sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

No escurinho do cinema

Um dos programas preferidos da nossa turma, como de resto para a juvebntude da época, eram as matinées do Cine Marabá. Ali se conseguia de tudo , desde a troca de figurinhas dos álbuns ( artistas de rádio,cinema,jogadores de futebol) até a troca de gibis( revistas em quadrinhos) Eu particularmente era campeão, tanto em trocar como vender não só gibis ,mas, as famosas revistas de contos de amor( Revista Capricho eram fotonovelas todas ilustradas com fotos das cenas, onde os "balões" indicavam qual o personagem estava falando) eu tinha verdadeiras montanhas destas revistas. Meu pai, Angelo, trabalhava na Fábrica de papelão Justo e Cia, em São Leopoldo, ali vinham parar todas as publicações que "encalhavam" nas bancas de Pôrto Alegre eu então só passava o título e ele comprava a kilo, e cada dia chegava com novas remessas de livros(didáticos)revistas, gibis, álbuns completos de figurinhas, enfim. Depois da venda era a hora de entra para a sessão da tarde, geralmente programa duplo, ou seja, um filme e mair um cxapítulo do seriado da semana. O fato pitoresco destas tardes de cinema eram os casais de namorados. Entravam os casais muito comportados, de mãos dadas, pareciam santos. Balas,pipocas, enquanto não apagavam as luzes. Na tela aparecia um grande relogio,soava uma característica de fundo e as luzes se apagavam. Ia começar a projeção, primeiro slaydes com marketing da lojas da cidade e traylers dos filmes da semana. Quando de fato começava o filme, os namorados aproveitavam o escurinho. As mãos antes respeitosamente no ombro da menina começavam a procurar lugares mais estranhos, as bocas se procuravam,os "amassos ficavam mais quentes, e então, aparecia o lanterninha o Seu Anibaldo, focava a lanterna na cara do menino e anunciava: Mais respeito, senão vais sair. Muitos foram os que sairam, as vezes em situações de aflição. Lógico que não era possível identificar de quem se tratava pois geralmente a lanterna iluminava o chão. Particulramente tive meu momento de aflição, mas por conta da atitude de um "cunhadinho" que inventei de levar como chá de pera. Luz apagada, passei o braço por sobre os ombros da namorada(Marlene) e sem querer toquei na cabeça do irmão, foi o que bastou, pegou meu dedo polegar e tascou o dente. Vi estrelas, a lua, planetas, e tive que engolir em seco. Quando finalmente largou,(o dedo estava anestesiado,não sentia nada) fiz de conta que estava tudo bem. De repente, peguei a orelha do cunhadinho e apertei, parecia querer arrancar. Uma grito de dor soou.. Lá veio ao seu Anibaldo, lanterna em punho. Levantei e calmamente falei ao seu ouvido: Desculpe amigo, o menino não regula muito bem da cabeça, assustou-se e não tive tempo de evitar. Não vai mais acontecer. De fato nunca mais aconteceu, nem mordidas, nem apertões, e muito menos amassos na Marlene nas tardes de domingo. Coisas da vida.
Próximo capítulo: Vanda minha grande paixão.

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