segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Vanda, a musa...

Se,naqueles tempos, o programa principal dos jovens eram os domingos de matinée no Cine Marabá, é fácil entender que as façanhas dos mocinhos e bandidos da tela, tivessem também sua versão na vida real. Eram famosos os brinquedos de "mocinho" e "bandido". Ou seja, formava-mos dois grupos distintos , de um lado os mocinhos, e do outro os bandidos. A chácara, onde moravá-mos, era enorme(14 terrenos) toda arborizada, pomar (muitas espécies) Galinheiro(mais de 150 galinhas) horta com todos os tipos de hortifrutigrangeiros, enfim era o cenário ideal para os nossos bangue bangues. Como naquela época os brinquedos em materia plástica ainda eram caros, as armas éramos nós mesmos que confeccionavamos, e aí entrava a mão de obra de um velho amigo, o Perceu. Alias, ele eu não sei, mas eu continuo com habilidade em fabricar cópias perfeitas de qualquer calibre de armas, em madeira. Decidimos nos mesmos criar a nossa fábrica de revolveres e rifles, tal qual apareciam nos filmes, passávamos muitas tardes trabalhando com tábuas, serrinha de trabalhos manuais e couro, para depois vendermos a produção aos outros meninos.Minha participação nas brincadeiras sofreu uma parada em função de uma cirurgia corretiva( pé direito) pela qual passei, foram tres meses, de tratamento preparando o organismo, para a cirurgia( eu estava anêmico), e outros tres meses, com a perna direita toda engessada do pé até a virilha. Como não podia jogar, nem caminhar costumava ficar sentado no chão sobre um pano, debaixo dos plátanos, no canto do campinho.Uma bela tarde estava a admirar o jogo, quando uma morena bonita,alta, cabelos negros, com um batom vermelho, se aproximou, sentou-se junto a mim, e começou a conversar. Eu gaguejava, todo nervoso, pois nem imaginava quem era aquela morena tão bonita. Ali começou a minha paixão pela irmã do meu (sócio e amigo) Perceu, seu nome Vanda. Era pouco mais velha do que eu, e é claro, agia movida pela compaixão de ver o amigo do irmão dela, naquela situação. Prometeu que tão logo fosse retirado o gesso nos iríamos a matinée. E de fato aconteceu. Da minha parte me imaginado namorado daquela mulher tão linda, e ela cheia de agrados com o amigo. Foram tempos de muitas alegrias, voltei a caminhar, visitei muitas vezes a casa do meu amigo (até hoje) Perceu, até o dia que fiquei sabendo que minha paixão havia casado. Sei, que ainda vive, e só fico sabendo noticias pelo amigo com o qual converso seguidamente. Por muitos dias fiquei olhando pela janela do meu quarto , na esperança de que Vanda aparecesse, mas assim como apareceu,ela sumiu.
Próximo capítulo:Pegando carona no "rabo da carreta"

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