quinta-feira, 23 de abril de 2009

Briga de cachorro grande

Pois é, eu pensei que fosse só a gente que tinha desentendimentos, brigava e se desentendia. Mas não, os grandes também se desentendem, e bota grande nisto. Na briga dos dois ministros do STF, prefiro ficar ao lado do ministro Joaquim Barbosa, não gosto do Sr. Gilmar Mendes, acho que ele de fato parece estar melhor quando sob as luzes dos holofotes da mídia.

Aliás, que me desculpem todas estas ditas autoridades. Desde pequeno fui educado acreditando que “Dr.” Era um ser dotado de um saber único capaz de explicar o inexplicável, aplicar a lei com sabedoria, enfim, fazendo jus aquela velha retórica popular que nos diz que a justiça é cega. Isto em relação aos doutores em leis. Já em relação aos verdadeiros doutores, aqueles que cuidam da nossa saúde física, mental,psicológica, enfim, também eram como se fossem enviados dos deuses com o poder de curar nossas enfermidades, cicatrizar nossas feridas acalmar nossas dores físicas.

Qual o quê, não era nada disto, os doutores, os técnicos, os especialistas, os ditos entendidos, são pessoas normais, como nós, como você, com virtudes e defeitos, e muitas vezes com mais defeitos do que possamos imaginar. Meu castelo de sonhos desmoronou quando comecei a entender melhor a vida de tantas personalidades tidas como santos e que na verdade não passavam de calhordas disfarçados. Na verdade sempre existiram estes tipos, mas por uma questão de ética (ente eles) tudo era devidamente escondido. Quantos personagens da nossa historia foram na realidade grandes farsantes, mentirosos, hipócritas, usurpadores, cafetinos, ladrões, e a gente só ficou sabendo disto tudo depois de muitos anos muitas pesquisas.

No entanto, quanto puxão de orelha, quantas linhas de castigo, quantas palmadas foram dadas nos incautos que ousaram duvidar da integridade destes “heróis”. O homem não muda, não é uma toga, não é um diploma, não são belas palavras que definem quão grande um homem é. São na verdade seus ideais, sua postura frente aos problemas do mundo e do seu semelhante. Depois que tomei conhecimento dos Lalaus, dos juízes vendedores de sentenças, depois de ouvir, e ver tantas obras desmoronar porque seus engenheiros, técnicos, foram relapsos e deram mais valor ao dinheiro do que a vida do ser humano, depois de conhecer tantos escândalos envolvendo médicos, que jogam com a vida humana como se fossem os donos do destino.

Os fatos acontecidos no STF nos envergonham nos humilham, no fazem conhecer melhor os homens que acreditávamos, serem os mais educados e sábios do país, afinal, em suas mãos se depositam a confiança milhares de pessoas, que aguardam pelas sentenças, sentenças estas que devem brotar de saberes jurídicos e conhecimentos acumulados por anos de estudo e reflexão. Mas o que pensar quando ouvimos da boca de um ministro “Eu digo o mesmo. Vossa Exelência não está falando com seus capangas do Mato Grosso ministro Gilmar”. No mínimo estas palavras nos remetem a uma profunda e séria reflexão, quem seriam, ou o que fariam os “capangas do Mato Grosso”. Por analogia, fica-se a pensar: Se na mais alta corte da justiça brasileira, acontece este tipo de coisas,imagina você o que de fato estará acontecendo nos outros poderes estaduais, e municipais, alem daquilo que vem a tona que por sinal é de uma falta de vergonha do tamanho de uma manada de elefantes.

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