quarta-feira, 28 de novembro de 2012


Este texto,não tem a intenção de traçar a biografia desta professora (D.Sibila), apenas prestar uma singela homenagem a grande professora, inteligente,humana e de grande caráter que ela foi.


Colégio da D. Sibila.
Hoje quero relembrar uma passagem muito especial, até por uma questão de respeito a uma das figuras mais importantes da nossa educação aqui no município de Sapucaia do Sul. Refiro-me a Professora e ex-vereadora Sibila Brigel, que foi durante muitos anos diretora do “Grupo escolar da Praça”. Exemplo de severidade, quando era preciso, e de ternura quando era o caso, a D. Sibila sabia como ninguém fazer as coisas acontecerem na sua escola. Foi, pelas mãos desta ilustre senhora que minha mãe, Adelia conseguiu um emprego, como zeladora. Aliás, vamos aproveitar o ensejo para homenagear mais algumas pessoas também importantes para o colégio da praça. Assim, temos as zeladoras, D.Olga, Carmem, Arinda, Conceição,D. Helena,D.Sara,D. Alzira,D. Alzenira, a D. Augusta alem, é claro do grupo de professoras das quais tratarei em texto a parte. Mas, o colégio da D. Sibila tinha um time de verdadeiras mães, não eram zeladoras estas mulheres, assim como a D. Sibilia não era apenas e tão somente uma professora, elas eram muito mais do que isto. 

Querem só um exemplo?Naquele tempo elas recebiam por verba que vinha da Secretaria Estadual de Educação, mas,não tinham qualquer tipo de vínculo, muito menos nenhum direito trabalhista. Apenas eram contratadas para fazerem a limpeza e só. Mas a D. Sibila não achava aquilo certo, não era justo para a experiente professora que suas auxiliares fizessem um serviço tão árduo sem nenhuma garantia. Trabalhou,batalhou, correu, discutiu até conseguir fazer um concurso, para que aquelas trabalhadoras tivessem suas situações regularizadas. E, conseguiu. Graças ao trabalho e ao empenho da D. Sibila minha mãe pode viver ainda alguns anos com a sua aposentadoria pelo Ipê, não só ela como todas as outras colegas. Era um tempo diferente, já haviam as conotações políticas.mas não haviam tantas ingerências,tantos intrometimentos de políticos idiotas com a educação. 

Os cargos eram preenchidos pela competência e não pela destreza nas mãos em afagar o escroto sujo destes calhordas. D. Sibila era assim. Autêntica, verdadeira, única. Talvez mesmo por isto tenha sido tão ignorada na sua passagem pela política local, aquele ambiente não era dela, a velha professora conhecia, sabia e exigia as coisas as claras, não aceitava meios termos. Não poderia sobreviver num antro com tantas cobras,tantos traíras, como aliás é até hoje.Mas sobre a nossa eterna mestra tem uma historinha que vale a pena repassar a posteridade.Existe ainda alki no final da Rua Luiz Cardoso um resto de uma mata,um capão com algumas árvores bem antigas.No tempo em que estudávamos no colégio da praça, era comum as professoras levarem os alunos para fazerem pique niques, naquele local, muita sombra,segurança, lugar agradável e que na época pertencia a Fábrica de Bolsas Guedes de São Leopoldo, mas o zelador deste recanto era ninguém mais, ninguém menos que o Gastão, isto mesmo, aquele do episódio anterior, das melancias. 

Foi num dia ensolarado, que a D. Sibila nos levou para passar o dia no mato. Todos perfilados, uniformes impecavelmente brancos, gravata azul, lá fomos nos. Todos levavam o seu farnel, a sua merenda. Brincadeiras, tombos, correrias, puxa aqui agarra ali, alguns namoros escondidos nas macegas (no bom sentido, nada de sexo) enfim a coisa rolava muito boa mesmo. Aliás, em matéria de namoro todos desejavam namorar, bem como um cineminha com a estudante top de linha a Maria Joaquina (nome fictício) era bonitinha, pernas sempre a mostra e nas aulas de educação física era a que mais se destacava por usar um calção bem mais cavado e curto, o que mostrava suas pernas bonitas e cochas grossas. Mas vamos voltar ao passeio. 

Tudo correu maravilhosamente bem, até a hora da despedida, cada um arrumava suas coisas, juntava os restos para colocar no latão que o Gastão havia trazido para botar o lixo. Foi então que a D. Sibila juntou todos os alunos em frente ao portão da casa do zelador, e tentou faz\er um agradecimento coletivo ao bom senhor. O Gastão, exibido como era, acompanhava a tudo com um largo sorriso, na boca. D. Sibila então fez a pergunta solenemente: e então queridos, o que se diz para o homem do mato? Biiiiiiiiiiiixoooooooo, respondemos todos.

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