quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Medo do quê?


Quando, há algum tempo atrás, o povo saiu as ruas para manifestar-se contra a inércia de nossas autoridades, e brigar por passagens mais baratas, mais emprego,mais segurança,menos corrupção,mais saúde, parecia num primeiro momento que se aquilo tudo não começasse a aparecer seria o caos. Depois de passado o choque, nossas autoridades voltaram a tranqüilidade franciscana de suas reuniões, suas pautas e tudo, ou quase tudo voltou ao normal. As agitações sossegaram, passagens voltaram aos patamares antigos, os revoltosos, agora sem bandeira, acharam melhor voltar para as suas tocas. O Brasil segue o seu caminho. Mas, eis que dos debates, das exigências surge a ideia de remendar o caos na saúde pública com a vinda de médicos de outros países, um reforço para as áreas mais isoladas onde nossos meninos de ouro não desejam exercer suas tarefas. Nem vou entrar no mérito do porque não aceitarem trabalhar em locais mais afastados dos grandes centros. A verdade é que muitos de nossos profissionais da saúde não aceitam, batem pé, e pode morrer quem quiser, ou tiver que morrer se não for bem remunerado, se não tiver possibilidades de ficar rico então, não aceito. 

Ora, se não existem “médicos” brasileiros dispostos a enfrentar o desafio, então vamos buscar fora aqueles que aceitem, isto não é nenhuma ofensa, isto é a lógica. Foi o caos, levantaram-se as vozes poderosas dos monopólios, dos sindicatos, das associações classistas gritando não. Nas redes sociais, vêem-se verdadeiros absurdos, ofensas, palavrões, desaforos e o mais incrível, mentiras descaradas mentiras, plantando na cabeça de milhares de brasileiros, fantasiosas idiotices, como se na verdade estivéssemos importando bandidos, assassinos em potencial. Até o Ministério Público do Trabalho sai a cata de alguma lei que tenha sido burlada, não querem que aconteça trabalho escravo, ou melhor, ainda,que não aconteça de alguém trabalhar sem as garantias das leis trabalhistas. Quanta hipocrisia. Como se fôssemos nos, povo brasileiro, o país dos direitos respeitados, como se tivéssemos fiscalização adequada e séria. Como se neste país não houvesse crianças trabalhando em serviços desumanos fazendo trabalho de adulto, e não recebendo nada alem de um lanche. E daí? Onde estão os fiscais do MPT? Na verdade o que ninguém fala, o que ninguém confessa, é que por detrás de todas estas querelas estão também os interesse de laboratórios multinacionais entupindo gavetas e mais gavetas com drogas, sorteando viagens, oferecendo turismo, tudo as custas da saúde menosprezada do povo brasileiro.

Os verdadeiros médicos não estão com medo da concorrência, quem está com medo é aquele contratado que recebe por oito horas de trabalho mas que na verdade cumpre só quatro, quem está com medo é aquele profissional que recebe do SUS, mas que cobra por fora a diferença. Os medrosos são todos aqueles que fazem de conta que examinam, aqueles que já tem na cabeça a lista de remédios para a dor de cabeça, dor de barriga, e que consultam doze pessoas em menos de duas horas. Estes, com certeza devem temer, porque talvez os “cubanos” por virem de um lugar onde se exige o melhor destes profissionais, passem a respeitar mais o povo, se tornem mais do que médicos, se tornem amigos de seus pacientes. O que eles temem é que os médicos de outras nacionalidades não dêem conversa para esta máfia de laboratórios que sente prazer em empurrar goela abaixo do povo tanta porcaria. Não se iludam,ninguém destes “interessados” em malhar o programa mais médicos está na verdade preocupado com o dinheiro que será gasto.Nosso país é o campeão em desvios, em roubos,em corrupção. Temos uma gama enorme de ladrões que já roubaram bilhões e andam livres leves e soltos por ai. Quem não se lembra do juiz LALAU? De MALUF? Dos MENSALEIROS? Da GEORGINA? 

Todo o dia aparece um novo rombo, e agora os defensores da falsa moralidade saem às ruas para evitar “roubos”? Alegam que vamos financiar “comunistas”?Trabalho escravo? Não, não é nada disto o que se busca na verdade é tentar dar o direito a saúde daqueles que foram sempre esquecidos da sorte, aqueles que por serem humildes não tem a chance de se tratar com especialista da cidade grande. O que se pretende é que pelo menos se agendem consultas para o dia seguinte e não para o ano que vem.Sejam bem vindos todos os profissionais da saúde, não levem a serio as ofensas,os deboches, afinal o povo brasileiro já está tão acostumado com a chafurda que já nao distingue o que é bom para si próprio.

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