segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Curto circuito.



Diz o ditado que a gente só passa a conhecer uma pessoa quando esta pessoa assume um cargo ou um posto. Na maioria das vezes é a verdade, mas existem exceções a regra. Sempre tive veia de participar de discussões, no primário ( EM. Dom João Bosco –SL) era campeão de leitura, depois no ginásio, presidente do GECA (Grêmio Estudantil Castro Alves) Na Unisinos era metido no DCE, Na Liess (metalúrgica  em Canoas – Já participava da assembléias dos metalúrgicos). Mas foi na CEEE que tive meu maior desafio. Era delegado setorial da Agencia Sapucaia. Mais tarde, pelas minhas participações nas reuniões e Assembléias fui convidado pelo Dorval Chaves para compor a chapa de oposição, no cargo de tesoureiro. Até então o delegado atual (Nilceu) era absoluto. O pitoresco nesta história é de que eu participava muito pouco das assembléias na sede do sindicato, eu não podia subir as escadas por não possuírem corrimão, e não gostava de pedir ajuda. Então pedi ao delegado da época o Nilceu, para que providenciasse a proteção, o apoio, e assim eu passei a ser assíduo. Vencemos a eleição, e o Nilceu em tom de brincadeira ainda disse; o que é que eu tinha que colocar o corrimão. Passado algum tempo houve um problema com o Dorval, e pressionado pela categoria viu-se obrigado a renunciar. De acordo com a escala hierárquica eu era o próximo a assumir, o mandato até as próximas eleições. Aceitei o desafio. Mas ao contrário, do Dorval, que não era muito chegado com o pessoal de outros setores, eu já tinha uma certa facilidade, gostava do pátio da fábrica, gostava de conversar com o pessoal, ouvia problemas,intercedia, como delegado, com chefes, resolvi mudar completamente o sentido do cargo de representante sindical. Trouxe para a delegacia, a venda de roupas de cama, vestuário, objetos de uso na casa. Isto através de contatos com lojas e representantes comerciais, e ao invés de pedir porcentagens para a delegacia eu pedia descontos aos associados. As assembléias passaram a ser mais concorridas o pessoal não via o sindicato apenas como o representante para brigar por aumentos, mas um lugar onde podiam buscar apoio. Mas, a delegacia de São Leopoldo, tinha uma história muito ligada com o deputado Antonio Barbedo, ali era o seu reduto eleitoral, e de uma forma geral ele sempre se achou um meio dono da área. A meu gênio bicudo, e brigão por direitos já sinalizava de que a convivência não seria das melhores. Eu também tinha o meu jeito de administrar. Apesar de muita gente achar que eu era mais um do grupo de puxa sacos do Barbedo, tive discussões seriíssimas com o deputado e alguns dos seus seguidores. Poucos eram os delegados do interior que ousavam desafiar ao deputado, eu era um deles. A sua influência era tão grande, que ele indicava gerentes, chefes, chefetes, tudo passava pela mão do deputado Barbedo. Não dá para contestar as muitas vitórias conseguidas pela presença do deputado, como eletricitário, mas, deve-se reconhecer também, que todas as conquistas também tiveram a participação maciça da categoria. Em todos os setores haviam os apadrinhados, os preferidos, e estes, muitas vezes era indicados para participarem da diretoria da delegacia. No meu caso, apenas no meu último mandato, tive a infelicidade de contar com dois membros, os quais eram olheiros do deputado para me vigiar ( Roni e João). Tudo o que se passava na delegacia, era repassado pelos dois traíras na mesma hora.mas sempre deram com os burros na água, por que eu era honesto, muito mais honesto do que eles próprios, por que nunca agi com maldade mesmo contra aqueles que não gostavam de mim. Tem muita gente boa que ficou devendo favores ao velho delegado. Gente com cargos e salários muito mais altos do que o meu. Foram tirados de serem prejudicados graças às conversas e acordos do delegado com as chefias e mesmo com o diretor representante de pessoal (Vanderlei Funari, Manoel Valente, Claudio Canallis). Depois da minha saída delegacia mudou muito, o próprio Senergisul mudou.       

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