Aproveitei o sábado para dar uma voltinha, subir a serra, almoçar uma comida diferente, encher os pulmões com ar puro,ver novas caras, praças asseadas, ruas limpas,gente passeando alegra,prédios sem pichação,calçadas impecáveis, jardins floridos, casas sem cercas,muros,telas cercas eletrificadas em resumo, fui ver tudo aquilo que não podemos ter aqui na cidade. E não foi preciso ir muito longe, fui ali em Nova Petrópolis, devagar,com calma,admirando a paisagem, fotografando, filmando, registrando toda aquela exuberância. Uma das paradas, que recomendo uma visita, é o Parque do Imigrante, dez hectares de pura mata nativa, com trilhas muita sombra, pinheiros centenários e o que mais me encantou, uma vila criada com a remontagem das primeiras casas de imigrantes, ferraria, escola, cemitério, igreja, tudo em estilo enxaimel, além de um museu com os utensílios, roupas, ferramentas, e documentos dos nossos primeiros habitante daquelas paragens. Sou um apaixonado por estas coisas, o tempo parecia voar, ali em contato com aquelas peças, dava para, imaginando, sentir a presença das senhoras alemãs, tecendo, costurando, ou quem sabe preparando saborosos pratos naquele fogão a lenha, panelas de ferro fundido, pesadonas ,mas, que davam um sabor tão diferenciado a comida. Quem ainda não provou um carreteiro feito na panela de ferro? Outro ponto de atração o coreto, onde a “furiosa executava valsas, maxixes, polcas e onde casais dançavam despreocupados, alegres, entre um chope e salgadinhos. Na cidade de Nova Petrópolis, as pessoas residentes no município não pagam para usufruir de todas as belezas do Parque dos Imigrantes. Todos recebem uma carteirinha, um passe livre, e tudo administrado pela prefeitura local. Já no caminho de volta, uma parada obrigatória na praça central da cidade,um verdadeiro jardim vivo com milhares de flores,em todas as cores, impecavelmente cuidadas, onde não se via um toco de cigarro que fosse. Enquanto fiquei ali sentado comecei a pensar na diferença de cultura entre aqueles moradores, e visitantes com a nossa cidade. Ali tudo é bonito,limpo,caprichado. Ônibus saiam e chegavam, despejando visitantes, todos fotografando elogiando, admirando a paisagem, os encantos de uma cidade agradável. Visitantes que faziam questão de posarem junto ao jardim com mil cores eram jovens,velhos,crianças todo mundo alegre, feliz. Em todo o trajeto percorrido não vi sequer uma parede pichada,uma árvore quebrada, Porque será que não podemos, nos também, ter algo que possa atrair visitantes? Sapucaia do Sul não tem nenhum atrativo. Nossas ruas e avenidas estão virados em crateras, nossas praças são verdadeiro ajuntamentos de tudo o que não presta, a noite então é um verdadeiro motel a céu aberto. Sequer temos o direito de possuir um museu, um hotel,uma pousada,um centro de convenções,um parque público onde as pessoas possam desfrutar de um pouco de sossego. um lugar onde se possa caminhar, tomar um chimarrão com segurança. Será que o povo ordeiro,trabalhador,pacato desta cidade não merece algo semelhante, será que não gostaríamos também de possuir praças floridas, ruas e avenidas de cartão postal, receber caravanas,mostrar algo de belo do qual pudéssemos nos orgulhar. Será que a vida do povo desta cidade será sempre as eternas brigas entre políticos arcaicos, será que estamos fadados a sermos para sempre as peças de um museu? Será que não estamos pagando muitos impostos para não termos absolutamente nada do que nos orgulhar?Onde é que estão as cabeças pensantes desta cidade? Onde é que estão os políticos? Não estaria, quem sabe, na hora de mudarmos totalmente nosso conceito de escolher as pessoas? Acabar de vez com estes entulhos politiqueiros, arejar câmara, prefeitura, clubes de serviço. Acho que o melhor mesmo é mudar de cidade, tanto é que minha casa está a venda.
Bom dia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário