Conselhos.

Vou comprar uma briga, aliás, mais uma.Vamos trocar algumas idéias sobre os tais "conselhos tutelares". Num estado livre e de direito sempre que alguma autoridade se considera incompetente para gerenciar alguma coisa, o que ele faz? Cria um conselho, -já existe um ditado que diz - se conselho fosse bom ele seria vendido e não dado de graça. É a mais pura verdade. Participei de mil conselhos nesta minha caminhada, cheguei até mesmo a ser coordenador do COMAS ( Conselho Municipal da Saúde) e, acreditem ou não até lá tinha mutretas. Mesmo com a participação de médicos, de senhores respeitáveis da nossa cidade ali era um lugar de conchavos do prefeito, e dos Secretários, principalmente da Saúde. Mas isto é só uma pequena amostra/prova. O meu foco é o Conselho Tutelar. Quais seriam as atribuições destes monstrengos? Basicamente interceder sempre que uma criança ou adolescente, encontrar-se em situação de risco. Nestes casos, mobiliza uma logística, um aparato com apoios estadual e municipal para em conjunto com familiares reorganizar os parâmetros da vida em família e sociedade. Esta seria a essência do tal estatuto. Podem discordar,bater pé, só não me ofendam, mas não é o que acontece hoje em dia. Desde que politizaram ( ato ou efeito de contaminar, algo ou alguém) o tal conselho permitindo que a política, e suas nunces podres passassem a dar as cartas esta entidade degringolou ribanceira abaixo.Aquilo que era para ser uma disputa sadia entre pessoas conhecedoras a fundo das questões envolvendo a criança e o adolescente, principalmente os preceitos do ECA, transformou-se em disputa entre cabos políticos de todas as siglas. Terminou o interesse pela busca de conciliação, de reencaminhamento das questões. O verdadeiro "conselheiro" passou a ser o vereador que com seu apoio patrocina um bom salário ao cabo político no cargo e acaba matando no peito todas as querelas. Por outro lado, quando existem conselheiros de fé, que acreditam no próprio trabalho e desejam fazer algo, encontram problemas,e dificuldades, nos encaminhamentos. Ora, o estudo aprofundado e com responsabilidade do Estatuo da Criança e do Adolescente por si só já proporciona um amplo leque de alternativas para a solução dos conflitos. Estes conselhos não podem continuar sendo alvo de disputa entre siglas. Na escada hierárquica na busca da dependência agora cria-se mais uma; governado> deputados> prefeitos> vereadores>membros de conselhos, todos unidos na busca de um ideal VOTOS. Agregando-se a isto, o fato de as crianças e adolescentes hoje em grande número servirem como instrumento para a ação do crime organizado (por serem imputáveis) muito mais complexa fica a atuação destes "conselheiros" Cada vez mais se justifica a especialização e o conhecimento bem como a garra e denodo na solução dos questionamentos, sem gerenciamento de nenhum tipo de políticos. Este câncer, tem que ser extirpado de dentro destes e de todos os conselhos,principalmente deste, até porque é de fundamental importância pois interfere direto na formação das crianças sob sua tutela.Esta a minha opinião.