quarta-feira, 23 de outubro de 2013

O dilúvio.


Com um pouco de exageros é perfeitamente compreensível comparar a enxurrada desta manhã com um dilúvio. E a quem cabe culpar? No meu entendimento existem três culpados. O tempo, a administração municipal, e o povo. E, a cada um vamos dar sua parcela de responsabilidade para entender por que situações como esta teimam em acontecer. Nunca, como agora, as previsões do tempo tem acertado tanto em relação aos prognósticos sobre o tempo. A cada dia novas tecnologias vão sendo incorporadas no cotidiano dos profissionais responsáveis pelas previsões. Modernos satélites monitoram nossos céus coletando dados e informações, o que, de certa forma, facilita este trabalho. Então, pode-se concluir que eventos como este acontecido nesta manha tenebrosa de 23 de outubro são perfeitamente previsíveis, sendo assim, a população devidamente informada tem como proteger-se principalmente aqueles que se situam em áreas ribeirinhas, seja na procura de lugares mais protegidos, ou mesmo no abandono do lar até passado o perigo. Com referência a parcela de culpa que cabe aos administradores, deve ser repassada nas devidas proporções a todos aqueles em cujas mãos repousam as responsabilidades inerentes. O prefeito pede verbas, apresenta projetos e as verbas aparecem. Acontece que muitas das vezes a pressa em buscar estes recursos faz com os projetos apresentados não passem de remendos pobres e mal calculados. Como sempre acontecem nestes casos, o toma lá dá cá a troca de favores políticos funciona como uma escada do tipo; eu agrado o prefeito, o prefeito atende os vereadores, estes bajulam o povo e nós faturamos os votos. Daí fica fácil verificar o porquê de projetos falhos, muitas das vezes apenas toscos remendos. O solo das nossas cidades são arenosos, qualquer tipo de drenagem a ser efetuada deve levar em consideração este fator, pois assentar um cano para escoamento das águas pluviais requer um boa base, senão as infiltrações acabam por ir lentamente cavando o solo fazendo com que a terra vá aterrando o interior destas canalizações acabando por obstruí-la completamente.E, posso afirmar sem medo de errar, ninguém fiscaliza nada disto, nem o povo, muito menos os vereadores, é perda de tempo.O dinheiro vem, a parte de investimento é enterrada de qualquer jeito o resto some por outros caminhos, e a gente só volta a se preocupar com o assunto quando a água atinge o nosso pescoço. E, a parcela de culpa que cabe ao povo? Esta sem dúvida alguma, senão é a principal, é a que maior parcela de responsabilidade deve levar. Aqui mesmo na minha rua tem uma vizinha que costumava varrer sua calçada, e o lixo era todo empurrado para a boca de lobo, até que um dia em tom de brincadeira disse que iria trazer o meu também para ela dar o mesmo fim. Quando percebeu que estava sendo monitorada, parou com a besteira.  Mas, quantos fazem isto hoje? Reciclar o lixo doméstico, separar por espécies, dando a cada um o seu destino adequado não faz parte de nossa cultura. Fica muito mais fácil eu meter o pau no prefeito, nos vereadores, no presidente e sei lá em quem mais. Cuidar da minha calçada, ensacar corretamente os resíduos para encaminhá-los adequadamente vai fazer alguém pensar que sou mais um puxa sacos. Não, não é bem assim, a cada um cabe uma parcela de ajuda. Ninguém é obrigado a fazer o serviço que é de responsabilidade do poder público, claro que não, mas, facilitar? Porque não? Se, sou morador em área de risco, se tenho conhecimento de qualquer chuva invade o meu pátio tenho a obrigação de fazer algo para ajudar a evitar que isto aconteça. Primeiro faço a minha parte, depois parto com tudo para cima a quem de direito. Vamos ser coerentes, São Pedro já deve estar com o saco cheio de reclamações. Ele só não nos rogou uma praga por que é santo. Não acham?

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