sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Somos ingênuos demais.


As sucessivas tragédias acontecidas naquele mesmo trecho da BR 386 parecem não comover nossas autoridades responsáveis pelo trânsito. Considerada pela própria Polícia Rodoviária Federal com uma das mais perigosas e mortal de todas as nossas rodovias, se é que se pode chamar isto que ai se apresenta como rodovias. O descaramento, e a falta de respeito é tão grande como a facilidade que os responsáveis pela manutenção e segurança das rodovias tem em justificar sempre com as mesmas velhas e surradas respostas. Neste país, temos sido sempre tratados como ingênuos, bobocas,calmos, aceitamos todos os tipos de provocações e desmandos com um sorriso nos lábios costumamos esquecer facilmente os desaforos, as bofetadas no rosto, e assim a vida vai passando, ou melhor se extinguindo, os corpos vão sendo empilhados as culpas sempre recaindo nos motoristas, e que cada um enterre seus mortos. O descaso, e falta de respeito para com os usuários de rodovias sempre existiu. Em 1970 eu trabalhava na Associação Beneficente dos Servidores do DAER, e seguidamente passava pelos acampamentos, para entregar as requisições para exames e consultas medicas. Ali, nas conversas com os trabalhadores (arigós) a gente tomava conhecimento das sacanagens que já aconteciam com a compra de material, principalmente para confecção das “obras de arte”, que são aquelas canaletas e margeiam as rodovias bem como as bocas de lobo. Ali se contratava uma carga de tijolos, mas na realidade só aparecia meia carga,a outra metade “sumia” na estrada,ia parar com certeza em alguma chácara ou fazenda e algum chefão. Isto se a carga entregue era realmente o material encomendado, pois às vezes o pedido era de primeira linha e a entrega era de quinta.Quando acontecem acidentes nas rodovias, costuma-se olhar o macro, ou seja, o número de vítimas,o drama das famílias aquilo que pode causar impacto, as perícias se dispersam nos carros retorcidos,nas ferragens,nos indícios de falhas sempre” nos carros envolvidos” nunca nas condições das estradas, porque será? Acredito que seja porque a construção destas estradas já faça parte de “pacotes” cujas licitações de antemão incluam material, muitas vezes fora das especificações técnicas exigidas. As máscaras sempre existiram. Na minha opinião, os usuários deveriam, como no caso desta rodovia, processarem o estado pelas mortes havidas. Se, tenho que pagar seguro para transitar, também o governo deve ser responsabilizado quando não zela pela segurança do usuário. Dirá alguém; mas, dinheiro não traz de volta a vitima,eu sei,mas pelo menos vai penalizar o governo como ele faz conosco.

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