segunda-feira, 14 de junho de 2010

Cadeirinhas e cadeiradas.

Se alguém ainda não tomou conhecimento, até o final do mês de maio do corrente ano as mortes no transito já superam as cifras dos setecentos. Isto mesmo, setecentas vidas ceifadas de modo cruel e desumano frutos da irresponsabilidade de alguns e do desleixo de muitos. Parece difícil, se não impossível, nossos motoristas se conscientizarem de que a única forma de preservar a própria vida é sendo responsável.
Dar um basta nesta guerra, sanguinária e absurda, não depende de multas, cintos, cadeirinhas, taxas, ou um pedaço de papel dizendo que este ou aquele está habilitado, basta respeitar as leis existentes, sermos educados, e termos em mente que o sofrimento não é para aquele que fica estirado no asfalto ou preso entre as ferragens do carro. Quem sofre são os familiares, mães, pais, irmãos, amigos, esposa, namorada.
Um dado que nos deixa perplexos, é saber que a grande maioria das vítimas fatais estão na faixa etária entre dezoito e vinte e seis anos e o pior,estão alcoolizados. Mas, se por um lado estamos a falar dos deseducados, dos irresponsáveis, dos assassinos do transito temos também o dever de incluir nesta relação, e muito mais do que isto, questionar seus procedimentos são as autoridades, governamentais pelo muito pouco ou quase nada que fazem para coibir esta guerra.
Cada vez que as famosas estatísticas sobem, os nossos técnicos e entendidos, tiram da cartola uma nova idéia revolucionária, foi assim com a lei dos faróis acesos, da famosa caixa de primeiro socorros, do cinto de segurança, do extintor de incêndio, do gancho de reboque. Já escrevi anteriormente que não tem coisa mais ridícula, e imbecil dizer que ter um pedaço de papel timbrado, salve a vida de alguém. Eu posso estar habilitado e não ter carteira, assim como posso ter a carteira e não estar habilitado.
A bola da vez é a famosa cadeirinha, exigência que se tornou lei, porque algum técnico do CONTRAN entendeu que este equipamento pode salvar vidas. A eficiência deste equipamento é discutível, veja-se o exemplo do acidente ocorrido recentemente quando cinco pessoas da mesma família faleceram. Naquele tipo de ocorrência a cadeirinha seria apenas mais um acessório complicador. E o pior de tudo isto é que o criador desta idéia optou por recomendar apenas para carros de passeio, caminhões, vãs e ônibus poderão transportar crianças sem a cadeirinha porque ali não correm perigo, pelo menos é o que acha o este cidadão.
Mas, e o estado das rodovias esburacadas das estradas em petição de miséria, do asfalto “faz de conta” das sinalizações inexistentes? Quem pune esta corja de assassinos? A quem compete cobrar as responsabilidades por tantas mortes? Será que sempre o motorista é o culpado? O estado nada tem a ver com isto?Alguém já pensou em processar o estado? Está na hora.

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