sexta-feira, 9 de novembro de 2012


O enforcado.
Antes de começar este novo texto, quero dar um pequeno esclarecimento; as historias aqui narradas algumas verdadeiras, outras fruto de conversas com pessoas mais antigas, e com as quais convivi no meu tempo de estudante. Nem por isto posso afirmar que tudo tenha acontecido da forma como é narrado. Minha intenção é tão somente contar fatos e acontecimentos pitorescos da minha época de rapaz, para que outras pessoas possam ter uma ideia da Sapucaia de antigamente. Não é minha pretensão, instigar, ou rebuscar fatos que possam causar danos, ou prejudicar a imagem de ninguém, os nomes quando citados, se a historia é verdadeira, são reais outros são fictícios para preservar a privacidade dos envolvidos. 
O fato que hoje quero contar para vocês também, como outros me foram contado por pessoas que juraram ser verdade o acontecido, e teve como cenário aquele terreno onde hoje está situado um estacionamento do Instituto Rubem Darío, esquinas das ruas Pio XII com Castro Alves.Naquele local, antigamente havia um barranco, dois ou três metros de altura mais ou menos, e sobre este, um pequeno conjunto de árvores, ainda remanescentes dos matos que haviam ali. Pois muito bem. Virada para Avenida Castro Alves havia uma grande árvore, com um galho que se lançava sobre o leito da avenida, Era coisa de poucos metros, dois ou três mais ou menos. Bem, o cenário está montado, cada um coloque agora na sua mente uma tarde de domingo sol brilhante, pouco movimento nas ruas. Um jovem, chega muito de mansinho, coloca algumas roupas ao pé da árvore, acomoda-se e adormece. Os primeiros raios de luz da segunda feira, iluminam a cena dantesca, macabra, terrível. Um corpo pende do galho, os pés quase que ainda tocam o barranco. 
Alvoroço geral. A polícia é chamada, ninguém ousa tocar na cena, alguns trocam cochichos, ninguém sabe nada do enforcado, nunca havia sido visto por ali. Por fim a corda é cortada o corpo retirado, ajuntam os pertences e o carro leva o cadáver para Porto Alegre. Dias depois do acontecido começam a aparecer as primeiras pistas bem como as primeiras nuances daquele que poderia ser considerado um caso digno de folhetim das oito horas. Tarcísio ( lembrem, o nome é fictício) realmente morava em São Leopoldo, mas,era apaixonado por uma moça da sociedade de então, aqui da cidade. Depois de algumas idas e vindas, o romance acabou. Mas, acabou de parte da moça, que teria se apaixonado por um soldado do exército. Cego de amor, com o coração corroído pelo ciúme doentio, Tarcísio escolheu o local onde sabia sua amada passava várias vezes em direção a BR 116. 
Ele queria dar aquilo que na sua fantasia poderia ser a última prova de amor. E assim aconteceu. A moça em estado de choque,dizem, nunca mais se recuperou costumava passar longos períodos naquele local rezando, de quando em vez depositava um pequeno ramalhete de flores sob o pé da árvore, onde Tarcísio havia dado fim a sua vida. Até pouco tempo atrás o local era conhecido como o Capão do enforcado. Depois com a construção do prédio da prefeitura e a abertura em definitivo da Av. Castro Alves, a venda dos terrenos circunvizinhos a historia foi sendo lentamente esquecida. Mais recentemente o local foi rebaixado e no local do antigo capão surgiu o estacionamento do Instituto Rubem Darío. 
A moça? Parece que perdeu totalmente a lucidez, enlouqueceu, de dor, remorso,tristeza, enfim. Dizem que ainda vive, é interna numa casa para doentes mentais da região  e passa o dia sob a sombra de uma árvore com um pequeno ramos de flores entre as mãos.

Segunda feira;Um baile riscado a facão, muito medo, e até defunto segurando valentões no cemitério da Vila Primor.

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