terça-feira, 16 de março de 2010

Desconfianças.

Desde os dezoito anos, sempre votei. Nunca faltei ao meu compromisso, já que permitiam a mim escolher, ou melhor apontar aquele que a meu ver era o melhor para o cargo, eu assim o fiz. E não me arrependo, comecei como mesário, e encerrei minha participação como presidente na mesma secção eleitoral onde ainda voto. Durante toda a minha vida de eleitor, nunca me deixei levar pelas conversas de candidatos, muito menos por filosofias desta ou daquela sigla política.
Sou até hoje brizolista convicto, o líder político, com quem mais me identifico, homem de garra, valente, com idéias próprias olhava todos na cara, olho no olho. Foi assim que me tornei pedetista. Apesar da aparente fragilidade não tenho medo de encarar desafio, não reconheço hierarquia nem do Papa, e tenho por princípio tratar a todos com educação e respeito, isto até a hora em que for desafiado, bem, daí então muda a figura, se ofender leva o troco na cara, no ato. Quando Brizola lá dos porões do Palácio Piratini, enviava suas mensagens ao povo Riograndense para que reagisse, não desanimassem, eu ajudando meu pai na roça de aipim, escancarava o volume do velho rádio Philco e sentia uma vontade danada de largar tudo e me mandar para a praça da Matriz, para de alguma forma ajudar aquele homem a defender seus ideais.
Meu pai, morreu “ encostado” no INSS, naquele tempo não havia o termo em “benefício” da previdência, o trabalhador quando impossibilitado para o trabalho ficava encostado até a alta definitiva. Havia mais benevolência por parte dos médicos, estes eram mais humanos não eram tão movidos a dinheiro, nem muito menos ganhavam por perícias negadas.
Talvez por isto meus textos, sejam todos carregados de uma vontade imensa de mudar o rumo de tantas coisas, de tentar apontar aos outros caminhos, exemplos e alternativas para que as pessoas abram os olhos. Temos, nos todos, sido acovardados, medrosos, submissos com tantas injustiças que não temos sequer vontade de reagir. Elegemos oportunistas, ladrões, corruptos, corruptores. Sofremos na carne os desmandos desta gente e continuamos a elegê-los. Temos que aprender uma lição básica, nunca votarmos pela conversa do líder, o fala bonito, o eterno homem das soluções, nunca votarmos pela influencia da sigla.
Escolher um bom candidato é difícil, eu sei, até porque nenhum deles traz na testa o atestado de idoneidade, muito menos nos exigimos deles atestado de competência. Nos os elegemos, quem diz o salário e o que o cara vai fazer ou para onde vai o afilhado é a panelinha. Mas, quem paga a conta é a gente. E, tem gente que até hoje, mesmo dizendo me conhecer ainda confunde as bolas.

Um comentário:

Edemar Teixeira disse...

Jai! Gosto das coisas certas nos lugares certos, um dos princípios básicos para um mundo melhor. Mas vejo tanta gente envolvida nas questões mais ralas da política que sinto muita náusea. É o elemento que se compra por uma bandeirada na rua, sem propósito e sem luta pela própria liberdade, aquele que entrega o panfleto sem saber do safado que está na foto, o que faz passeata e tenta convencer os demais. Tudo por apenas dez reais por dia e na esperança de suposto cargo nas prefeituras que não suportam tantos CCs. Essa gente se aninha nas migalhas e não cria seus objetivos e metas numa luta por causas gerais que irão beneficiar o todo, incluindo o pai, a mãe, os irmãos, etc. Seja bendita tua fala e teus gritos. Parabéns por copiar vontades e ânsias de um grande líder para melhorar o nosso chão. AH, VELHOS TEMPOS!...