quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Barril de pólvora



Sei, que muitos daqueles que tomarem conhecimento deste texto, vão me julgar medroso, pessimista até exagerado. Mas, podem ter certeza de que não se trata de nada disto. Tenho sempre norteado meus textos, meus comentários, lendo, ouvindo e analisando vários jornais,ou grupos de mídia. Existem jornais que dão ênfase para a política, outros para fatos mais corriqueiros, e existem aqueles que se deliciam com o sensacionalismo. Leio todos. Porém dando a cada um o seu devido valor. Aprendi que muitas das vezes a notícia mais impactante é justamente aquela que não vem com letras garrafais, manchetes chamativas, não, pelo contrário muitas das vezes, estas notícias vêm com pequenos textos, letras miúdas. Bem no cantinho da página. E, porque será que é assim? Existe na língua portuguesa um apalavra muito bonita chamada “ética”, desconhecida por muitos, principalmente na política, ela é exageradamente usada em alguns jornais, revistas e muito raramente na TV. Minha grande dúvida é; até que ponto um fato impactante, um grande acontecimento, mesmo que trágico, deve ser mantido sob segredo, ou apresentado exageradamente maquiado a população? Para que me entendam quero apenas citar um pequeno exemplo. Há poucos dias atrás, no presídio de Pedrinhas, lá no Maranhão, uma briga generalizada entre gangues rivais, acabou com um saldo de mais de dez mortos, sete ou oito decapitados. Ou seja, internos, bandidos perigosos é verdade, teoricamente sob a proteção do estado, ali confinados para cumprirem suas penas, são sumariamente sentenciados e mortos. Esta notícia apareceu primeiro, nas redes sociais, com o vídeo onde corpos estirados no chão, em meio a poças de sangue expunham a triste e chocante realidade. Com a divulgação através da internet, vieram às cobranças e finalmente as mídias tomaram conta do caso. Hoje até a força nacional de segurança foi chamada. Não fosse a divulgação das cenas macabras e tenho certeza este fato teria passado despercebida a grande maioria dos brasileiros. E não se iludam, o nosso deposito humano, o Presídio Central, agora devidamente laureado pela OEA como um dos piores do mundo, é palco de coisas aterradoras, que só não vem para fora dos muros porque seus verdadeiros administradores, os presos, não permitem. Vejam, a decapitação de presos ganhou a mídia meio que forçada, mas ao abri os jornais do dia vemos a notícia mais importante vinda lá do Maranhão, a lista de compras para o palácio da governadora; camarões frescos,sorvete,filé mignon limpo,patinhas de caranguejo,salmão fresco,e lagosta. Ou seja, no palácio dos Leões, banho de champanhe, lá no presídio de Pedrinhas, banho de sangue. 

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