terça-feira, 20 de novembro de 2012


Transito Assassino.
Ler jornal ou assistir noticia pelos canais de TV ultimamente tem-se transformado numa tarefa um tanto quanto indigesta. Nunca antes tivermos acesso à informação de tantas mortes no trânsito. Também, parece ser irreal, tantos acidentes envolvendo caminhões, quase sempre trombando com carros menores e, em consequência, com vítimas fatais. As causas são muitas e em minha opinião, a principal a que ponteia as estatísticas é sem dúvida alguma a falta de educação no transito bem como o desrespeito para com a legislação vigente, naquilo que ela apresenta de bom. Alguns motoristas, quando sentados ao volante de um carro consideram-se os donos do mundo,são imbatíveis, apertar o acelerador parece elevar a autoestima, concede-lhe poderes sobrenaturais. Quando fiz a minha carteira de motorista, ainda nem se pensava em autoescola, centros formadores, aulas teóricas,práticas,etc. 

Na verdade eu já dirigia sem carteira há mais de dez anos, e nunca me envolvi em acidentes. Vergonha, em confessar isto? Nenhuma. Até porque sempre que pensava em fazer a carteira de motorista sempre aparecia alguém e dizia: Pra você tem que ser carro especial, adaptado, Mal sabiam que eu já dirigia e muito bem qualquer tipo de carro com câmbio mecânico, embreagem e freio normais sem nenhuma frescura. Até que chegou o dia em que fui fazer o teste para aquisição da tal carteira, lá em São Leopoldo na CIRETRAN. O inspetor olhou para mim, balançou a cabeça, pegou os formulários e pediu para acompanhá-lo até a sala do delegado. Lá chegando, só falou: olha ele quer fazer o teste com carro normal, o carro dele é um Jeep, sem adaptações de qualquer espécie. O delegado olhou para minha cara, eu encarando ele, por fim sentenciou; olha pega outro carro qualquer lá na frente, se ele dirige qualquer carro vai se dar bem. 

Peguei um fusca dei duas voltas na quadra, o examinador com cara de bobo acompanhando tudo. Aprovado. Saí de lá com meu jeep, faceiro da vida, carteira de motorista no bolso. Dirigi por muitos anos, sem nunca ter acidentes, sempre carros normais. Minha carteira venceu em dois mil e seis, desde então não pego na direção de um carro, não por falta da carteira, mas por reconhecer que já não possuo os mesmos reflexos, e isto poderia por em risco a minha integridade física ou a de outras pessoas. Agora volto ao tema principal. Para muitos motoristas, ter carteira significa ter habilitação, não é verdade. Eu posso estar habilitado, conhecer, e proceder ao controle de um equipamento mesmo sem ter o papel que me identifica como tal. Mas, ao contrário se possuo o papel (carteira) e não tenho o conhecimento, o domínio do equipamento que estou operando sou candidato nato a um acidente. 

Isto aliado ao fato de nossas principais estradas ainda serem de pista simples, tornam a mistura mais que explosiva. 

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