quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

País de Hipócritas




Há setenta anos que aprendi que a gente tem que desenvolver a crença de que tudo vai ser melhor no dia de amanhã, mas, para isto, mais do que a fé e a perseverança é preciso trabalho, e mais ainda, é preciso muita honestidade, muita coerência, muito respeito. Quando faço a indagação se o Brasil é um país sério, o faço não como pessimista, mas como alguém que diuturnamente está batendo em cima de fatos e acontecimentos que nos assolam, nos entristecem, mas, que são sufocados por frivolidades, por questiúnculas políticas sem nenhuma valia. Há mais de quatro meses uma senhora está desaparecida lá no Santuário de Aparecida, em São Paulo, os parentes, amigos e colaboradores já não sabem mais o que fazer para buscar esta senhora. 

Distribuí correspondência para mais de uma centena de autoridades, sim, isto mesmo autoridades incluindo a ministra dos direitos humanos, deputados federais, senadores, deputados estaduais, delegados, prefeitos, e até agora apenas uma resposta lacônica de uma deputada federal pelo Rio de Janeiro.Isto é não ter vergonha na cara,é não ter respeito para com a dignidade humana, é não ter capacidade de enfrentar problemas , é ser covarde. Quantas são neste momento as pessoas desaparecidas neste país? Não estou falando de namoradinhas que fogem com os namorados e logo, aparecem chorosas para os canais de TV. Estou falando de pessoa, crianças, mulheres, homens que somem como por encanto e nunca mais aparecem? Quem, neste país de alienados e debochados é capaz de responder a estas perguntas? Qual será a “autoridade” que tem peito para me responder? As nossas preocupações no dia a dia é o futuro da morena, o vencedor, ou o herói do Big Brother  o melhor estádio da copa, o lucro da CBD, os gols dos pernas de pau, a fortuna do Silvio Santos. 

Ninguém está nem ai para os aumentos descarados que acontecem na nossa cara, ninguém quer saber se os dois milhões a mais de pessoas incluídos no programa Bolsa família vão conseguir realmente deixar de serem miseráveis, com uma ajuda mensal de setenta ou mais reais por mês. Nosso país vive uma crise moral, aqui ser honesto é vergonhoso, é sinônimo de boboca, neste país medíocre quanto mais processos eu responder mais preparado estou, ou será que é mentira? Para me inscrever num concurso tenho que ter folha corrida, não pode ter uma vírgula sequer de dúvidas, mas, para assumir um cargo de relevância no senado, vale tudo a ficha pode até ter sido impressa numa folha de cor preta, totalmente negra, suja, imunda. Eu insisto, onde estão as autoridades no Caso de Dona Beatriz? Vamos lá, quem se habilita? Ninguém se habilita, uns por não gostarem, outros porque o problema não e com eles, outros ainda porque é mais fácil ignorar do que prestar alguma ajuda, mas a verdade é que o problema existe e não aparece autoridades com capacidade suficiente para arregaçar as mangas e dizer; agora é comigo. 

É de uma vergonha incrível a posição dos responsáveis pelo Santuário de Aparecida, eles não tem nada com o fato, muito embora os desaparecimentos continuem, as autoridades lá do município parecem ter medo dos padres, ninguém faz nada contra os padres. Eles por  sua vez estão mais preocupados com a escolha de próximo Papa. Os desaparecidos ficam para depois, se houver tempo, vamos procurar, se houver tempo vamos responder aos Emails, as pessoas sofrendo é tudo na conta de DEUS, ele quer que as pessoas sumam, sofram, padeçam. Que cada um escolha o seu jeito de procurar, nós, os padres e encarregados pelo santuário estamos buscando escolher o nosso Papa. Cada vez me convenço mais de que vivemos na era do cada um por si e Deus por todos. E neste caso vale o poder do dinheiro. Quem não tiver, tente sair da miserabilidade ganhando uma ajuda do governo, uma esmola. Na verdade não passamos de míseros esmoleiros desta casta de políticos calhordas e cafajestes. 

Opinião do MARESIAS
Enquanto aceitarmos, cabisbaixos todos estes desmandos, estas vergonhas, esta falta de caráter,estes embustes ,estas pirotecnias de nossas principais autoridades seremos eternamente reféns de coisas básicas, de direitos negados. Jamais sairemos da condição de pedintes.

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