segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Apenas..

Apenas uma pausa

Tenho, há mais de quarenta anos, dedicado boa parte do meu tempo a escrever. Escrevo sobre tudo, mas, tenho um gosto especial sobre assunto que envolva segurança, talvez influenciado pelo fato de gostar do tema Segurança no Trabalho. Gosto de política, alias, gostava. Quando ainda havia esperanças de que as coisas mudassem, os políticos criassem vergonha na cara, o país se transformasse num enorme mutirão para acabar com a fome, com o desemprego, com a falta de segurança, com a falta de saúde.

Hoje vejo que não passei de um pobre sonhador. A coisa é muito mais suja do que pensei, os homens, estes envolvidos em política, perdem a maior parte de suas grandes qualidades, deixam-se arrastar pelos projetos pessoais. A política, aquela que representava a arte de dialogar, de propor, de sugerir, foi relegada ao esquecimento. Em seu lugar surgiu outra bem mais ágil, muito menos honrada é verdade, mas, que traz lucros imediatos chamada da política do “toma lá da cá”.

Não existe projeto, não existe sugestão, não existe nenhuma alternativa para qualquer que seja o problema se esta não passar pela negociação. Calma, a negociação não significa parceria, pelo melhor. A parceria é interesseira, do tipo eu apóio, mas eu quero uma verba, um cargo, uma viagem. Na verdade ai está o vertedouro das maracutaias, começam nas câmaras municipais com o ensaibramento de uma viela qualquer, com a poda de uma árvore, para desaguar nas mais altas esferas nas mãos dos lobistas, estes sim, com poder de barganha muito maior do que o do presidente da república.

Nunca faltei ao compromisso de votar, sempre era o primeiro da fila na minha secção eleitoral, e muitas foram as vezes que fui chamado a compor a mesa, aliás na minha secção eleitoral comecei como mesário e terminei como presidente, e assim mesmo porque filiei-me a uma sigla política. Hoje reconheço o tempo perdido, se entendesse melhor o significado da palavra votar, talvez preferisse a justificativa, o pagamento de multa do que ter passado, durante todos estes anos, o recibo de bobo.

Aqui em Sapucaia, fui participativo, ajudei a criar um novo projeto, criei uma página “Minha Voz” com a única finalidade de ajudar com críticas construtivas, na administração, mas errei ao supor que todos saberiam interpretar o que estava escrito, ao contrário apareceram os pseudos entendidos, e não faltaram ameaças veladas, não contra mim, mas contra pessoas inocentes que nada tinham a ver com minhas palavras. Por isto o nojo, a repulsa o sentimento de frustração frente tudo isto que as pessoas diariamente trazem até mim. São fatos envolvendo pessoas tidas como amigos, das mais diversas siglas partidárias, respeitáveis e honestos, mas que se verdadeiras as informações, aderiram a velha prática do toma lá da cá.

Tudo isto me leva a tomar uma decisão. Não acredito mais em política, principalmente quando ela envolve ameaça. Não desejo que um inocente sofra as conseqüências. A “minha voz” parou de opinar. Mas cuidado, muito cuidado com os recados. A minha boca não foi calada. 28/09/2009

Nenhum comentário: