quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Desafio a justiça.



A população de Porto Alegre está sendo explorada até a exaustão. O trabalhador, a domestica, o professor, enfim, todas aquelas pessoas que necessitam ou fazem uso do transporte público. E, sejamos justos, toda esta farra, todo este tormento, todo este volumoso prejuízo que em onze dias já atinge a casa dos milhões, deve-se única e exclusivamente as brigas, as querelas políticas, de grupos rivais tentando provar a uma categoria que hoje se sabe, não passa de massa de manobra, a sua força. A pior coisa que pode acontecer quando se decide pela deflagração de um movimento grevista é o desgaste, a desmotivação, a confirmação de que tudo aquilo que se julga justo está sendo usado por pessoas ,muitas vezes estranhas ao movimento para se projetarem politicamente. Acompanho pelo jornal, e pela tv, as diversas manifestações das “lideranças” deste movimento grevista dos rodoviários, e muito poucas vezes tenho ouvido falar em “sindicato” em “categoria”, ao contrário, fala-se muito em Central tal, Força tal, movimento tal, ou seja, na verdade facções de partidos políticos ou correntes divergentes do mesmo partido, tentando tirar proveito próprio de um movimento que transforma a população em reféns.Todo o mérito de um movimento começa a se escoar, esmorecer, quando se criam correntes diversificadas no seio da categoria. A descrença e a desconfiança por parte das lideranças aos rumos que estão tomando movimento, aliadas as possíveis penalizações que podem advir começam a minar toda a mobilização, vem o desgaste, o cansaço. A ferramenta (greve) usada para forçar o diálogo já não mostra mais tanta confiança, já se fala em “sitiar” a cidade, já se cogita buscar apoio de outras categorias (correios), já se insinuam conversas com outros grupos de rodoviários de outras cidades buscando reforçar a adesão. Isto tudo é sintoma de que a mobilização está perdendo forças, de que existem trabalhadores entendendo que tudo não passa de fumaça nos olhos, de que as cláusulas apresentadas, embora justas, na verdade estão sendo usadas como trampolim político. Este é um momento muito delicado para quem comanda uma greve. Não se pode dispor das pessoas, desta maneira, por mais justas que sejam as reivindicações elas não podem ultrapassar o bom senso, existe por detrás de todo este movimento um povo que precisa trabalhar um povo que está desembolsando diariamente uma grande parcela de valores com Vans, taxis, e outros tipos de transporte. Isto é desumano. Será que é justo, penalizar tantos inocentes?Será que é legal desafiar a Justiça do Trabalho de forma tão acintosa? Será que isto é realmente uma briga com os “patrões”? Creiam ir para dissídio será muito pior.

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