quinta-feira, 23 de outubro de 2008

uma cirúrgia delicada

Uma cirurgia delicada.
*Jaí Strapazzon

Agora, passada a euforia da vitória, nas eleições do dia cinco de outubro a cidade parece voltar ao seu cotidiano. As equipes de transição começam a dar seus primeiros passos, e ao que tudo indica deverão ser num ambiente de ampla cooperação. Aliás, não teria porque ser diferente, uma vez que nesta hora os ranços deverão ser sepultados.
Mas, eu confesso que estou deveras preocupado.
O grande mote da campanha da Frente Popular Trabalhista foi uma grande mudança, e foi nisto que o povo votou, e acreditou. Ora, esta grande mudança inclui é claro, novos projetos, novas caras, um novo modelo de administração. O período que se encerra, fica como um câncer que foi extirpado, algo que estava agredindo, humilhando corroendo as entranhas de todos nos contribuintes que cumpríamos nossas obrigações, sem, no entanto receber de volta aquilo que de direito.
Ora, como em todas as cirurgias, onde se busca a cura de tumores malignos, nada mais justo do que limpar até o último resquício, de células podres que insistam em permanecer, isto aplicado diretamente ao caso significa que não importa de onde sejam oriundos, todos, mas todos mesmos os Ccs da atual administração deverão ser exonerados até o dia primeiro de janeiro. Uma nova administração, com gente nova, com novas idéias, sem os vícios, e nem as chantagens políticas da atual é o primeiro passo para que o povo comece acreditando que desta vez sim, Sapucaia vai ser melhor para todos e não apenas para alguns.
Neste particular, creio que a Frente Popular Trabalhista, teve sorte, pois apenas PT, PDT, PPS,PRTB e PTN deram-se as mãos formando um pequeno, mas, seleto grupo. Na pratica isto significa menos pressões, menos cargos,menos ameaças de chantagens, até porque quem participou das reuniões da coligação, soube desde o início que no caso de vitória todos seriam tratados como iguais, não existe partido A, nem B, que detenha voz de mando, que vai imperar é o bom senso, e já aviso, se não for assim, vai ter briga, tenho dito a todos os meus amigos e colaboradores, nunca havia dado as caras como agora, perdi a conta das mensagens, dos textos, das conversas, da mobilização procurando ajudar na mudança, e, se notar que as velhas raposas se organizam, se juntam, tramam, ou arquitetam continuísmos, volto a carga.
Coloco-me na posição de avalista, como os milhares de sapucaienses que votaram no Ballin e no Ibanor, e este aval, está condicionado a um governo com transparência e voltado para a população como um todo. Vamos colocar nos cargos técnicos pessoas de Sapucaia, não admito que nossa prefeitura vire esconderijo de velhas raposas, sejam elas de Sapucaia ou venham de outros municípios, pois isto representaria o retrocesso, e foi contra isto que nos insurgimos.
A nova Câmara deverá ter um papel fundamental, pois terá de agir muito mais com bom senso e fiscalizadores do que meros coadjuvantes acomodados em suas poltronas, a espera daquelas nefastas negociações, o voto pelo cargo.Aquilo que vier do executivo e for bom para o município, se aprova, o que não for devidamente esclarecido se discute, e aquilo que for desconhecido se pesquisa, é assim que se trabalha. De nada irão adiantar os ranços, as tramóias, as negociatas, os conchavos e as manobras. Clamamos por mudanças, e elas não se referem apenas ao prefeito, ao seu vice ou ao seus colaboradores. O recado foi dado também, e muito especificamente aos vereadores, ou moralizamos agora ou continuaremos como alvo de chacota para o resto do Brasil. Ai, o bicho pega.

*Secretario Executivo do PDT - Sapucaia

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