terça-feira, 16 de abril de 2013




Seis meses
Este, até agora, o tempo decorrido após o desaparecimento de D Beatriz Joanna Von Hoendorff Winck lá no Santuário de Aparecida, em São Paulo. De lá para cá muitas coisas aconteceram, mas o principal que seria o aparecimento desta dona de casa, até agora nada. Com exceção do trabalho, das buscas, dos gastos, das preocupações da família  de amigos e colaboradores nada de novo aparece. E aí a pergunta que não quer calar; onde estão as autoridades deste país?Onde está a policia? Os políticos? Onde estão as providencias? Onde está a palavra dos responsáveis pela administração daquele império financeiro, que mais serve para faturar do que propriamente reverenciar a santa padroeira? Será que apenas orando, como querem os senhores padres administradores do Santuário, D. Beatriz vai surgir em casa alegre, cantarolando? Será que apenas porque a senhora ministra Maria do Rosário ordenou que a comissão dos direitos humanos da Assembleia Legislativa tomasse providências e entrasse no caso D. Beatriz iria aparecer por obra e graça de uma determinação política? 

Minha indignação não é somente por causa desta senhora, não estou revoltado tão somente pelo desaparecimento de D. Beatriz, estou indignado é com o conformismo das autoridades responsáveis pelo caso. Um país que alardeia aos quatro ventos investimentos bilionários para a realização de uma copa de futebol não pode pagar mico de viver uma situação de calamidade como vivemos. Como é possível entender que pessoas sumam como por encanto sem deixar vestígios, como entender que casos tão graves como estes de desaparecimento de pessoas, passem despercebidos pelas autoridades responsáveis pela segurança pública? Como entender que um delegado de polícia deixe passar em branco quando aparece alguém usando os documentos da pessoa desaparecida e não saia logo em seu encalço? Ninguém, alem dos familiares e amigos, pode avaliar o que sejam cento e oitenta dias de agonia, de insônia, da espera infinita por notícias que não chegam. Ninguém, é capaz de avaliar o que é dormir somente à custa de medicamentos por que as lembranças e a saudades não dão sossego.

Ninguém, alem do Sr. Delmar, pode imaginar o que seja o suplicio de andar pela casa e a cada objeto,  cada detalhe ver a presença da esposa amada e agora tão distante, e, sabe-se lá em que circunstâncias.Nossas autoridades tem que mudar o procedimento, é chegada a hora de alguém neste emaranhado de desculpas e omissões, falar a verdade, ser honesto e confessar a própria incompetência. Onde estão os direitos humanos? Será que se este desaparecimento envolvesse alguém ligado aos altos escalões, tudo ainda estaria neste pé? Com certeza não estaria. É sabido e notório que quando a chapa esquenta nos pés de algum figurão a coisa muda de figura. Ora bolas, com o número vergonhoso de pessoas que desaparecem diariamente no país, com a falta de um cadastro de desaparecidos para que se possa fazer uma busca, uma pesquisa, será que não estaria na hora da polícia federal entrar nesta briga? Afinal de contas são vidas humanas, logo ali teremos a tal Copa dos Alienados e, se desaparecer alguém e tudo ficar por isto mesmo, imagina a esculhambação, alem da que já existe isto vai virar.Fico me questionando porque tanto mistério? 

Quando foi para prometer soluções fizeram mistérios, o gabinete do Sr. Oliboni pediu conversa reservada com a família, fez criar a expectativa de que algo seria feito, mas, fizeram o quê até agora?E as autoridade aqui de Sapucaia do Sul, os senhores responsáveis pela Secretaria dos Direitos Humanos que tiveram a cara de pau de dizer que tudo estaria caminhando sob segredo da justiça. Mas tudo o quê? O que fizeram até agora? Alem de irem ao banco todos os fins de mês receberem seus salários?  Quais foram os contatos? Quais foram as medidas? Falaram com quem? Com as autoridades de Aparecida? Com o governador de São Paulo? Com a polícia federal?Pressionaram as autoridades que estão fazendo vistas grossas para com estes desaparecimentos? Será que as autoridades lá do Santuário não tem nenhuma responsabilidade para com os milhares de fieis que acorrem todos os dias e lá deixam fortunas ? Quem são os verdadeiros proprietários de bancas e quiosques que comercializam objetos naquele complexo turístico? Será que o silêncio, e a morosidade buscas e divulgações destes desaparecimentos não estariam diretamente ligados ao eventual prejuízo no comércio que lá existe? Eu insisto com a pergunta; onde está D. Beatriz?  

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