sábado, 23 de maio de 2009

minha voz 27

A Minha Voz 27.
Jaí Antonio Strapazzon.
As duas Caras

Qualquer indivíduo, que viesse ao mundo com duas cabeças seria tratado como anormal, fenômeno, enfim, não faltariam adjetivos para definir uma situação desta natureza, mas, e quando existem duas caras, como seriam analisadas estas situações? Na verdade duas cabeças são coisas que nos saltam aos olhos, estão ali, podem ser tocadas, fotografadas, estão tocáveis.

Já duas caras, não são bem assim. Nem sempre quem tem duas cabeças, tem duas caras, agora duas caras podem ser prerrogativas de quem tem apenas uma cabeça. Só que é uma situação difícil de ser mostrada, difícil de ser observada. Duas caras são características de quem pela frente mostra uma estampa e pelas costas age completamente diferente.

Eu posso ser um ótimo preletor da ética e da moral para alguns, mas em compensação agir de forma totalmente diferente para com outros. O porque de situações como esta? Nem Freud o pai da psicanálise poderia explicar. Duas personalidades? Desvio de conduta? Ninguém pode dizer com certeza. Existem indivíduos com um potencial para exibir estas duas características, exibicionismo, talvez.

Existem casos, analisados a luz da psicologia, da psicanálise que revelam dados alarmantes com relação a indivíduos estudados, bem como seu comportamento, como por exemplo, o fato de serem totalmente alheios ao mundo real que os rodeia, aos fatos e acontecimentos do dia a dia, mas de uma percepção incrível para coisas um tanto quanto fora da realidade. Como por exemplo, o fato de estarem tomando um gostoso banho de piscina, e criticando a falta de água para o sertão nordestino, ou então ganharem um ótimo salário e criticarem o fato de os menos privilegiados pela sorte partirem para um movimento mais audacioso.

De dentro de suas casamatas, se sentem senhores da situação, críticos contumazes, deixam aflorar seus recalques, dão vazão as suas fantasias. E ai de quem ousar manifestar-se contra.

Daí, não da outra, mostram sua verdadeira cara.

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