terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Quinze meses.


Tenho acompanhado o drama do Sr. Delmar, e de seus familiares desde o desaparecimento de sua esposa D. Beatriz lá no Santuário Nacional de Aparecida. Assim como eu, muitas outras pessoas que acompanham pelo meu blog, as postagens, bem como a centenas de correspondências enviadas a todas as autoridades deste país. É vergonhoso, é desumano, é triste  tomar conhecimento que coisas deste tipo ainda aconteçam num país que se vangloria de ser tão pouco como é. Não sou jornalista, policial ou investigador, mas, a vivência, as experiências no serviço público e o conhecimento da realidade nua e crua do que é este nosso país me qualificam sem sombras de dúvidas para externar minha total incredulidade em tudo aquilo que foi feito até agora, para tentar elucidar este estranho sumiço. Com exceção dos trabalhos dos parentes, distribuindo panfletos,  efetivamente, no olho a olho, viajando,tentando avançar neste emaranhado de desencontros, não vejo por parte dos órgãos de segurança nacional algo de palpável, alguma coisa que ao menos sirva de consolo, de lenitivo ao coração despedaçado do Sr . Delmar, e seus filhos. Com todo o respeito aos órgãos policiais, bem como ao Sr. promotor público de Portão mas, não posso aceitar a não divulgação de alguma coisa , uma pista já encontrada, aos familiares, sob a alegação de que tudo corre em segredo de justiça. E, porque não aceito; ora, ao que tudo indica D. Beatriz desapareceu quando em visita ao Santuário, o casal não tinha inimigos, era participativo na comunidade, já haviam feito o mesmo passeio outras vezes, e até onde sei nenhum tipo de resgate foi, ate agora solicitado a família. Em tão porque o segredo nas investigações? Se existe segredo é porque alguma coisa já existe, se existe alguma coisa porque não repassar pelo menos uma pista para a família proporcionando pelo menos uma esperança. Ao invés disto trancam-se as autoridades num mutismo frio o que na realidade faz com que aumente ainda mais a sensação de impotência frente a desafios desta natureza. Fosse um caso de vingança, de extorsão, até mesmo de segurança nacional estaria justificado este tal “segredo “ nas investigações. A mim parece tratar-se de máscara, de cortina de fumaça que esconde na verdade a incapacidade de nossas autoridades em elucidar este desaparecimento. Saliento que isto é opinião minha, muito tenho escrito sobre o fato, e em nenhum momento tive instrução de quem quer que seja em provocar desconfiança. Conheço muito bem a nossa justiça, para saber que os entraves são milhares, a burocracia é imensa, e muitas das vezes uma informação leva meses só para sair de uma sala, para chegar a outra logo ao lado. O preciosismo, a preguiça, a falta de ânimo, e muitas das vezes o pouco caso, se fazem mais fortes quando o caso exige atenção redobrada. Das autoridades do Santuário, não se ouve nada alem do pedido de que se reze, ora, mas estes padres podem sim fazer mais do que pedir aos fieis que orem, o Santuário tem periódicos, nos quais fazem apologia as melhorias, as modernizações feitas naquele local, são hotéis, bares, restaurantes, comercio de lembrança, rádio, TV. Porque não exigir que estes veículos todos passem a transmitir o apelo de pessoas que tem familiares desaparecidos? Porque não apresentar a fotos destes desaparecidos na revista mensal que é enviada mensalmente a todos os colaboradores? Dona Beatriz pode muito bem estar na casa de alguém, ou alguma destas pessoas. Muito embora nunca tenha necessitado dos serviços da polícia, não acredito nesta instituição, a burocracia, os trâmites as ingerências sempre acabam falando mais alto, e acabam falando mais alto as filigranas da lei. E, enquanto tudo corre “em segredo” seu Delmar e seus filhos seguem no seu calvário.Das duas uma; ou é pura incompetência das autoridades policiais do estado de São Paulo,ou tem algo muito grande e grave sendo acobertado.     

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