quarta-feira, 2 de junho de 2010

Estatísticas


Confesso que tenho verdadeira alergia a estatísticas, elas são mentirosas, induzidoras de falsas tendências e podem de acordo com quem as manipula, serem maquiadas, com as mais diferentes formas de enfoques. Costumo orientar-me apenas e tão somente através das notícias veiculadas pelas mais diferentes mídias.
Assim, não me assustam mais as informações sobre assaltos, roubos, mortes, que povoam nossos noticiários. Aprendi a encarar toda esta anarquia social como algo de ruim que deve acontecer, com todos nos. Mais hoje, mais amanhã seremos alvo de algum tipo de violência. O pior de tudo isto é que não existe solução, nem a curto, médio, ou longo prazo. Tampouco depende de verbas, de atitude política, ou de batalhões de policiais nas ruas, pois sempre haverá um ponto a descoberto, e o infausto acontecerá exatamente ali.
Mesmo que fosse possível, colocarmos um PM em cada esquina, ainda assim haveria o perigo, pois a vitima seria ele próprio. Nestas alturas do campeonato muito pouco ou quase nada resolve estar preparado, armado, ou ser campeão de artes marciais. Quem é honesto, acha que todos o são, quem é bandido aproveita o momento, a vantagem da surpresa, e ataca.
A verdade, é que a vida não vale mais nada. Não importa a condição social, a cultura, a idade ou o poder, estamos na mira, todos somos alvos em potencial. A qualquer momento poderemos ser parados, e despojados de nossos pertences, quando não, de nossas próprias vidas. A segurança foi banalizada a ponto de não mais nos causar impacto um corpo estirado na via pública, ou no asfalto de uma rodovia. É apenas mais um. As autoridades até riem quando adentramos a uma repartição para darmos queixa.
O próprio sistema de segurança já instituiu um formulário padronizado, o que muda, é apenas o nome, o endereço, o RG. Os ladrões via de regra, são velhos conhecidos, dos policiais e os objetos também o são celulares, carteiras, bolsas, chaveiros, correntinhas, anéis tudo aquilo que você comprou um dia e pensou que era só seu. É claro, estamos falando dos tais menores de idade, os “pedreiros”, os coitadinhos, aqueles mesmos que apertam o gatilho de uma arma de fogo como qualquer adulto.
Nem mesmo dentro de nossas próprias casas estamos em segurança. Você esta, tranquilamente em sua sala assistindo a um jogo ou jantando com amigos e no minuto seguinte todos os seus eletrodomésticos estarão rumo ao desconhecido. Você, sua família, seus amigos com certeza estarão remoendo ás mágoas e as raivas, trancafiados num banheiro.
E então, volta a rotina, registro de ocorrência, respostas aos policiais, uma folha com o que foi informado, você saindo cabisbaixo e decepcionado e mais uma queixa que vai para a gaveta. Isto fará parte mais tarde da tal estatística.

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