sexta-feira, 17 de agosto de 2012




São mais de mil.
Concordem ou não, mas as notícias do final de semana são de corar de vergonha até a mais puritana das freiras, atingimos a marca de mil mortes no trânsito só este ano, ou melhor, em oito meses. Os gaúchos estão morrendo como moscas. Imprudência, estradas mal sinalizadas, falta de policiamento, falta de manutenção, ou manutenção precária, desrespeito para com a vida humana. Tem de tudo. Mas enquanto se juntam os mortos nas estradas nossos ilustres administradores acham bem melhor discutir as Olimpíadas, a interdição do Beira Rio, ou ainda as precárias condições do presídio Central. Não que isto não seja assunto de importância, mas quero me ater às mortes no trânsito, até porque, está marcada para esta quinta feira (16/08) a greve nacional dos policiais rodoviários federais. E isto é de assustar. Não ignoro os direitos dos grevistas, mesmo porque minha formação é no sindicato, e como tal, também sei que quando se tenta negociar e o patrão faz cara de bobo ou tenta enrolar, não tem outra saída senão a greve. E disto eu entendo. Porém existem limites. No mesmo momento em que estes profissionais justificam a necessidade de aumentos pela eficácia na prestação de serviços, pelas prisões efetuadas, pelas apreensões de contrabandos e drogas, também há de se entender que a paralisação de todos estes serviços ou mesmo a sua redução, vai proporcionar uma avalanche maior ainda acontecimentos desastrosos, entre eles o aumento ainda maior das mortes no trânsito. Gente, estamos falando em pessoas mortas, homens, mulheres, crianças, jovens e velhos são vidas que se perdem, são famílias que se destroçam, é muita tristeza. E, exatamente num cenário como este quando a população se sente refém de tantas desgraças é que os profissionais da segurança resolvem cruzar os braços? Os serviços que estes senhores prestam é essencial, vidas humanas dependem do seu trabalho diário, bêbados e irresponsáveis do trânsito vão comemorar, assim como irão comemorar os traficantes, os contrabandistas. O ônus desta inconsequência vai recair diretamente no bojo de todas aquelas famílias que vierem a perder entes queridos pela falta de fiscalização mais rigorosa. Se existe defasagem, se o serviço não é aquele que você pensava que fosse, se o estresse não o deixa em paz, vamos negociar, vamos trocar de emprego, vamos fazer pressão sobre os verdadeiros responsáveis por todas estas situações, que são os políticos. Mas, o povo que paga regiamente seu tributos não pode ficar a mercê de lideranças muitas das vezes usados como ferramentas justamente maquiar situações. Toda a greve é legítima, mas há de se saber fazer a separação do que é ou possível usar para pressionar a quem de direito. Urge que se negocie, urgem soluções para este impasse. Afinal não acredito que policial rodoviário nenhum gostaria de olhar seu saldo bancário um pouco mais gordo em detrimentos de algumas de centenas de mortos a mais.

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