sábado, 18 de janeiro de 2014

Doses homeopáticas


Tenho certeza de que muito pouca gente tomou conhecimento de uma pequena nota na coluna diária da jornalista Rosane de Oliveira, bem ao pé da página 10 do jornal Zero Hora deste sábado, 18/01/2014. Sob o título, Seis Kiss em nove meses no RS, a profissional faz um paralelo entre as mortes acontecidas por ocasião do incêndio na boate Kiss, e as mortes diárias em nossas estradas e rodovias. Ninguém ainda conseguiu esquecer o tratamento dado as vítimas do incêndio, ninguém também pode ignorar os mês inteiro que as mídias bateram sobre todos os aspecto que se relacionavam com a incrível tragédia, fundou-se inclusive uma Associação na cidade de Santa Maria para lutar pelo direito das vítimas. Todas as pessoas que de alguma forma tivessem tido alguma coisa a ver com a boate desde a sua inauguração passaram, e ainda passam por intermináveis interrogatórios. Bombeiros, policiais militares, secretários, prefeito,músicos,engenheiros, tudo em nome do esclarecimento total sobre o fato, bem como a punição a quem de direito. Só para lembrar, no incêndio da boate, foram duzentos e quarenta e cinco vítimas fatais, fora aquelas pessoas todas que ainda hoje sofrem as seqüelas da tragédia. Em nove meses na nossa malha viária, estradas ( BRs/ ERS),ruas, e avenidas contabilizamos MIL QUATROCENTOS E SETENTA E SETE VÍTIMAS, ou seja o equivalente a seis boates Kiss. Ora, o que não consigo entender é o porquê do tratamento diferenciado dado pela justiça para ambos os casos. Talvez nossos governantes, e o próprio judiciário entendam de maneira diferente o sentido que tem a expressão “perder alguém” se por ingenuidade ou até por excesso de zelo, ao omitir dados assustadores a população a verdade é que todas estas vítimas havidas no trânsito assassino tem a mesma importância quanto aquelas havidas no incêndio, por isto mesmo deveriam ter o mesmo tipo de tratamento de parte de nossas autoridades, então, porque será que não se vê um movimento compacto, a exigir, a buscar quem na verdade são os responsáveis por tantas e tão grande tragédias. Está na hora deste povo, de todas aquelas pessoa que perderam entes queridos, se associarem, também para buscar os culpados. Engana-se aquele leitor ingênuo que costuma atirar todas as culpas apenas nos Bêbados e assassinos do volante, as pesquisas são todas maquiadas, existe toda uma retaguarda quando da divulgação de notícias impactantes até por uma questão de evitar comoção pública. As morte no trânsito são pipocadas, três, cinco,dez,duas e por isto não nos sensibilizam tanto. Existe uma grande diferença matemática entre 245 mortos no mesmo momento e 1.477 em nove meses. O que não podemos, nem devemos esquecer é que muito alem da diferença numérica entre estas mortes todas,tem uma linha que parte de um ponto em comum, o descaso de nossas autoridades, o desrespeito para com que paga tantos tributos, e ,em muitos casos pagando com a própria vida.    

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