quinta-feira, 27 de março de 2014

Apicultor eu?



O dia era mormacento, um calor irritante havíamos nos reunido para jogar ping pong na mesa recém construída. A turma era grande e as duplas se revezavam em grande algazarra. De repente um zumbido muito forte surgiu no ar, aquilo foi aumentando, aumentando até que o motivo daquele barulho todo aparecesse na forma de uma grande e espessa nuvem escura. Milhares, milhões de abelhas, um enxame que passava por sobre nossas cabeças. No momento seguinte aquilo embicou em direção a uma bergamoteira, como se tivessem sido sugadas para dentro dos ramos. A turma que jogava ficou petrificada. Formou-se então uma grande massa compacta, pendurada nos ramos da árvore. No momento seguinte meu vizinho, sua casa fazia fundos com a minha, veio batendo com pedaço de pau numa lata, segundo ele para acalmar as abelhas, pois pretendia pegá-las para por em caixas, se dizia conhecedor da arte.Se foi pelo barulho não sei, mas a verdade é que os bichos se acalmaram, só se ouvia uma zoeira infernal. Fiquei ali vendo aquela massa zunindo, voando, e até algumas desgarradas do grupo fazendo rasantes sobre a minha cabeça. Foi então que meu vizinho veio convidar para que o ajudasse a “pegar” o enxame. Recusei de pronto, morria de medo, só a visão daquele estranho casulo gigante, aquela barulheira me fazia tremer. Mas, os argumentos do homem não deixavam dúvidas, ele conhecia, ou pelo menos parecia conhecer o assunto, assim concordei em ajudá-lo. A tática era simples, eu ficaria no chão, com uma caixa de madeira apontada para o alto. Ele então subiria na árvore, passaria pela multidão de abelhas, chegaria até a rainha, e cutucaria para que ela caísse dentro da caixa. Segundo seus fundamentos, todas as demais seguiriam a “chefe”, daí, eu só precisava largar a caixa no chão e sair de fininho. Tudo ia correndo tranquilamente, até o meu amigo apertar com a mão uma das visitantes e esmagá-la, foi o caos, imediatamente o serviço de “radio comunicação” dos bichos funcionou a todas de uma só vez resolveram picar, não só ele, mas tudo o que se achava a volta, até cães e gatos. Fui cercado por pelo menos seiscentas mil abelhas, todas elas querendo dar um beijinho, no cúmplice do assassinato, e conseguiram. Já o entendido em apicultura não teve como se desviar, pois tinha que descer da arvore. Enquanto bilhões de abelhas o picavam sem clemência. O resultado da brincadeira para mim foi três dias de uma dor de cabeça incrível. Já meu amigo, por ser alérgico, curtiu dois dias de hospitalização. Depois desta, meu amigo, não posso ouvir zunido nem de mosquito, apicultor eu? Não, sou mais chegado numa colher de mel.     

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