terça-feira, 10 de setembro de 2013

Pirraça.

Até algum tempo atrás, este historia de alvarás era pura,conversa mole, não havia, nem muito menos, nunca houve um real interesse em fazer com que as coisas funcionassem como de fato deveriam funcionar. A segurança era fator quase que utópico, Se depois de pronta a obra tudo estivesse funcionando a contendo ,estava tudo certo. Ia até a prefeitura, conversava com um amigo, um engenheiro, ele estipulava um tempo determinado findo o qual o sujeito saia com o papel na mão, alvará liberado, obra acabada, todo dentro dos conformes da lei. Mas, tinha algumas vezes em que a coisa era por demais mascaradas, nem mesmo com a cumplicidade de algum “amigo” era possível fazer com que o maldito alvará saísse, então entrava em cena o “objeto misterioso” a gorjeta. Dificilmente os bombeiros entravam em cena. Não estou dizendo, ou querendo insinuar que isto não aconteça mais, apenas que ficou mais difícil. Com o evento da Boate Kiss em Santa Maria, talvez motivados pelo horror, e pelo impacto da tragédia passou-se então a se exigir mais dos responsáveis pelas liberações de alvarás. O elevado numero de vítimas, num ambiente totalmente desprovido das mínimas condições de funcionar numa atividade daquela magnitude, levou algumas autoridades a repensarem nas facilidades de obtenção bem como na fiscalização da observância fiel de todos os itens considerados fundamentais para que novas tragédias como aquela não voltassem a acontecer.Isto, aliado ao fato de terem alguns soldados terem sido indiciados pela ocorrência, parece ter despertado um verdadeiro estado de pirraça, por parte daqueles responsáveis por estas fiscalizações. De lá para cá o que se vê é uma verdadeira guerra, aquilo que antes era considerado supérfluo, banal, sem perigo virou verdadeiro pavor. Tanto é que não poderemos duvidar que mesmo acampado, numa barraca, a beira de um rio com apenas um fogãozinho a lenha para fazer a refeição, de repente surja a nossa frente um bombeiro com uma planilha, equipamentos eletrônicos para medir a intensidade da fumaça, e nos interrompa o pique nique até que as condições de segurança sejam todas satisfeitas. Ora, está claro que existe em tudo um exagero demasiado, acidentes acontecem onde falha a prevenção, e esta meus caros, não começa com a revisão feita pelos bombeiros, ela começa muito antes, com a escolha dos materiais a serem usados, do profissional responsável, com a competência da equipe de operários, na observação das normas de segurança, no cumprimento fiel da legislação vigente. Agora vale a máxima; se fomos irresponsáveis por não fiscalizar, agora vamos exigir extintores até no banheiro, só por pirraça.

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