quarta-feira, 30 de abril de 2014

Casinha Branca.


Quero propor um teste, coisa simples, porém que servirá para comprovar ou desmentir uma velha teoria, não, não se trata de teoria, mas de uma idéia que carrego comigo e que diz respeito ao comportamento do ser humano. Feche os olhos, imagine um lugar simples, muitas árvores, um córrego de águas limpas e cristalinas, um majestoso jequitibá cuja sombra atinge quase que a totalidade de uma casinha simples, pintada de branco, com varanda e janelas de um azul bem clarinho. Debaixo dá árvore uma velha mesa, com cadeiras rústicas, na verdade pedaços de velhos troncos apodrecidos, que foram adaptados como cadeiras. Na varanda, entre inúmeras samambaias pendentes, uma rede que abana suas franjas preguiçosamente com a brisa. Mais ao fundo, um pouco afastado, um pequeno galpão onde se pode ver uma carroça, alguns sacos de ração, milho e um fardo de alfafa. No pequeno potreiro um petiço faz sua refeição. Esta casinha simples não tem luz, não tem telefone, não tem sinal de Tv, nem fogão a gás. Aqui mora um pequeno agricultor, que vive com menos de um salário mínimo, fruto daquilo que produz e vende. Agora, relaxe vai mudar o cenário. Estamos numa importante avenida, um prédio de muitos andares, são apartamentos, garagens, lojas. O transito é intenso, movimento de pedestres, de carros, buzinas, sirenes, um turbilhão de ruídos. Vamos entrar em um destes apartamentos, tudo de acordo, moveis perfeitamente adaptados, muito espaço, câmeras de segurança por todos os lados, interfone, segurança vinte e quatro horas, na garagem carros de luxo, elevadores sociais, de carga, escadarias com piso antiderrapante, tudo aquilo que o conforto exige, aqui mora um grande executivo. Ele tem tudo o que se possa imaginar de tecnologia do futuro, quase tudo neste ambiente é automatizado ou controlado por controle de um celular. A pergunta é; o que é que este grande executivo não tem, mas que o cidadão lá da casinha branca esbanja? E não estou falando em facilidades, aperfeiçoamentos, tecnologias, não, nada disto. Falo de algo muito mais importante do que pilhas de contas no fim do mês, do estresse em enfrentar a cada dia um transito cada vez mais angustiante, da insegurança de ter que identificar-me para entrar em minha própria casa, em não poder fazer aquilo que gosto porque é proibido, em ter hora para deitar e levantar, tudo cronometrado. Acho que agora já deu para perceber o diferencial na vida destes personagens, é a tranqüilidade, a paz de espírito, a vida simples que pode até exigir alguns sacrifícios, mas que proporciona uma vida muito mais longa e feliz. E você,concorda comigo? 

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