quarta-feira, 12 de dezembro de 2012


Vamos falar sério?
A cidade de São Leopoldo está passando por um momento um tanto quanto delicado. Milhares de pessoas sem abastecimento normal de água, sofrendo tudo aquilo que se possa imaginar. Compreende-se a preocupação e o sofrimento destas pessoas, mas também temos que ser justos e reconhecer de vez as nossas deficiências quando se trata da falta de serviços essenciais tais como água  luz telefone etc. No caso específico deste racionamento imposto pelo SEMAE, os fatores agora alegados não dão margem a dúvidas. Trata-se de problema sério, de manutenção, e não estamos falando de descaso, ou de desatenção dos órgãos responsáveis. Não, o que acontece é que simplesmente somos todos dependentes de equipamentos mecânicos, sejam bombas, transformadores, subestações, linhas de transmissão. A troca de uma destas bombas, seja de recalque ou de captação envolve um trabalho nada fácil, o qual exige mão de obra qualificada e atenção pois são encaixes perfeitos, parafusos, gaxetas, registros. Peças mecânicas muitas das vezes pesadas, necessitando apoio de máquinas e ferramentas de difícil operação. 

Muitas das vezes mesmo após serem consertadas não se pode simplesmente abrir os registros e largar toda a potência nas redes, pois o impacto e a pressão seriam suficientes para arrebentar com a rede já velha e obsoleta. Convém lembrar que a cidade de São Leopoldo tem ainda em vários pontos os velhos canos galvanizados em sua rede de distribuição. Quem nunca se preocupou em examinar um pedaço destes canos após longos anos, seria um exercício bem importante a ser feito. Co o tempo, e o acúmulo de substancias químicas usadas para purificar a água, eles vão tendo diâmetro interno gradativamente reduzido, o que pode produzir a diminuição do fluxo de água, e também o aumento da pressão interna em consequência do estreitamento destas partes, até a hora em que não suportando mais, acabam por estourar Já o bombeamento da água bruta, mesmo com apoio de filtros para a separação de eventuais resíduos que possam trancar rotor, palhetas, ou mesmo engasgar não evitam que pequenas partículas de terra, pedras e outros produtos passem pela partes internas, ocasionando desgaste natural das peças, levando periodicamente as manutenções, até mesmo a troca do equipamento.

Isto é coisa natural,e acontece em São Leopoldo, em Porto Alegre,em Sapucaia do Sul, em qualquer cidade onde houver distribuição deste líquido. Quando um juiz do alto de sua sapiência jurídica se inclina a conceder liminar onde dá ultimato a uma empresa que presta este tipo de serviços, ainda estipulando multa diária é o caso de a gente desconfiar que alguma coisa não está correndo muito bem. Ora, a coisa não é tão fácil assim, Não se trata de simplesmente dizer faça isto ou aquilo, e a coisa fica pronta. É muito confortável para um promotor, um advogado, um juiz determinar entrar com mandado disto ou daquilo. Mas convenhamos que antes de “determinar” coisas deste gênero deveria antes ser assessorado por técnico que conheça realmente o porquê das coisas. Fosse assim tão fácil quem sabe seria o caso deste senhor determinar quer São Pedro acabe com aquele regime de secas no nordeste, que a fome, a miséria e a seca terminem urgentemente sob pena de multa e até cadeia para os responsáveis. Tudo que aqui se falou, no que diz respeito falta de água, aplica-se também a falta de energia elétrica quando decorrente de fatores climáticos. 

Um temporal, um vento, uma sobrecarga, um raio, uma batida de carro com queda de poste, isto tudo pode acarretar falta de energia por horas, e até mesmo por dias. Não se trata de simplesmente recolocar os fios nos locais, levantar novo transformador e ligar punhos, chaves fusíveis. Antes de mais nada, deve-se observar o que determinou o defeito, saná-lo e depois, só então começar a fazer os reparos. É tarefa difícil, que ocupa mão de obra qualificada, perigosa e que por tudo isto precisa cercar-se de equipamentos e de logística apropriada visando a segurança dos trabalhadores. Acontecimentos desta natureza é que nos fazem refletir o quanto somos dependentes, e atrasados no que diz respeito aos serviços de distribuição de água, luz e telefones. 


Ainda bem que o gás,ainda está sendo distribuído nos tradicionais botijões.


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