domingo, 28 de janeiro de 2018

Cachorro Velho.




Meu nome? Meu nome não importa, podem me chamar de cachorro velho é isto que eu sou mesmo. Mas, outrora fui  a alegria do meu dono, eu era forte, corria, brincava com as crianças, o gramado da minha casa era pequeno para tantas corridas,tantos jogos, tantas brincadeiras. Tinha uma casa bonita,tomava banho todos as semanas, colocavam perfumes,penteavam meu pelos, tinha cobertor para enfrentar o inverno, e muitas foram as vezes que dormi dentro de casa,eram afagos e mais afagos. Porém o tempo passou,minhas pernas começaram a doer,meu pelo,antes cuidado começou a ser largado de mão, vieram as doenças, as pulgas,os carrapatos as feridas e minha casa antes em lugar de destaque no jardim foi parar no fundo sombrio,atrás de uma garagem. Já não me procuravam mais para brincar, minha ração começou a faltar, minha água, antes limpa, agora não era mais trocada. A tristeza começou a tomar conta de mim queria de volta meus amigos, um carinho, alguém que passasse a mão em mim, queria correr novamente atrás da bola, ouvir as risadas dos meus amiguinhos, correr jogar-me no chão. Um dia me colocaram  uma coleira, mas para que aquilo? Depois uma corrente e vagarosamente fui puxado pelo corredor em direção ao carro. Fui colocado no porta malas, apertado, escuro, sem ar , assim andamos por m longo tempo. O porta malas foi aberto,fui retirado,retiraram a coleira e me deixaram solto, a porta do carro fechou-se e foi embora. Fiquei ali sem saber o que fazer, e agora? Minhas pernas já não me sustentam, como vou buscar o alimento? Minhas dores, quase não enxergo, estou doente, porque fizeram isto comigo? Estou velho, já não tenha mais serventia, não posso brincar, não posso correr,estou fraco. Sou penas um velho cachorro, a espera do fim. 

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