segunda-feira, 22 de junho de 2009

Minha voz 33

A Minha Voz. 31
Jaí Antonio Strapazzon .

Idealismo x Oportunismo

Participando, dia 19 p/passado, de um ciclo de debates organizado pelo meu partido o PDT, na câmara de Vereadores, fiquei impressionado com o número de pessoas presentes ao ato. Também causaram espanto os conteúdos dos discursos ali pronunciados. Eram, segundo as palavras do presidente da Executiva Regional do partido, coordenadores das diversas regionais do PDT. Homens que até prova em contrário são líderes, ou desempenham esta função em seus municípios.
Fui, para o encontro, otimista, cheio de idéias, pensando uma coisa.Saí decepcionado, vazio de propostas, e quase tendo que parar no hospital por conta de um tombo na entrada do prédio da câmara, causado por um degrau mal sinalizado.De tudo o que eu ouvi, de tudo o que disseram, causou-me um conforto ouvir as palavras do Professor Pádua. Velho militante do PDT, cabelos brancos, caminhar lento, que do alto de seus quase noventa anos deu uma lição a todos nos presentes ao ato e muito principalmente a esta nova leva de pedetistas que brotam como capim no campo molhado da chuva.
Mesmo que não falasse mais nada (teve dez minutos) sua última frase poderia ser considerada a coisa mais importante que foi pronunciada naquele encontro, disse ele: Às vezes, me perguntam porque eu ainda insisto em falar,participar, debater, o que eu ganho afinal ? Se não seria mais correto estar com meus netos, descansando. Respondo: Ganho muito com isto, porque sou um idealista, e tudo o que faço é em nome deste ideal.
Diante daquele senhor, desfilaram oradores, de todos os níveis e para todos os gostos. Desde políticos velhos com seus tradicionais discursos surrados e cheios de retalhos, até novas lideranças com gritos estridentes ao microfone apregoando aos quatro ventos a disponibilidade em concorrer nas próximas eleições. Falavam, discursavam, chamavam a atenção para a falta de participação, da fraqueza do nosso partido no estado, e chegavam ao cúmulo de defender candidatura própria para o governo em dois mil e dez.
Em nenhum momento, foram capazes de aproveitar a excelente dica dada pelo professor Pádua, e discorrer sobre a nossa fragilidade no quesito “idealismo” quem daqueles presentes saberia o verdadeiro significado desta palavra em política? Os poucos que a conhecem não a pronunciam por medo do comprometimento que ela carrega, nossas siglas atuais estão abarrotadas de “oportunistas” aqueles que entram para a política para se locupletar, com cargos e salários.São como andarilhos, hoje aqui, amanhã ali, não se comprometem com nada, tudo é passageiro, vão estar onde acontecer a melhor proposta.
Não é com gente assim que se faz política de verdade. Isto é mesma coisa que construir uma casa sobre um banhado, não tem base, não tem fundações confiáveis, mais hoje, mais amanhã vai ruir, vai afundar. E não me venham com a historia de que houve participação, mobilização e não sei mais o que. O que eu vi, foi um pequeno grupo de ocupantes de cargos, na prefeitura.Não se pode construir um partido forte, sem uma militância confiável, idealista e com conhecimento do que acontece no dia a dia.Os exemplos devem vir de cima, dos eleitos e atuais ocupantes das cadeiras na Assembléia Legislativa, na Câmara federal, e no senado. Mas, do jeito como acontecem as coisas parece que é melhor mesmo levar na flauta do que se preocupar com os clamores públicos.Este com certeza não é o PDT do Brizola.

Nenhum comentário: