quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Sumiços e desaparecimentos.

                                       D. Beatriz desaparecida em 21/102012 -Aparecida -SP;
Anualmente “somem”, no Brasil cerca de duzentas mil pessoas, isto mesmo, ainda que mal comparando seria a mesma coisa que, em um ano os habitantes de uma cidade como Sapucaia do Sul,desaparecessem como por encanto,  e desta parcela de desaparecidos apena um por cento reaparecem novamente,na maioria dos casos adolescentes que por um motivo qualquer saíram de casa, passam um tempo fora e depois surgem novamente. O assunto torna-se bem mais interessante, para não dizer vergonhoso junto às autoridades do país, pois apesar dos números registrados, existem aqueles cujas famílias não estão nem ai para o caso. Então podemos concluir que na verdade estas cifras podem ser muito maiores. E o que fazem nossas autoridades? Nada, isto mesmo, via de regra as buscas ficam todas por conta de familiares, cartazes, impressos, folhetos, e muito, mas muito pouco espaço nas mídias, a menos que se trate de algum figurão envolvido. Registrar casos de desaparecimento, ou sumiço de alguém junto aos órgãos de segurança pública,seja do estado, ou da federação, vira até caso de chacota. Infra estruturas paupérrimas, falta de agentes especializados, os quais ainda tem a incumbência de decifrar casos de assassinatos, brigas, desavenças fazem com que as diligências sobre sumiços entrem na fila de espera. Isto para  as autoridades é legal,mas do ponto de vista dos familiares é prolongar a agonia. Casos como o de D. Beatriz, sumida lá em Aparecida, São Paulo, que já se arrasta por mais de um ano, sem que se tenha nenhuma informação a respeito de seu paradeiro. Este caso é apenas uma ponta do gigantesco iceberg que flutua pelo país da impunidade, da falta de segurança, da falta de saúde, da miséria humana, mas que mesmo com estes atributos todos orgulhosamente se prepara para receber uma Copa de Futebol. Muito pouco ou quase nada se investe em segurança, não existe sequer um cadastro nacional oficial das pessoas que desaparecem todos os dias no país. Assim, fica a sociedade os familiares, amigos e interessados anestesiados, estáticos a espera de um milagre, que até pode acontecer, mas cuja espera acaba por matar qualquer expectativa quanto aos trabalhos dos órgãos de segurança oficial. Está mais do que na hora de criarmos um banco de dados,a nível nacional, de colocarmos as agencias dos correios cujos como parceiros divulgadores, mas principalmente obrigar os grandes grupos de comunicação a abrir mais espaço para tentar resolver esta vergonha.Está mais do que na hora da Secretaria dos Direitos Humanos largar de mão os Black Blocs, e cuidar melhor das pessoas que realmente necessitam de proteção neste país.

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