sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Mensalão.

Segundo declarações de um ministro do STJ o rumoroso caso do Mensalão não vai dar em nada. A declaração, bombástica, deves-e aos inúmeros artificios criados por conta dos bons advogados encarregados da defesa dos réus. Só para não cair no esquecimento, transcrevo abaixo, uma pequena pesquisa, com a finalidade de mostrar ao mundo e aqueles que não tinham ideia do tamanho da sujeira e dos nomes dos envolvidos. Pesquisa feita em edições da revista VEJA.

Em junho de 2005, os brasileiros descobriram que o PT havia montado um esquema de compra de votos na Câmara Federal, para aprovar projetos do governo. O escândalo ficaria eternizado no vocabulário político brasileiro como mensalão. Cada deputado custava cerca de 30 000 reais ao mês. A fatura era paga com dinheiro público, desviado por um esquema criado por Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, e pelo publicitário e lobista Marcos Valério, sob o comando do então ministro da Casa Civil, José Dirceu. Tudo foi descoberto pouco depois de VEJA ter publicado o conteúdo de uma fita em que Maurício Marinho, então chefe de departamento nos Correios, aparece recebendo propina de empresários em nome do presidente do PTB, Roberto Jefferson. Para não cair sozinho, Jefferson revelou em entrevista à Folha de S. Paulo a existência de um esquema de pagamento de propina a deputados da base aliada, conhecido como mensalão. Foi exposta ali a maior e a mais bem organizada quadrilha já descoberta agindo na estrutura de governo. O escândalo derrubou graduados colaboradores do presidente e sujou para sempre a história do PT. Ao fim daquele ano, o balanço da crise era o seguinte: três CPIs foram instaladas, três presidentes de partido abandonaram o cargo, diretorias de estatais foram trocadas de alto a baixo e a conta da corrupção já superava 1 bilhão de reais. VEJA publicou 18 capas sobre o assunto no período. Entre 2005 e 2006, de 19 deputados federais julgados pela Casa, três foram cassados, quatro renunciaram para não ter o mesmo fim e 12 foram absolvidos - um deles, João Magno (PT-MG), com direito à infame dancinha da pizza, vexame da colega Angela Guadagnin (PT-SP). Em 2007, em julgamento que levou cinco dias e durou 36 horas, o STF aceitou a denúncia do Ministério Público contra 40 integrantes da "quadrilha" - termo que aparece 21 vezes no documento. Estão lá: do tesoureiro ao presidente do PT; do marqueteiro aos principais ministros; de caciques ao baixo clero da Câmara. E ainda publicitários, assessores, empresários. Está lá também o homem apontado como chefe da quadrilha: José Dirceu. Hoje há 38 réus na ação – Silvio Pereira fez acordo com o Ministério Público e José Janene morreu em 2010. Todos devem ser julgados em 2012. E Lula? Sabia da "sofisticada organização criminosa" encastelada em seu governo - e em seu benefício? Embora tenha se declarado "traído" - sem nunca informar por quem -, Lula foi avisado cinco vezes do esquema, conforme VEJA revelou. Não faltaram, é claro, tentativas de impedir o prosseguimento das investigações. A mais ruidosa delas foi a chamada Lista de Furnas, que quase enterrou a CPI dos Correios. O documento elencava doações irregulares de campanha, no valor de 40 milhões de reais, a adversários do governo Lula, e serviria para mostrar que práticas escusas de financiamento não eram adotadas apenas pelo partido do presidente, mas seriam comuns a todas a legendas. Poucas semanas após sua divulgação, em janeiro de 2006, descobriu-se que o material era falso. Pelos próximos cinco anos, a seguinte pergunta pairou no ar: quem estaria por trás dessa fraude? O mistério só foi elucidado em dezembro de 2011, quando reportagem de VEJA revelou como o documento foi forjado por um notório estelionatário, Nilton Monteiro, por encomenda de dois deputados petistas de Minas Gerais, Rogério Correia e Agostinho Valente, com incentivo e apoio da cúpula nacional do partido. VEJA teve acesso a conversas gravadas no primeiro semestre de 2006 pela Polícia Federal, com autorização judicial. Elas evidenciam que Monteiro – preso em outubro de 2011 por forjar notas promissórias – foi contratado pelos parlamentares que lhe prometeram, além do pagamento em dinheiro, “negócios” com estatais. Na ocasião, o relator da CPI, Osmar Serraglio (PMDB-PR), desconsiderou a lista e recomendou o indiciamento de Monteiro por falsidade ideológica e uso ilegal de um selo público.

Nosso país é um grande circo, onde nós, palhaços seguimos nossa sina. Mas, chegará o dia em que os palhaços, invadirão os camarotes , então: Os crápulas tremerão.

Um bom fim de semana a todos.


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