quinta-feira, 13 de setembro de 2012


Votar mal.
Afinal, o que significa votar mal? Será que é a mesma coisa que votar errado? Não, não é a mesma coisa. Quando votamos mal estamos reconhecendo que aquele escolhido não rendeu tudo aquilo que se esperava dele como nosso representante. Já quando votamos errado, é porque ao invés de votarmos numa pessoa erramos e acabamos votando em outra. E, veja a incoerência mesmo votando errado podemos não estar votando mal. Vamos que o candidato digitado erroneamente faça um bom trabalho, seja realmente um fiscalizador, apresente propostas compatíveis com os anseios da população, então, de qualquer maneira se voto foi um voto bom, muito embora errado. Isto pode nos ajudar neste pleito que teremos daqui a 27 dias. 

O grande segredo de votar bem, está intimamente ligado ao fato de podermos separar nossos sentimentos e ver com clareza o que realmente desejamos e encontrar entres os tantos candidatos àquele que realmente apresente condições de nos representar. Isto pode exigir com que façamos opção por candidatos que necessariamente não estejam na lista da nossa sigla e até mesmo que não sejam indicação, ou apoiadores do nosso candidato a prefeito. Mas, vamos concordar que é uma coisa chata não é mesmo? Chata e difícil. Afinal, isto significa romper com muitas estruturas. Lá no meu íntimo vou estar pensando: puxa, o cara sempre foi meu amigo, sempre me ajudou, e agora vou trocá-lo, e lá no partido, se descobrirem vão me queimar, que posição a minha. Ai está o nó górdio. Estamos sempre pensando nos outros, não em nós. A escolha tem que ser nossa, não pode, muito menos deve ser imposta. 

O voto é uma coisa muito pessoal. Vamos fazer uma suposição: você acabou de construir sua casa, bonita, arrumadinha, cheirando a tinta fresca, você está feliz com tudo. Olhou, examinou,bisbilhotou e não encontrou nada de errado. Então resolve convidar o melhor amigo. Este ainda nem entrou e já vai lascando: bah, cara que cor feia, não leve a mal, mas esta parede está torta. Você botou uma janela logo aqui onde vai entrar chuva? Assim, vai caminhando e descobrindo erros e falhas. Aquela sua alegria vira depressão, a casa vira sinônimo de erros. Tudo porque se deixou influenciar pela opinião de outra pessoa, mesmo sua amiga. Este é o nosso maior defeito, aceitamos muito facilmente a intromissão, os palpites, as opiniões de estranhos em assuntos que dizem respeito somente a nos e mais ninguém. 

Nossas vidas são bombardeadas diuturnamente com todos os tipos de informações, que podem ou nos deixar eufóricos ou nos colocar em profunda depressão. Ainda não aprendemos a isolar aquilo que nos interessa ou que nos atinge, ou ainda que nos diga respeito daquilo que só vai nos colocar no chão. Assim é na política, assim é numa eleição. Tenho que aprender a selecionar, por minha conta o que realmente pode ou não ser bom para mim. Posso receber milhares de panfletos mentirosos, santinhos sorridentes, conselhos, avisos, palpites, sugestões enfim, podem usar todo o arsenal para  tentar me convencer, mas, estou imune. Meu candidato é este que escolhi, ele representa o meu projeto, me transmite sinceridade, honestidade me inspira confiança, então é nele que vou votar, e fim de papo. 

Isto se chama voto consciente, voto certo. Você votou de acordo com a sua vontade, não foi pressionado. Até pode acontecer do seu escolhido, depois revelar-se mal preparado, omisso e entrar na onda dos outros, mas isto faz parte da cultura e das fraquezas  humana de cada um. Naquele momento, naquela hora você acreditou na sua intuição. Eleição é sempre um jogo, onde fizemos apostas a longo prazo, podemos ganhar, mas também podemos perder.O importante é que nossas escolhas sejam realmente nossas, errar por escolha pessoal é uma coisa, errar por ir atrás de conversas fiadas é que dói.

"Não temo uma ditadura, mas, meu sangue gela nas veias só de pensar no dia em que o povo finalmente acordar e resolver dar o troco a tantas injustiças". (Jaí Antonio Strapazzon)

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