sábado, 2 de fevereiro de 2013





Uma loucura.
Manhã mormacenta de sábado, o termômetro marca vinte e sete graus, estou tranquilamente, dando um retoque nos pingos de ouro do jardim, quando uma Kombi branca para bem em frente ao meu portão. Dela saem algumas pessoas todas com aqueles uniformes de entregados de propaganda. Aqueles pobres coitados que perambulam pela rua debaixo de um sol escaldante para anunciar as novidades. O motorista, ao que parece o “chefe” logo começa a abrir imensos pacotes, e distribuir maços para os colaboradores. Mas, espere ai, ali dentro do carro ficou uma moça, ela não está “fardada” e muitíssimo bem acomodada no banco da frente. Enquanto os entregadores recebem suas tarefas a moça sai da camionete e se dirige até mim. Sorridente, blusinha decotada, silicone pulando para aparecerem, shortinho de brim muito curto mostrando as polpas das nádegas, sapatos de salto, caminhar malemolente, dengoso, provocativo: - Tio, o senhor consegue um copo de água pra mim? – Sim, sim só um instante, respondi. Apanhei uma garrafinha de água, que sempre estão a disposição devidamente geladinha, e entreguei a moça. Gente, que encanto, aquela boquinha pintada parecia sorver beijos e mais beijos, a cada gole ela passava a língua entre os lábios e dava um sorrio misto de sem-vergonhice com sacanagens. Estava enlevado observando a performance da minha ilustre visitante quando o motorista, o tal que achava que era o chefe também qui aproveitar a água: Vô, consegue uma garrafita, pra mim? Fingi não ouvir, então ele repetiu a pergunta: Vovô, consegue uma garrafita? Então fiz a cara mais medonha da qual disponho, olhei bem dentro do olho do tal “neto”: -Olha, moço você acaba de se enrascar comigo, sabe? - ????????. Sim, você me chamou de avô, e isto é muito grave. Primeiro, tenho um casal de filho, o rapaz é solteiro assim como a moca, se você me diz que é meu neto, tem coisas errada, e quero que conte, senão chamo a polícia. O cara me olhava não sabia se ria ou ficava sério: - é brincadeira, só pode ser. – Não, não é brincadeira, quero o seu nome, já anotei a placa do veículo vou chamar a brigada e vamos todos para a delegacia explicar esta situação. Primeiro chega esta moça me chamando de tio, depois aparece você se anunciando com meu neto, afinal o que há? Qual o parentesco entre vocês dois? – Não, não foi apenas uma maneira carinhosa de tratamento, o Sr. Entende? – Não entendo nada. Nunca lhe havia visto, e já fui pegando o celular. O cara foi saindo de fininho, embarcou na Kombi com a moça e foi para outra rua. Eu voltei ao trabalho. Meu ego estava vingado. Eu tio? Avô? Ora bolas, logo eu.

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