Sapucaia, havia antigamente três coqueiros. Estavam simetricamente dispostos em forma de triângulo, no centro um pequeno buraco com mais ou menos trinta centímetros de diâmetro. Antes de continuar, vamos dar um pequeno esclarecimento; o desnível que existia ali naquela lombada a qual estou me referindo neste textos era bem mais acentuada. Tanto é que para a abertura da Avenida Castro Alves as máquinas retiraram uma base de seis a sete metros de terra quando no serviço de terraplanagem. Toda esta terra que saiu dali foi, digamos empurrada para traz no sentido da BR 116, uma zona que era bem mais baixa.Da mesma forma, toda aquela área onde hoje se situa a prefeitura foi rebaixada, ficando, logicamente um desnível bem diferente do que realmente era. 
Mas,  no tempo em que brincávamos ali a única coisa que ligava o topo da lomba com as casas (algumas poucas)) que existiam eram, caminhos semelhantes a trilho de formigueiros. Num destes terrenos, a margem esquerda, no sentido da BR, do que hoje é a Av. Castro Alves, morava um casal de portugueses já velhos o seu Manoel e a D. Catorina. Estes eram os caseiros que cuidavam da chácara para a qual nos mudamos, e, foi Seu Manoel que repassou a historia que passo a narrar. Junto aqueles três coqueiros “lá no alto” , todas as noites vem um homem todo de branco, e com uma pá parece estar a escolher o lugar ideal para cavar. Mas, pela manhã, vou até o local e não existe nenhum vestígio de que alguém tenha cavado o local.Uma dias destes estava eu aqui a cuidar de minhas galinhas, quando um senhor de cor, um preto velho me chamou lá em cima do barranco. 
Fui ver o que queria então ele falou:  - Eu sei que você esta a me espiar todas as noites quando venho a procura do meu dinheiro. Tudo o que ali está enterrado me pertence, a ninguém mais é permitido botar as mãos, muito menos os olhos sobre meu dinheiro. Amaldiçoado seja quem o fizer. Eu não sabia o que dizer, nunca tinha visto aquela pessoa por ali,muito menos sabia que era ele que andava a noite a procurar dinheiro. Comentei o caso com algumas pessoas da vizinhança e, daquele dia em diante sempre aparecia alguém com uma pá ou enxada e fazia escavações. Alguns diziam ter encontrado algumas moedas antigas, de cobre, ou bronze. A verdade é que no centro dos três coqueiros, ninguém podia cavar, pás, picaretas e enxadas pareciam pesar toneladas, e a terra parecia rocha, era impossível cavar naquele local. Bem, esta é a historia que o seu Manoel me contou, quando ainda eu era guri. Porém ninguém conseguia tirar da cabeça de que ali tão perto poderia haver um tesouro enterrado. 
Nesta mesma época havia bem próximo a nossa casa um armazém, pouco sortido, mas, que servia de quebra galho, e cujo dono sempre nos desafiava: - E daí gurizada vamos desenterrar o tesouro? Olha, quem quiser ir junto é só pegar a pá e me acompanhar, nunca ninguém aceitou o tal convite. Este homem que vamos chamar de Tenório (nome fictício pois seus herdeiros ainda vivem) não tinha posses, vivia das vendas de seu armazém, muito poucas coisas. Uma manhã, um alvoroço na vila. Haviam escavado uma grande cratera nos centro dos três coqueiros. O buraco antes de trinta centímetros de diâmetro agora era de mais de dois metros e quase quatro de profundidade. Nunca se ouviu falara de alguém que tivesse visto ou escutado alguma coisa durante a madrugada. Estranha e curiosamente, uma semana depois seu Tenório vendeu o seu bar, mudou-se para o outro lado dos trilhos, num terreno enorme que havia comprado.
Bem, se era ou não verdade que havia dinheiro enterrado, se o tal preto velho que seu Manoel via seguidamente procurando algo por ali existiu realmente nunca se pode comprovar, mas existe um fato que até hoje intriga aos que conheceram a historia. A esposa do seu Tenório morreu de câncer, e ele também. Coincidencia? Casualidade? Verdade? Mentiras? Seja o que for os tres coqueiros permaneceram a beira daquela cratera até o dia em que as máquinas os derrubaram, para a construção do novo prédio da prefeitura. 
Para encerrar, a construção da nova Sede foi obra do Walmir Martins, e como ele morreu? Como dizia  minha avó: Mistéeeeeeerios. Será que a praga vai atingir o Ballin? Mistéeeeeerio.

terça-feira, 6 de novembro de 2012


Uma Anaconda em Sapucaia.
Não acreditam?Então leiam com atenção. Conforme escrevi ontem no texto Sapucaia era Assim, tínhamos uma turma muito unida, e que, para aquele tempo também era da pesada. Até porque a topografia da cidade era muito diferente disto que ai está, haviam poucas casas, principalmente nesta área onde se situa a prefeitura. Toda aquela extensão, da beira dos trilhos até quase as proximidades da BR116 eram praticamente campos e muito poucas casas. Muito bem, acontece que ali onde hoje está o DTG do Rúbem Darío, havia uma lagoa, cercada de maricás e taquareiras. Ninguém nunca explicou como aquilo apareceu ali. A água era limpa, não potável, mas limpa.Tinha uma certa profundidade, pois a gente costumava pegar uma taquara bem grande e enfia-la e ela sumia todinha. 
Na época diziam tratar-se de um olho de boi. Bem ali próximo morava um casal de negros já bem velhos, junto com o filho, Nezinho. O Nezinho era parceiro de todas as tiranias da época, era alto, desengonçado, braços longos e meio corcunda. Mas, apesar das aparências era uma santa criatura, quando não estava aprontando, diga-se de passagem. Nãõ sei de invenção da cabeça dele ou de alguns mais antigos, criou-se a estória de que ali naquele lago, habitava uma cobra gigantesca,que comia cães,gatos e até pessoas. Passar por aquele trecho da rua Rolante depois de escurecer era como despedir-se da vida. Mas, quando se tem idade para malandragens não existem perigos, muito menos ameaças. E, foi assim que decidimos enfrentar a tal cobra íamos arrancá-la do buraco a qualquer custo. Os caçadores eram oito valentões que armados com facas, paus, canivetes e bodoques (fundas) marcaram a hora para o grande encontro. Havia inclusive a promessa de que esfolaríamos a cobra e levaríamos o seu couro para expor nas festas do Padre Gentil, sempre é claro com os créditos aos valentões da época. Chegou a hora,anoiteceu no reunimos no portão da chácara onde eu morava, pegamos um velho lampião de acetileno (eu havia construído especialmente para a caçada) O Luizinho e o Bira conseguiram duas pedras de carbureto, montamos a geringonça, e partimos para a grande empreitada. 
O tempo foi passando e nada do bicho aparecer. Foi quando alguém teve a ideia de cutucar a água, uma espécie de provocação para tirar o animal da toca. Cutucamos uma,duas, e na terceira cutucada a água redemoinhou violentamente, foi então que todos ficaram de cabelo em pé,algo lustroso,grosso começava a sair da água e se enroscar por entre as taquareiras, aquilo parecia não ter fim, era enorme. Sempre tive problemas para correr pois usava um aparelho ortopédico, mas naquela noite aquilo me assustou de tal forma que sai correndo com os demais. Os aparatos de guerra ficaram todos esparramados inclusive o lampião aceso a beira da água. Já afastados dali começamos a nos preocupar com a família do Nezinho, afinal aquele troço tinha saído para fora e ia em direção a casa do cara. Bombeiros só de São Leopoldo, a polícia (BM) daquele tempo era apenas um velho PM conhecido como João polícia, já quase aposentado. E, pior, não gostava nada de ser interrompido em casa. 
Assim, decidimos esperar pelo amanhecer e visitar o Nesinho para ver o que havia restado da comilança da noite. Cada um imaginava uma coisa mais horrível do que o outro. Será que haviam sido comidos? Será que havia sobrado alguma coisa? Será que valia a pena olhar o que restou? Quando chegamos, batemos palma , chamamos pelo Nezinho, ele então apareceu, na porta mandando que entrássemos. Íamos com um olho na casa e outro nas macegas em volta da lagoa. Foi então que quase caímos. Lá junto a porta de entrada da casa estava a gigantesca cobra, estava pendurada numa corda e ao seu lado o Nezinho dando gargalhadas, ele e a família olhavam para  nossas caras de bobocas e riam a não poder mais.Na verdade a cobra que iríamos matar,e que temíamos nos engolir não passava de várias pernas de calças velhas costuradas e cheias de grama. 
Durante uma semana o Nezinho não pode sair para fora de casa, iríamos bater o coro dele. O cara tinha feito uma coisa muito certa.Nos matou de medo. Depois tudo se acomodou, e voltamos a farra. A tal Anaconda não passava de um boato criado pelo pai dele para que a gurizada não tomasse banho naquelas águas.

Quinta Feira. A Lenda do tesouro enterrado junto aos três coqueiros. Bem no topo da lomba, bem onde se localiza a caixa de água da Prefeitura.


Sapucaia era assim.
Se tivéssemos, antigamente, as facilidades que temos hoje para registrarmos em imagens, o nosso cotidiano com certeza muita gente ficaria impressionada como eram alguns pontos de nossa cidade. Assim que nos mudamos para Sapucaia, este espaço onde se situa a Prefeitura, tanto o prédio novo quanto a antiga sede era muito pouco povoado. No local havia uma grande lomba, uma elevação que começava junto a Rua Sete de Setembro, paralela aos trilhos da viação férrea e subia em direção onde hoje se situa a confluência da Rua Barão do Rio Branco com a Rua D.Inês. Na verdade o traçado da Rua Barão do Rio Branco vinha somente até onde encontrava-se com a Rua D. Inês. 
Daquele ponto até a Rua Sete de Setembro era apenas um trilho aberto pela passagem das pessoas que usavam-no para chegar até a passagem que havia junto aos trilhos do trem e assim terem acesso a parada dos ônibus da Central. Naquele tempo todo o percurso do trem era cercado para evitar acidentes com animais nos trilho. Havia ainda uma passagem para carros bem na direção de onde desemboca a Avenida Castro Alves. Mas,existe um episódio muito engraçado o qual jamais esqueci, e repasso a todos aqueles mais novos que talvez nunca tenham tido ideia de que isto acontecesse na cidade.A gurizada da época,era unida, tanto os do lado de lá dos trilhos, como eram chamados, relacionavam-se muitíssimo bem com os do lado de cá.
Assim que de vez em quando a gente se reunia para uma disputa de regatas naquela lombada enorme que existia ali junto a Rua Sete de Setembro. As regatas nada mais eram do que duas travessas de madeira, bem aplainadas (com cacos de vidro) para que ficassem bem lisinhas. Depois de prontas as travessas, eram pregadas sobre elas uma tábua para servir de assento e outra para que se firmassem os pés. A brincadeira consistia em situar a regata, bem no topo da lomba e depois com um empurrão (impulso) ela deslizava até junto a beira da rua.Principalmente quando a grama estava molhada depois de uma chuvarada. A engenhoca costumava pegar uma velocidade bem acentuada, pois com o uso frequente e o deslizamento constante com peso as bases das regatas iam ficando cada vez mais apropriadas para os embates. Mas,tinha um porém. Antes de chegar a beira da rua havia um lagoa, formada pelas águas da chuva. 
Não era profunda, ela estaria situada hoje, para fins de identificar o local ,onde se situa o pé da passarela, junto aqueles banheiros públicos. Estava, portanto no caminho das regatas, e manobrar uma regata não era coisa para principiantes, era preciso um jogo de corpo para tentar desviar da lagoa. Mas, isto era algo que não contávamos para os visitantes, e como era gostoso ver alguns “filinhos de papai” virem para as disputas todos arrumadinhos, bonitinhos e de repente sem mais nem menos se estatelarem dentro das águas sujas da lagoa. Ninguém brigava, ninguém zoava, não havia provocação, uns ajudavam os outros. Quando o brinquedo de alguém quebrava, sempre havia uma “equipe” devidamente preparada para dar os ajustes e fazer os consertos necessários. 
Eram outros tempos, outras maneiras de se relacionar, não havia tantas disputas por “poderes” não havia melhores, nem piores éramos praticamente todos das mesmas condições sociais. Alguns com brinquedos mais sofisticados, mais modernos, mas, no final todos se acertavam mesmo com um festival de roupas sujas de barro, e alguns arranhões nos joelhos, por contas dos acidentes.

Amanhã quero contar sobre um local onde habitava uma cobra gigante, que comia cães,  gatos, e,..pasmem até gente.