segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Ciúme.

Como se não bastassem as mortes no trânsito, o que, convenhamos é uma guerra nós brasileiros agora passamos pela infelicidade de conviver com crimes cuja crueldade é de fazer inveja ao mais sanguinário serial killer. Diariamente a mídia nos traz informações sobre os mais escabrosos acontecimentos, relacionados com o extermínio de vidas humanas. Muito embora a gente não goste deste tipo de notícia, e muito menos entrar em detalhes, creio chegada a hora de encararmos a realidade e fazermos uma seria reflexão sobre o tema. Eu quero me ater a este episódio, do pai que matou a mulher e um filho ferindo gravemente outro. O que leva um ser humano transformar-se em besta, atacar a mulher que lhe deu filhos, e mais ainda, encorajar-se a estocar uma faca no corpo indefeso de um bebê? Não teria sido de maior valia ter virado contra o próprio peito, o instrumento e arrancado o próprio coração? Qual o profissional da área médica estaria apto, ou melhor, se atreveria a emitir um laudo sobre este animal? Qual o advogado criminalista se acharia encorajado a defender em juízo este crápula, covarde. Há, diria talvez a defesa, o réu agiu totalmente fora de controle, estava obcecado pelo ódio, pelo ciúme, estava fora de si. É bem possível que sim, mas o motivo da sua raiva aparentemente era a sua mulher, qual a culpa das crianças em tudo isto? Será que na hora de defender um elemento desqualificado como este o seu defensor consegue ter em mente o corpo de um bebê, se debatendo tentando inutilmente esquivar das estocadas mortais do desqualificado assassino. Será que é possível, mesmo ao defensor público, ignorar a cena, deste crápula chamando os filhos, pegá-los e golpeá-los até a morte?Por quantas noites, quem sabe este mesmo cidadão, e sua esposa passaram noites de vigília ao lado do berço, velando o sono dos filhos, quantas foram as festinhas de aniversário, ainda que pobres e humildes, motivo de alegrias. Tudo para terminar num covarde banho de sangue. A que, estamos nós seres humanos, transformados? Nada mais tem valor, o homem recusa a presença de Deus, deixa-se levar cada vez mais por sentimentos mesquinhos, pensa saber o que realmente é amor, valida muito mais o efêmero, não raciocina, deixa aflorar os seus mais terríveis instintos de selvageria, extrapola os mais rudimentares conceitos de civilidade passa por cima dos mais tênues resquícios de amor pela sua família, e condena-os ao silencio,mata-os. Bebida, ciúme, doença, paranóica, nada justifica. No Irã uma mulher foi condenada a morte por apedrejamento, porque alguns juízes presumiram que ela houvesse traído seu marido. Que tipo de sentença dariam estes mesmos “juízes” a este monstro? Sequer podemos esperar que a consciência deste individuo seja o seu juiz, pois quem faz o que ele fez, no mínimo tem pedras no lugar do coração.

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