sábado, 19 de outubro de 2013



Um ano se passou.
Um ano é um tempo longo demais, se estivermos esperando por alguém, que vem de muito longe, e que há muito tempo não tenhamos notícias a espera parece não ter fim. Imagine então um ano de buscas, de desencontros,  entrevistas, de convites,de interrogações de sofrimentos. É um pesadelo. Este drama é vivenciado pela família de D. Beatriz, que desapareceu misteriosamente no dia 21 de outubro quando em visita lá no Santuário de Aparecida e, São Paulo. De lá para cá foram horas de entrevistas, milhares de telefonemas, muitas horas de caminhadas pelo interior das cidades de São Paulo próximas ao santuário. Centenas de milhares de panfletos com a foto de D. Beatriz, contatos com autoridades as mais diversas e, no entanto tudo continua na estaca zero. Tenho me perguntado durante todo este tempo; se este desaparecimento tivesse acontecido com alguém muito importante, parente de alguma autoridade, não que esta senhora não o seja, será que estaria nos mesmos patamares? Será que o interesse de algumas de nossas autoridades seria o mesmo?Na época chegou-se a criar na Assembléia Legislativa da capital uma coordenadoria para tratar deste assunto, liderada pelo Deputado Oliboni, e no que deu afinal? A que conclusões chegaram? O quê resolveram? Absolutamente nada. O silêncio da igreja é outro ponto questionável, ora, um centro religioso como Aparecida para onde acorrem milhões de pessoas anualmente deveria demonstrar um interesse muito maior do que aparentemente demonstra, faz-se mister saber o que foi ou está sendo feito para evitar que novos desaparecimentos aconteçam. Desconheço caso semelhante, acontecido no Brasil, que tenha tido tanta divulgação, tantas buscas e que mesmo assim continue no mais completo obscurantismo. Esta senhora parece ter sido tragada pela terra, nenhuma notícia, nenhuma pista. Situações como esta são por demais preocupantes, ainda mais se levarmos em conta que o país se prepara para eventos de repercussão mundial. Tenho insistido de que o Brasil carece de dados, de meios, de tecnologias que possibilitem o compartilhamento de informações sobre pessoas desaparecidas. Tudo ainda caminha na base da investigação apenas de campo. Inexiste um cadastro nacional, um banco de dado com fotos. Mesmo com as facilidades da Internet, a troca de informações ainda depende de telefonemas, burocracias esdrúxulas, malotes, permissões e principalmente boa vontade. Um ano de buscas, um ano de saudades, um ano de esperanças, este o resumo , o resultado de um passeio que tinha tudo para ser só alegrias, mas,no entanto se transformou em pesadelo.A pergunta continua; onde anda D. Beatriz?  

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