terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Duzentas mil pessoas.

 
Você considera este número muito alto? Depende, isto é o que você me responderia. Se fosse num grande espetáculo, ou num jogo da seleção tudo estaria dentro dos limites esperados, mas, pasmem, este número citado logo acima nada mais é do que o numero de desaparecidos no país por ano. Isto mesmo neste país desaparecem  no período de trezentos e sessenta e cinco dias nada mais do que  duzentas mil pessoas, ou o equivalente ao total de habitantes de uma cidade média. No Brasil não existe ainda um controle rígido que possa nos afirmar com exata certeza o número de pessoas, crianças, jovens, idosos que hoje se encontram em lugar incerto ou não sabido. Somente há poucos meses foi criado em São Paulo uma delegacia especializadas na busca de pessoas desaparecidas, agora você reflita comigo; que condições terá uma delegacia para trabalhar com número tão alarmante? Aqui no Rio Grande do Sul temos um dos casos mais emblemáticos que é o caso de D. Beatriz Joanna Von Hoendorff Winck, desaparecida em 21 de outubro de 2012 lá na cidade de Aparecida em São Paulo quando visitava o Santuário do mesmo nome em companhia de seu esposo. E, aqui vale um registro muito importante, posso sem nenhuma dúvida testemunhar tudo o que já foi feito pela família de D. Beatriz, no afã de encontrá-la, pessoalmente envio correspondências quase que mensalmente a todos os órgãos de segurança do estado e do país, sem no entanto haver recebido até hoje de nenhum deles algum tipo de ajuda. Apenas palavras evasivas, só para enrolar. Parece que nos estamos vivendo um estágio no qual cada um é responsável por si e o estado apenas fornece o básico e isto quando fornece alguma coisa. Os números acima recolhidos de um documentário na Tv não nos deixa nenhuma dúvida de que as autoridades estão como barcos a deriva, navegando ao sabor das ondas tentando resolver o impossível. Agora imagine o sofrimento, o desgaste, as incertezas, o desânimo de uma família que passe por sofrimento igual a este. A família de D. Beatriz já a quase quatro anos busca de todas as maneiras encontrar pistas que ajudem a encontrá-la. De todas as autoridades contatadas, nada a acrescentar, fica a ajuda de colaboradores, amigos, familiares e redes sociais. Enquanto isto, Seu Delmar, esposo de D. Beatriz não desgruda do telefone; a esperança é a última que morre. Onde está D. Beatriz?

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