terça-feira, 2 de abril de 2013

Calcinha vermelha




Confesso que não sou nem um pouco adepto a frequentar bancos. Antigamente até visitava para recebimento de minha aposentadoria. Mas, depois achei melhor passar o cartão para minha esposa, assim ela faz os serviços bancários e para mim sobra mais tempo livre para escrever. Recentemente, tive que visitar a agência do banco onde tenho uma conta para solicitar alguns esclarecimentos. Na entrada aquela velha historia que já fez com eu brigasse com outro banco, a maldita porta giratória. É um verdadeiro suplicio, para quem tem apenas um braço disponível, e ainda deve usá-lo como apoio com a bengala. Isto sem contar com os empurrões de quem vem logo atrás. Mas, desta vez resolvi enfrentar as dificuldades e pacientemente fiquei sentado a frente de uma das mesas onde um moça bonita, muito bem maquiada, uma mini saia curtíssima de onde saltavam duas pernas lustrosas,lindas, ia chamando pelo número da senha. Não sei se sou apenas eu, mas costumo prestar atenção nos detalhes que me rodeiam, e a mim não fugiu um detalhe. A mesa onde a funcionária estava sentada, era aberta na frente, apenas velada por uma destas propagandas de papel do próprio banco. O problema é que o papel havia soltado, e, como a cadeira do cliente atendido estava afastada, o visual era encantador. A moça estava pagando mico de calcinha. E não eram poucos os espectadores, alem de mim, é claro. Fiquei penalizado com a situação. Eu queria avisá-la , mas, não sabia como fazê-lo. Fiz sinal com a mão pedindo um momento, eu desejava chegar até ela e falar o que estava acontecendo, ela não entendeu e falou; só um instante senhor já lhe atendo, por favor. Que ela iria atender eu sabia, acontece que nestas alturas do campeonato já havia uma pequena plateia, o banco apertava,ficava pequeno a cada instante, e ela toda charmosa, abria, fechava, cruzava,tornava a abrir enquanto plateia delirava Insisti com minha permissão para chegar até ela, e novamente a resposta foi a mesma; aguarde, já lhe atendo. Dava até para desconfiar que a mocinha sabia da situação e não estava gostando nada da minha intervenção. Ai foi demais, levantei e educadamente fui até a mesa e falei: senhorita, só queria avisá-la de que a cortina que havia em frente a sua escrivaninha já caiu faz tempo, e que todos aqueles sentados a sua frente sabem que sua calcinha é vermelha, e estão adorando o espetáculo., desculpe.A moça abaixou-se, e quando retornou o olhar, meio sem graça pediu desculpas e disse; o senhor bem que poderia ter-me avisado tão logo o papel caiu. Tens razão, fosse somente eu a apreciar o espetáculo teria feito, mas, acontece que os espectadores eram muitos, com certeza iria apanhar.

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