sexta-feira, 26 de abril de 2013


Quero dedicar este texto a todos(as) vocês que, como eu,viveram a juventude embalada pelas músicas do Roberto Carlos, Incríveis, Pholhas, que tiveram o privilegio de dançar de rostinho colado ao embalo de Aquele beijo que te dei, Emoções, My Mistake  e tantos outros sucessos da época. Naquele tempo não haviam tantas misturas,as músicas eram realmente músicas que de certa forma nos tocavam no intimo, os nossos corações se inebriavam aos acordes de sons leves,nostálgicos. O contato puro e respeitoso com o corpo da garota,o prazer de desfrutar daqueles cabelos cheirosos, o perfume do corpo, e aquela maravilhosa sensação de roçar o rosto um no outro. Cada música era como a trilha sonora de um sonho, os pensamentos fluíam num redemoinho de imagens, de perspectivas, de esperanças e de projeções. Os casais, mesmo que formados na hora, pareciam querer viver aquele momento mágico para sempre. Terminada a melodia, os pares ficavam no salão, mãos dadas, olhos nos olhos, sorrisos maliciosos, e algumas vezes uma cochichada ao pé do ouvido, talvez confissões, segredinhos. A música começava novamente e os corpos se buscavam, ela docemente envolvendo com as mãos o rosto do seu par,alisando levemente os cabelos. Ele, com uma mão na cintura, enquanto que com a outra acariciava os cabelos da garota pressionando suavemente o rosto dela contra o seu. Naquele tempo dançar tinha um significado bem mais profundo dos dias de agora, Hoje já não existem músicas, existem sons, aquele ar nostálgico, puro carregado de romance e de promessas deram lugar a movimentos absurdamente desnorteados, os corpos já não se tocam mais com o romantismo e a delicadeza de quem ali está para viver um momento mágico. Ao contrário, geralmente se tocam de costas, esfregando as nádegas um no outro, num ritmo alucinado, frenético um estímulo a um ritual que fatalmente não vai ter um final nada romântico, a mulher, infelizmente deixou de ser tratada como musa inspiradora, para ser tratada como objeto de prazer, e nada mais. Claro, não estou generalizando, até porque existem ainda muitos casais românticos, e não precisam ser coroas como eu e tantos outros, felizmente o romantismo, e as nostalgias do passado não morreram. Agora, faço um convite. Ponha uma música bem romântica (My Mistake – Pholhas,) convide a esposa  diminua a luz ambiente,ponha uma dose da Campari e convide-a para dançar, enlace-a pela cintura, pressione suavemente o seu corpo contra o dela e sussurre ao seu ouvido ;....mas como é grande o meu amor por você. Isto tem efeito dez vezes mais forte do que o mais potente estimulante sexual.

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