terça-feira, 8 de abril de 2014

Seiscentos pilas.


O assunto mais comentado, mais badalado e de  maior repercussão nas páginas sociais foi sem dúvida nenhuma o caso do jovem Marco Antonio, um humilde segurança que ao notar que uma pessoa havia perdido algo,foi conferir e deu de cara com seiscentos reais e uma fatura a ser paga. Bem, o caso já foi esmiuçado pela mídia, mas, tem algo nesta história que foge aos padrões normais de alguém achar algo e devolver ao verdadeiro dono. Seria a coisa mais natural do mundo este cidadão achar este valor, postar um aviso ,como o fez, nas redes sociais, e esperar que o dono do dinheiro aparecesse. Mas, não ele anexou um plus a mais, qual seja, dirigiu-se a uma casa lotérica, e pagou a fatura, só depois tratou de procurar a pessoa que havia perdido. E aqui eu creio está uma prova inconteste de que certos valores morais vêm de berço, vem dos exemplos recebidos na vivencia diária, em família. Talvez, isto é raciocínio meu, ele tenha pensado; puxa vida esta conta vencendo, a pessoa perde o dinheiro, a conta, agora além da preocupação com os valores perdidos vai ter que se preocupar em correr até o banco para não perder o vencimento, não pagar juros. Então corre até a lotérica mais próxima, paga a conta e sai a procurar o dono do troco. O impacto causado pelo inusitado ato deste personagem da vida real é exatamente proporcional ao descrédito das pessoas pelos valores básicos de nossa sociedade. Estamos soterrados de  péssimos exemplos vindo justamente daquelas pessoas que deveriam ser guardiões da honra, honestidade, ética, moralidade, respeito que quando acontece de alguém agir com naturalidade, movido pela lógica, de achar algo que não lhe pertence e não apenas devolver, mas,resolver o problema e fazer com que a dona do dinheiro tivesse sequer o trabalho de correr atrás do prejuízo, revela algo muito maior do que simplesmente ser honesto, revela um imenso senso de justiça e de caráter, tão incomum nos dias de hoje. Não é por menos que esteja este cidadão, sendo acolhido por todas as mídias, pois estas mesmas mídias estão sedentas para noticiar coisas boas, atos dignos de elogios. Geralmente só ouvimos falar em mortes, atropelamentos, corrupção, roubos, desvios, nulidades sendo diariamente apresentados a nos como salvadores da pátria, como exemplos de virtudes. No entanto, um jovem, humilde numa parada de ônibus, sem luzes, sem holofotes dá, mesmo que sem querer, um tapa na cara de muita gente com seu ato simples e verdadeiro. Quem sabe, este ato de grandeza de firmeza de caráter ecoe lá pelas bandas do planalto e mostre aos poderosos o que é ser realmente brasileiro.  

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