terça-feira, 12 de março de 2013

Está difícil.



Eu, você, nos todos já não temos mais sossego, tranquilidade é uma palavra que sumiu faz muito do nosso linguajar diário. Coisas simples como tomar um chimarrão com amigos a frente da sua casa mesmo com portão e grades fechadas, tornou-se um ato de coragem que pode ser punido com alguma violência, quando não com alguma coisa mai seria. O bandido está a espreita. Você se prepara para entrar em casa, olha para todos os lados, hesita um momento e pronto, lá está com uma arma apontada para a sua cabeça, e o clássico; perdeu, perdeu sai do  carro e não olha pra minha cara. Você faz o quê? Baixa a cabeça conformado, pelo menos restou à vida. Agora é correr atrás do prejuízo. E aqui quero entrar no verdadeiro sentido deste texto. O cara é roubado a mão armada, levam todos os seus pertences, documentos, relógio, telefone, dinheiro, tudo. Insultam você com mil palavrões,você ouve tudo quieto, aguenta tudo calado só pensa na sua vida. Ali, a poucos centímetros da sua cara está um revolver, uma pistola ou uma faca encostada na sua barriga, se respirar mais forte um pouco poderá despedir-se deste mundo.

 E o ladrão, ele sai em disparada, já tem cliente certo esperando em algum beco, ou viela, os abutres já estão todos de dentes escancarados prontos para fazerem a limpa, a divisão, o rescaldo, a desmontagem. Rádio, bateria, pneus, tudo o que for possível é retirado em segundo e somem no vácuo. Você vai até os representantes da lei. Agora é que o bixo pega. A má vontade, aliada a uma burocracia imbecil de alguns funcionários vai fazer de você um boneco, um boboca, que a tudo assiste, a tudo concorda mais uma vez, pois pode muito bem passar de vítima a acusado. O engraçado, nisto tudo que apesar de todas as evidencias, você ainda tem que enfrentar o vexame das perguntas cretinas; o que aconteceu? Tem algum documento?Viu a cara do ladrão?Viu qual o rumo que ele tomou? Tinha alguma coisa de valor? Ora bolas a vontade é de esganar aquele cara, e gritar; cara eu sou a vítima, eu não sou o ladrão, eu não olhei para a cara dele pois estava com um canhão apontando para os meus olhos, tudo, mas tudo mesmo que estava ali e o ladrão levou era de valor para mim, era tudo comprado com sacrifício, com suor, entendeu?Eu fui roubado, quero dar queixa, sou um cidadão honesto, pago impostos, sou roubado de todas as formas quero justiça. Isto tudo você pensa, não diz, pois senão estará agredindo a “autoridade”. Depois de tudo vem o outro assalto, as taxas; segunda via de documento, guincho, estadia, tudo para obter de volta uma carcaça faltando tudo, mas que vai continuar a ser considerado um veículo para fins de impostos. 

Dinheiro para o governo assegurar a sua “segurança”. A mesma segurança fajuta, que não lhe explica onde foram para alguns objetos desaparecidos do interior do veículo. Na hora eles fotografam, examinam, fazem inventários, perguntam futricam. Mas, quando você se depara com aquilo que sobrou, da vontade de insultar até o papa. Ali o que resta é apenas um arremedo, um rascunho daquilo que era o seu bem. E não vale reclamar, não vale chorar, não vai dar em nada. O fiel depositário não se responsabiliza por nada. Isto é um retrato ainda que modesto de um cotidiano que nos todos estamos vivendo neste estado sucateado, um estado onde as leis existem só para os bobocas, um estado onde impera ainda a lei do mais forte. Manda quem pode , obedece quem precisa. Aqui, educação, saúde ,segurança são coisas que passam longe,e isto que nosso governador foi ministro da justiça, teoricamente deveria saber muito bem a resolver estas questões.  

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