Sem a ética e a moral na política não seria melhor votar em branco?

A publicação dos sábados.

Por Alda Inácio

Neste post de hoje quero falar da ética e a moral na política e sei que imediatamente o leitor já desvincula as três locuções automaticamente. Estas três palavras não ficam bem juntas. Há dois séculos passados um cidadão de vida pública poderia decidir pelo suicídio antes que a mídia enxovalhasse seu nome. Exemplos como Collor, Renan e Sarney e as falcatruas que eles cometeram são figurinhas carimbadas por tantos outros políticos. Para mim, o "fora Collor" "fora Renan" "fora Sarney" é apenas uma ocupação a mais para a mídia. Eles saem, eles voltam com a mesma cara de pau de antes. Tantas CPIs criadas e acabam em pizza. E se pensarmos no blá-blá-blá da mídia em torno das falcatruas políticas, seria a grande razão para alguém esconder a cara, fugir para outro planeta com vergonha de ser encarado como ladrão. Na verdade a palavra "falcatrua" é a maneira gentil que o povo brasileiro tem, para não chamar de "roubo" os atos políticos que lesam os cofres públicos no Brasil. Quando eu olho o sorriso debochado e vitorioso que estes políticos sustentam na cara diante das câmeras de reportagem, já dá para entender que de nada adianta o povo chiar. As panelas eleitoreiras são formadas, com roubo ou sem roubo. Quem decide o destino destes bandidos é o engajamento político, a coalisão que eles precisam fazer para montar uma nova retórica eleitoreira para as próximas eleições. E nós, o povão brasileiro, votaremos neles mais uma vez? Deixo esta pergunta para pensar, se não é melhor votar em branco. Obrigada aos leitores, obrigada meu amigo Jaí.